terça-feira, 13 de novembro de 2012

Zumbi (Jorge Bem Jor)

Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo

Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele 

Há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentada num carro de boi


 
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver

Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo

Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhidos por mãos negras

 
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver

Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
É senhor das demandas
Quando Zumbi chega é Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra


Como resultado de anos de luta da população negra, através de entidades e movimentos civis pelo respeito, dignidade e igualdade, iniciamos as comemorações do mês da Consciência Negra – em que celebramos a vida do líder negro brasileiro Zumbi dos Palmares. Apesar disto, o “dia” da consciência negra ainda causa muita polêmica. Muitos ainda se perguntam o porquê deste dia. Diante da complexidade desta pergunta, a resposta é simples: ser negro no Brasil não é só uma questão de cor da pele, é uma questão da consciência que se tem do valor de ser negro em seus diversos gêneros. É orgulha-se de sua negritude, assim como a noite não é menos importante do que o dia. É valorizar a luta dos nossos antepassados pela verdadeira liberdade da população negra em nosso país. É reconhecer que nossa história está entrelaçada com a história dos diversos povos africanos, que foram trazidos forçadamente para estas terras, a ancestralidade negra e orgulha-se dela, se indignar com a exclusão e o preconceito com que milhões de pessoas ainda convivem nos dias de hoje. Parece que ainda podemos ouvi os tambores africanos que soam timidamente, mas de forma insistente, em nossa sociedade clamando espaço, respeito e dignidade. 20 de Novembro quer que todos nós recordemos a luta travada durante todo o período de escravidão. Quer tirar do anonimato homens e mulheres, verdadeiros heróis, que ao longo de nossa história foram invisibilizados pela sociedade dominante branca. É o dia de celebrarmos nossas conquistas, de sair às ruas e se orgulhar de ser negra – negro, povo que jamais abandonou sua luta, nem fugiu do desafio que lhes é imposto diariamente. Temos muito mais coisas para celebrar: o reconhecimento da desigualdade social em função da exclusão desta população, através da aprovação das cotas para negros no funcionalismo público; a oficialização das cotas nas universidades públicas federais; os 10 anos da aprovação da Lei 10.639, que obriga todas as escolas de nível básico a ensinar a História da África e da Cultura Afro-Brasileira, que faz 10 anos em 2013. Estas conquistas são resultado da luta iniciada, junto com o começo do tráfico negreiro. O assassinato de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, em 20 de novembro de 1695, e que construiu no Brasil a primeira democracia marca esta história de resistência. Zumbi dos Palmares não morreu, ele vive na alma daqueles lutam em prol da construção de uma sociedade verdadeiramente livre e justa, onde não haja mais diferença entre as pessoas por causa da cor da sua pele. Ele vive em cada um de nós que acreditamos na verdadeira democracia.