sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Cheia de encantos mil

Amigos enganchados, literalmente VOLTEI!!! No dia 07 de setembro, dia da independência,(seja lá o que isto for), aterrei no Santos Dumont, aeroporto do Rio de Janeiro, levada que fui pelas asas da Gol.
O Rio, como vocês sabem, foi, é e continua lindo. Encontrei minhas garotas de Ipanema em Copacabana, que me fizeram companhia até o dia 08. Encontrei-as lá, pois elas tinham embarcado para a Cidade Maravilhosa na véspera da minha viagem.
Dia 07 fomos ao Jardim Botânico carioca, que fica na Rua Jardim Botânico, 1008 e abre diariamente das 8 às 17 hs. Na estação de metrô Botafogo tem integração. O Jardim Botânico foi criado em 13 de junho de 1818, por D.João VI, príncipe regente na época. É reconhecido como Museu Vivo e reúne mais de oito mil espécies vegetais. O Orquidário estava em reforma, mas visitamos o Bromeliário e o Cactário.
As palmeiras imperiais são o cartão postal do Jardim Botânico.
Nas ruínas da antiga Fábrica de Pólvora, encontrei uma garota que fotografava seu álbum de 15 anos. Calcula que antes ela estava com um vestido igualzinho, mas na cor vermelha.
Como vermelha era a ponte do jardim japonês do Jardim Botânico.
E por hoje é só. Até sexta que vem. Fico no colo da Mamãe Natureza.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

CARNE VIVA - Parte I

Caros Leitores!
Estes dias a morte tem sido pauta de minhas reflexões, em decorrência de estados de doença na família e falecimentos de conhecidos e parentes de amigos meus. Ai pensei neste texto que escrevi a alguns anos e que, apesar de triste, me faz pensar na importância de aproveitar melhor a vida e o o tempo.


Um instante súbito!

A paisagem obscura e clara, claramente obscura, iniciara um desvelamento que até então aquele espírito materializado negara-se a despir. Ao fechar a porta de sua escrivaninha começara a abrir uma fresta onde um fio de luz e ar ocupava espaço no território que se diluía, corroído pela vegetação humana animalesca. O movimento que escondeu os objetos carcomidos por animais artrópodes foi o mesmo que começara a esvaziar a sobrecarga de vazio que ocupava aquela forma informe, esmagada pelo peso da presença do nada.

Não teria permitido a despedida de uma lágrima se não estivesse sido apunhalado pelas aranhas laboriosas que, felizes e tranqüilas, efetivavam seus projetos instintivos de habitar espaços esquecidos.


Que instinto curioso!

Instinto que engravidava a vida daquele animal artrópode que nos seus idos e vindos da inconsciente labuta, preenchia sua vida onde o nada é sempre tudo e nada, e o tudo é o inconsciente eternizado. É certo que é a própria condição do eterno inconsciente, que é o tudo e o nada, que priva aquele ser fragilizado de fechar as portas e contemplá-las por um instante que se tornaria eterno.

Teias, teias, teias, teias... 
aranhas, aranhas, aranhas, aranhas... 
tudo e nada, tudo e nada... 
presença e ausência, presença e ausência... 
completude e vazio, completude e vazio... 
teias, aranhas, tudo, nada, presença, ausência, completude e vazio. 

O tudo que é nada. 

Assim como a presença que é ausência e a completude que é vazio e o vazio que se esvazia de nada e de tudo e que se alimenta das teias e das aranhas para recuperar a lágrima que, abortada, desapegara-se de seu corpo sem sol e sem lua.

Por mais um instante, no meio daquele instante único, seus olhos absortos desviaram-se daquela porta fechada para contemplar a mesma paisagem da nudez que se lhe apresentava. A lágrima abortada insistiu em manter-se viva diante de seus olhos aparentemente abortados, e num aceno de voracidade e angústia ela foi tragada e degustada por uma vontade movida por um lapso de consciência e reação instintiva. Lapso, que vislumbrava a recente e empoeirada paisagem do vazio. Consciência, instinto e incompreensão transitaram naquela mente perturbada pela novidade do já antigo.

Não conseguira registrar a multiplicação das lágrimas que se despediam como folhas de outono. Degustava-as, e eram como sementes em terra fértil, onde os frutos, de tantos que se geravam, caíam sobre a superfície e alimentavam a terra úmida e receptível.


Degustava suas próprias lágrimas amargas e ainda vivas que se expandiam por entre sua estrutura orgânica e se alastravam por sobre sua estrutura tátil, deslizando por entre os labirintos de seus pelos salientes, desaguando sobre os pés daquela escultura cimentada e rachada, diante da porta fechada.


Embriagara-se de suas lágrimas salobras e depressivas, angustiadas e libertadas. Embriagara-se do cheiro de cimento molhado e da paisagem nova e ainda velha, contrastando com o registro fétido de suas dores, ainda que em estado de calmaria insana.


Continua...
Até próxima quinta.

Cheiro de Vida
Gilson Reis

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Aula Nota Dez


No dia 15 de outubro celebramos o Dia dos Professores. Por isso, ao longo deste mês escreverei sobre a situação e o papel do professorado na sociedade atual, principalmente o paulista que é onde atuo. Vou partir da minha própria vivência na educação nos últimos dez anos. O título, “Aula nota dez“ é porque de nós, sempre se espera e exige uma aula perfeita sem, contudo buscar compreender como este profissional atua em uma sociedade com alunos do século XXI, porém ainda nos moldes do século XX. Há que se mudar, e isto é urgente. Mas nossas universidades, públicas e privadas mantém o mesmo modelo das escolas da Educação Básica do século passado. A família também mudou. O núcleo familiar de hoje vai além de pai, mãe e filhos. Hoje existem no Brasil 19 tipos de núcleo familiar. Mas ao professor (a) não foi dada oportunidade para mudar, a não ser quando os índices que medem a qualidade do ensino não atende as expectativas dos observadores externos, a revelia dos mais interessados, professores (as) e estudantes. A educação no Brasil atual está praticamente universalizada, porém, não aconteceu uma preparação com um olhar mais crítico para esta universalização. A escola pública continuou esperando o aluno das classes mais abastadas, que até então era quem a frequentava. Continua aguardando que alunos obedientes e não questionador sente nas cadeiras à frente da mesa do mestre em silêncio. Outro fator importante é considerar quem são os professores (as) de hoje, que com certeza é muito diferente da professora (or) de 20, 30 anos atrás. Como ter uma professa (or) nota dez dentro desta realidade? Durante todo o mês de outubro o assunto que usarei para reflexão será a educação. Além dos meus escritos, publicarei artigos de pesquisadores cujo principal objetivo é refletir sobre a escola no Brasil e conhecer os professores (as) cujas aulas são nota dez.