Poema antropofágico que fiz em homenagem a Onilza Braga, autora do livro "Rainha do Lar uma Ova!"
Cedo acordar, café completo preparar, mesa servir.
Camas, gavetas e casa arrumar.
Já seria o suficiente para deixar-nos "putos".
Privadas lavar como se fosse a única a usá-las,
durante anos ininterruptos.
Cozinhar,
fazer as compras,
todas as roupas passar,
depois de lavá-las; que roupa suja se lava em casa.
Depois de comer, virar,
digo, tirar a mesa e colocar tudo em pratos limpos.
-Sua mãe não te deu educação?
Mais do que isso:
levava e buscava nas escolas,
arrumava todas as mochilas e sacolas.
A mala de todos arrumava e desarrumava,
antes e depois de cada viagem.
Que sacanagem!
Todas as datas importantes,
de alegria ou de dor,
estão aqui na memória desse verdadeiro computador.
Ser de tudo um pouco,
e para todos muito:
enfermeira, assistente social, psicóloga, manicure, costureira, cabeleireira.
Achar coisas perdidas?
Nada mais natural.
Entregá-las nas mãos de quem as perdeu?
Normal!
Enxugar banheiro,
lavar lençóis,
supervisionar a higiene pessoal.
Tornar-se bissexual nas reuniões de pais e mestres.
Ser advogada infantil quando constatam: "seu filhinho é uma peste!".
Caso você não tenha uma segunda jornada, receberá tão "mixa" mesada,
que a vida sociável, reduzir-se-á em percorrer mercados,
para comprar o indispensável.
Se ousar pedir um extra,
a resposta à pergunta:
-Tudo que lhe dou não basta? Vá trabalhar, vagabunda!
A noite, sorridente e bem disposta, perfumada e cativante,
simule orgasmos numa "mal dada"
ou serás responsável, por ele ser obrigado a arrumar uma amante.
Santa Francisca de Assis, cuidando dos animais;
Santa Benedita, varrendo, esfregando, tirando o pó;
Mãe Natureza, cuidando do jardim.
Tende piedade de mim!
Enfim, por onde qualquer ser venha a cometer algo que desagrade,
será saudado, como se vê,
com um grandíssimo "filho de uma puta",
que fatalmente pode ser
você!
MINHA AMIGA COM LETRAS GARRAFAIS!!!
ResponderExcluirFeliz estou por tê-la comigo neste fim de semana!!
Cheiro de Camarão na Moranga