sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Virada Esportiva

Botas, meias e bonés,
bermudas, luvas, colete e capacete.
Tênis e mosquetão. Haja coração!
Bússola e repelente, pois de repente perdemos o rumo.
Cantil, mochila, lanterna. Queremos enxergar o conteúdo líquido.
Bote, remo, saco-estanque. Estancados remamos e damos o bote.
Bicicleta, câmara, bomba de ar. Necessitamos respirar visto que nem toda Câmara é de bicicleta.
Máscara, manômetro, faca. Fé cega, faca amolada...
Corda de nylon e caiaque, canyoning e canoagem na terra da malandragem.
Rafting e Rapel (jogue suas tranças, Rapunzel).
Trekking e mountain bike.

Mergulho na aventura radical que é a Vida,
com muito suporte, porém,
pelado!!!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

SEVERINO... VOLTAR À TERRINHA NEM SEMPRE É MOTIVO DE FELICIDADE

O trabalho com os idosos lhe possibilitou o primeiro emprego na cidade de São Paulo. “Oportunidade de emprego só dá uma vez” – defende Severino José do Nascimento. Tendo conseguido emprego, Severino José do Nascimento fez o primeiro contato com a Família, ocasião em que contou toda história a qual havia experimentada, situando-se dentro de uma perspectiva, agora, promissora. Lhe era difícil falar aos entes queridos antes que alguma novidade saudável lhe tocasse a porta e, assim, a transmitisse com um sorriso expansivo.

A primeira oportunidade lhe foi oferecida, como Segurança, na Creche Irmã Maria Arminda. Nesta Creche, também trabalhou como Zelador até o ano 2000, quando a Coordenação da CROPH decidiu apoiá-lo na capacitação para o cargo de Motorista, ajudando-o a providenciar sua Carteira de Habilitação. A partir desse instante, nasce um excelente Motorista, profissão que se desenvolveria ao longo dos anos junto a Organização Social. Foi em 2001 que, habilitado para o trabalho, Severino José do Nascimento tornou-se o Motorista particular da Coordenação da CROPH.

Tamanha ascensão profissional e pessoal deste Nordestino, humilde e simples, fez nascer e desenvolver-se sentimentos de familiaridade com a Sra. Ana Maria e o Sr. Afonso.

 Meu pai e minha mãe são a dona Ana Maria e o Sr. Afonso. Eles confiaram em mim e até hoje eu estou com eles. Sou um homem de confiança! Isso é o mais importante!

Os laços de amizade se estruturavam com os demais integrantes da Coordenação da CROPH e, pela personalidade expontânea que lhe caracteriza, desenvolvia laços positivos com demais profissionais dos Projetos administrados pela Organização.

A nova composição relacional que se estruturara no decorrer dos anos, bem como, a formação profissional experimentada, a sobrevivência de um migrante em terras que lhe eram estranhas, criaram em Severino José do Nascimento um sentimento de afirmação de sua presença em São Paulo

“No início eu me arrependi, quando comia comida do lixo. Hoje não né camarada, tenho uma família que é a CROPH. Fico triste de não ter meus parentes perto de mim...”

Parentes de sangue nem sempre é uma realidade próxima para este Nordestino que “endoidara o cabeção” há tempos atrás, vindo enfrentar a labuta da cidade grande, no entanto, com o início do poder de compra, ainda que limitado, fruto do salário que recebia pelo trabalho desenvolvido, Severino José do Nascimento começara a fazer viagem à Cidade de Moreno, onde nasceu e de onde migrou. Viajou de ônibus, em 1997, durante três dias, carregando na bolsa, não mais “15 conto” mas, R$ 1.500,00; de São Paulo, não levou nenhuma comida típica, nem rapadura e nem farinha.

“Agora já podia comprar comida onde parasse” – fala, com certo tom de esbanjamento.

Não foi pouca a emoção da primeira viagem, retornando à cidade natal, após sua triste despedida em 1995, no entanto, permaneceu apenas 5 dias na companhia dos parentes, não pela ausência de saudade e desejo de estar juntos a eles, mas por não ter suportado a realidade cortante que ainda se afigurava na vida dos entes queridos. A cana de açúcar ainda amargava suas vidas.

“Passei mais dias na estrada do que na minha casa” – disse, com ar reflexivo.




Fotógrafo: Rhett A. Butler

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Boa noite
Se parecer frustrante buscar por alguma coisa e não encontrá-la
Mais frustrante ainda é esperar por alguma coisa quando ela não chega.


Com essas palavras queridos seguidores peço-lhes desculpas pela minha falta neste dia.
O desânimo era tanto por uma forte gripe que me pegou de cheio, que nem pude postar-lhes.
Porém nada como um dia após o outro e graças ao chá infalível da minha santa irmã Terezinha já estou de pé.


