sexta-feira, 1 de novembro de 2013
ODE AO GATO (Pablo NERUDA)
Os animais eram
imperfeitos,
compridos rabos, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco foram
arrumando-se,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça, voo.
O gato,
só o gato
apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
caminha só e sabe o que precisa.
O homem quer ser pescado, pássaro,
a serpente gostaria de ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro gostaria de ser poeta,
a mosca estuda pra ser andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser somente gato
e todo gato é gato
desde o bigode ao rabo,
desde o pressentimento ao rato vivo,
desde a noite até os seus olhos de ouro.
Ó fera independente
da casa, arrogante
vestígio da noite,
preguiçoso, atleta
e alheio,
profundíssimo gato,
polícia secreta
das habitações,
insígnia
de um sumido veludo,
certamente não há
enigma
em tua maneira,
talvez não sejas mistério,
todo o mundo te conhece e pertences
ao habitante menos misterioso,
talvez todos acreditem,
todos pensem ser os donos,
proprietários, tios
de gatos, companheiros,
colegas,
discípulos ou amigos
do seu gato.
Eu não.
Eu não subscrevo.
Eu não conheço o gato.
Sinceros agradecimentos a Bastian, meu gato, que não cobrou cachê.
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kkkkkkkkkk. Esse gato é voluntário? Então eu gostei dele. Na verdade não tenho simpatias por gato, desde a infância. Acho que não gosto por que ele competia comigo nos pequenos furtos de comida à noite, na cozinha. rsrsrsr
ResponderExcluirMuito bom ... :^)
ResponderExcluirhttp://coletivoserraeletrica.blogspot.com.br/
Gato lindoooooo !!!!! já faz parte da família !!!!!!
ResponderExcluirAi mãe que lindo poema !!!!!! Bjus te amooooooo
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