O tempo...
Sozinho é solidão sem cor, sem voz, sem cheiro.
Não há movimento
É silêncio escuro, sem desejo.
O tempo...
Viagem que não se aprecia do forte
De lá, não se enxerga o vento e o movimento
De lá, se cristaliza e estaciona e morre
Ah! O tempo...
Abstração nas mãos de quem não sonha
Ou de quem apenas sonha conquistar
Sem poetizar!
Sem cantar!
Sem documentar!
Sim! O tempo...
Essa abstração tomada pelo o humano
Pra ser concreto!
Longe se sua solidão
É vida! Alicerce! Chão! corpo! Teto!
Não! O tempo...
Não é um movimento sem cor! sem voz e cheiro!
É volume que o humano amassa!
Pra o sentido se fazer verdadeiro!
Claro! O tempo...
Carece do óleo que o faz funcionar!
Esse frágil elemento nascido do nada
É argila nas mãos de quem o pode arte tornar!
Caro amigo tempo!
Que serias sem mim?
Solidão sem colo pra deitar
Ou colo sem braços pra abraçar!
Não te atreva, complexo tempo
A sozinho desejares mudar!
Pois de nada adiantará
A mudança pra o novo provocar!
Não vês que pertences a alguém
Que precisa, de algum lugar, se levantar?
Não vais a lugar algum
Sem ele, do chão, se lançar!
Amigo tempo...
Espera!
Voar é um movimento pra se pensar!
A engrenagem precisa de óleo!
Deixa-me refletir! ruminar! Planejar!
Não! Não teimes!
Pois de humano nada possuis!
És corpo apenas no corpo daquele
Que na vida produz!
E produz formação!Identidade! Paixão!
E gera reflexão! Problema! Ação!
Semeia conhecimento! Lança fermento!
Colhe participação!
Tempo... tempo...tempo...tempo
O que fazer no tempo?
Pois se não o fazer...
Não é tempo...
Gilson Reis
30.03.14
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