Algumas dicas:


"Nessa época ficamos mais propensos a pegar uma gripe, que acaba nos derrubando e botando de cama.
A princípio, a gripe se parece com um resfriado comum, com congestão nasal, coriza, espirros e dor de garganta. A diferença é que resfriados normalmente se desenvolvem lentamente, e a gripe tende a começar repentinamente. O resfriado causa apenas um mal-estar, já a gripe, causa sintomas bem piores e a pessoa se sente de fato muito mal.
Alguns sintomas da gripe são: febre com temperatura superior a 38°C em adultos. Em crianças, a febre pode ser alta, com temperaturas de 39,5°C a 40,5°C; tosse seca; dores musculares, especialmente nas costas, braços e pernas; fadiga e fraqueza; suor e calafrios; dores de cabeça; congestão nasal; perda de apetite; diarréia e vômito em crianças.

Alimentos que fortalecem o organismo para a gripe não te pegar

Fracione sua alimentação, com cinco a seis refeições ao dia e a presença de todos os grupos alimentares, isso não só protege o sistema imunológico contra gripes e outras infecções, como também auxilia na manutenção do peso ideal e na qualidade de vida em geral.
Os alimentos indicados para essa função são os vegetais e frutas que apresentam cores vivas e fortes, tais como: abóbora, abacate, acelga, brócolis, alfafa, caju, cenoura, espinafre, escarola, mamão, manga e fígado."

Até outro momento, "Antes tarde do que mais tarde".

terça-feira, 13 de setembro de 2011


REVELANDO SÃO PAULO


Costumam dizer, falando em cultura, que a cidade de São Paulo é onde tudo acontece. Acho que é verdade, pensando no que é o Revelando São Paulo, que está na sua 15ª Edição, de 09 a 18 de setembro/2011, no Parque Vila Guilherme - Trote, próximo ao Mart Center (Avenida Nadir Dias de Figueiredo s/nº, - Vila Maria, altura do nº 1500 da Rua Chico Pontes). “O Revelando São Paulo é um evento que tem por finalidade reunir a cultura paulista, através de sua culinária e costumes típicos, da capital e do interior do Estado de São Paulo. Através do programa Revelando São Paulo a Abaçaí Cultura e Arte, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, vem reunindo há mais de uma década, uma amostragem significativa da cultura tradicional em São Paulo, dando a conhecer aos paulistas e ao Brasil, aspectos desconhecidos ou pouco divulgados da vida em São Paulo, refletindo o mais possível, nossa diversidade cultural, promovendo o encontro do rural com o urbano, do tradicional com a mídia. Nesse encontro, os “artistas”, os “sujeitos das ações”, são congadeiros, moçambiqueiros, foliões do Divino e de Santos Reis, são gonçaleiros e catireiros, violeiros, romeiros, cavalarianos e artesãos de várias procedências de nosso Estado. É sobre eles que se ajustam os focos”. Fica aí uma ótima sugestão cultural para passar momentos muito agradáveis, conhecer a diversidade cultural que habita São Paulo.





segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O jovem Poe

Na semana passada, eu falava, no meu blog, de um pesadelo que tive e que muito me assustou, mas que também muito me ensinou. No facebook, ao ler minha postagem, um amigo chegou a citar um personagem de um autor de romances e contos de terror, o H.P. Lovecraft. No entanto, eu não curto terror, mesmo os contos de Edgar Allan Poe, quando são muito assustadores, eu tenho dificuldade em acompanhar. rsrsrs
Pois bem, curiosamente, eu dizia isso para esse meu amigo, citando Poe, na semana passada, e dizendo-lhe também que eu gostava mais do poeta Poe do que do contista (e que nenhum crítico de literatura me ouça! rsrsrs)
Agora, começo a ler um livro em que Edgar Allan Poe é um personagem da história contada ali e que é um thriller. De thrilers e histórias de detetive eu gosto, sempre.
Aliás, ouvi dizer que elas, as histórias policiais, têm um efeito terapêutico para pessoas que perderam tudo. Muitos desempregados, por exemplo, leem romances policiais: as pistas para desvendar o “crime” funcionam como um elemento de busca da própria identidade e condição social perdidas.
O livro que estou lendo é de um autor norte-americano chamado Louis Bayard. Ele vive em Washington e escreve para o New York Times e o Washington Post. E para os sistes Nerve.com e Salon.com, entre outros.

Nessa história que estou lendo, tudo é bastante instigante, pois Poe é um jovem cadete de uma  tradicional Academia Militar dos EUA, onde ocorreu um crime: um outro cadete, que aparentemente se suicidara, é encontrado morto e, logo depois, seu corpo é profanado: retiram-lhe o coração. Um policial aposentado é escolhido para levar à frente as investigações e escolhe Poe como seu ajudante.  Uma das passagens mais bonitas é quando Poe se apaixona por uma jovem, irmã de um dos suspeitos do crime.
Embora, quando contado assim, tudo pareça muito com coisa de adolescente (o que de fato o personagem praticamente é), na verdade, a história é séria e pode nos levar a muitas reflexões, experiência que eu vivi ao ler esse trecho e que acho magnífico:


(...) Miss Marquis ouvia tudo, o bom e o mau, com uma equanimidade quase sacerdotal. Em sua pessoa encontrei personificado o princípio especificado por Terence: Homo sum, humani nil a me alienum puto. De fato, seu espírito de indulgência encorajou-me tanto que, depois de muito pouco tempo, me senti livre para confessar que minha mãe vem mantendo uma espécie de presença supranatural quando estou dormindo e acordado.Nenhuma memória vivente ela me legou em herança, confessei, e, no entanto, ela persiste com tenacidade como memória-espírito.
Ao ouvir isso, miss Marquis olhou para mim com grande prontidão.
“Você quer dizer que ela fala com você? O que ela diz?”
Pela primeira vez naquela manhã, tornei-me reticente. Por mais que ansiasse por contar-lhe, mr. Landor, sobre aquele misterioso fragmento poético, eu não pude. Nem parecia, de modo algum, que ela fosse pedir uma elaboração adicional. Depois de colocar a pergunta, ela a abandonou muito rapidamente e concluiu murmurando: Eles nunca nos deixam, não? Aqueles que vieram antes de nós. Eu gostaria de saber por quê”.
Vacilando, então, falei das teorias que havia proposto para essa mesma questão. “Há momentos”, declarei, “em que creio que os mortos nos assombram porque os amamos muito pouco. Nós os esquecemos, percebe?, não por querer, mas assim fazemos. Toda a nossa tristeza e compaixão dura por um tempo, e no intervalo, por mais longo que dure, creio que eles se sentem cruelmente abandonados. E por isso clamam por nós. Eles desejam ser lembrados em nossos corações. De modo a não serem assassinados duas vezes.”
“Em outros momentos”, continuei, “acho que os amamos demasiado. E como conseqüência nunca ficam livres para partir, porque nós os carregamos, nossos mais profundamente amados, dentro de nós. Nunca mortos, nunca silenciosos, nunca apaziguados.”
Aparições”, disse ela me olhando de perto.
“Sim, suponho que sim. Mas como se pode dizer que retornaram quando nunca foram embora?”
Ela passou a mão em sua boca – cujo propósito, só pude determinar quando ouvi o arroto de alegria ruidosa transbordando de seus lábios.
“Por que é, mister Poe, que eu passaria, numa próxima ocasião, uma hora com você em” – de novo ela gargalhou – “em reflexões das mais melancólicas e não gastaria um outro minuto falando de trajes e bugigangas e das coisas que tornam as pessoas felizes?”
Um brilho solitário iluminava a base da montanha que fitávamos. Miss Marquis, contudo, voltou sua atenção para outro lado e, com a ajuda de um galho não pontudo, começou ociosamente a desenhar figuras abstratas na borda do granito.
“No outro dia”, ela disse por fim. “No cemitério...” [o primeiro encontro deles fora num cemitério e ela passou mal, chegando a desmaiar.]
“Não precisamos falar disso, miss Marquis.”
“Mas sabe, eu quero falar disso. Que lhe contar...”
“Sim?”
“Quão grata fiquei. Abrir meus olhos, é sério, e encontrar você ali.” Ela arriscou um olhar em minha direção, depois deixou escapar de uma vez. “Olhei profundamente em seu rosto, mister Poe, e encontrei ali algo que jamais havia esperado. Nem em mil anos.”
“O que você encontrou, miss Marquis?”
“Amor”,  ela disse.

domingo, 11 de setembro de 2011

NONSENSE

























Eu, debruçado sob minha nuca...
Ah! Essa agonia de dizer
Palavras pretenciosas e tão desgastadas
Medida imaginária de sensações inquietantes.
Passo sob o compasso de meu estado presente.
Eu, mera ilusão e ausente realidade.
Ah! Essa agonia de dizer
Sorver a incredulidade de meu peito
Verter meu sangue em entusiasmado verbo
Insólito momento
Vaga completude
Eu, contínuo nesse instante.
Ah! O instante!
Dileta escolha,
Parcimônia inconcebível.
Duelo crível entre ponderações e fatos improváveis.
Meus medos... Meus hiatos...
Eu, aspereza de minha história.
Ah! A vida em descoberta
Incerta em sua plenitude e em suas memórias
Inevitável e desmedida congruência
De sortes e de absurdos
Ah! A vida!
Nonsense...
Ah! Eu e a vida!
Nonsense...


10/09/2011 – 02:15
Chiquinho Silva