sexta-feira, 1 de julho de 2011
A João [Benedito] Viana dos Santos
Nas ruas e praças desta cidade
Cantadores e violeiros de repente
Em sua simplicidade
Declamaram em voz corrente.
Um negro alto e valente
Cheio de lorota e fogosidade
Analfabeto e descrente
À sua triste realidade:
Vejo a minha mocidade
Comparo o tempo presente
Que grande desigualdade
Que saudade a gente sente.
Ontem fui fogo ardente
Com o vigor da mocidade
Hoje o velho doente
Não encanta mais a sociedade.
Na sua fragilidade
Dominava o impulso da mente
E com tal sagacidade
Deixava a todos contente.
João Viana – de nascente,
João Benedito, de batisdade
Surgiu como o sol poente
Que se enche de luminosidade.
Um precursor indolente
Passou com a velocidade
E outros a sua historicidade
Trouxeram incansavelmente.
Não posso almejar felicidade
Ah! esse mundo está muito diferente
Amparai-me por bondade
Pois o tempo me é conveniente.
Sigo feliz e contente
Ouvindo da juventude a maldade
Vou rimando e fazendo repente
Enquanto não vem a mortandade.
Pois se há duas ambiguidades
- homem e tempo, seu contingente –
Muito mais há fatalidades
Em se viver eternamente.
Enfim não deixou parente
Apesar da sua longevidade
Nem tão pouco descendente
Que lhe desse continuidade.
As regalias sem irmandade
Delas querer gozar somente.
É a mais pura ingenuidade
Pensa o homem erroneamente.
De mãos vazias vem o decadente
E em toda a sua vaidade
Esquece o homem simplesmente
E vazio parte na igualdade.
Viveu portanto à marginalidade
Do seu tempo tão presente
Ganhou em si notoriedade
Dos cantadores e do repente.
A filosofia e a moralidade
Desta figura vivente
Encerramos na verdade
Que este livro lhe consente.
de Raul Ferreira
Antes tarde do que nunca
Confesso que não encontrava palavras para começar o nosso relacionamento. Soube de sua definição e senti prenúncio de felicidade em nossas vidas...
Reconheci cada assinatura em seu livro de primeiras visitas: O mágico Chico, o cantante encantante Josafá, meu poeta Gilson, minha bruxinha Luiza e meu viajado e aniversariante Laudecir a quem desejo felicidade SEMPRE!
Sob o signo de Cancer, tendo como protetores Nossa Senhora do Carmo e Oxum, cor branca e flor rosa, pedra pérola e flor acácia, bicho gato e talismã elefante, número de sorte 2 e anjo Gabriel como protetor, amigos enganchados, VAMO QUI VAMO!!!
quarta-feira, 29 de junho de 2011
QUANDO MEU AMORZINHO VEM...CEDINHO
No friozinho preguiçoso da matina
Meu amor acena de longe
Onde os raios de sol levantam
E o desperta
O toque soou por entre os ares gelados
E o impulso me lançou à fonte
De onde os raios de sol escaldavam
E meu amor me salda!
E a distância se explicita
Como carne viva!
E a saudade de novo se despe
E essa nudez é como verde da cana
Cortando a alma
O sentimento de sangue em corte
Liquidifica-se ao do estado de graça
Por que o meu amor
Adentrou meu recinto frio
...
Mas o meu amor se foi
E de novo
Um nevoeiro frio se alastrou
E a saudade... fiel companheira
Era meu único cobertor.
Gilson Reis
terça-feira, 28 de junho de 2011
A ILHA ENCANTADA CONTA O GRANDE AMOR DE CHICO POR CATIRINA
Acabo de chegar do Festival Folclórico de Parintins, Amazonas. Trata-se de uma festa popular, realizada anualmente no último final de semana de junho. O festival é uma apresentação a céu aberto, onde competem duas agremiações, o Boi Garantido, de cor vermelha (que este ano falou sobre o tema da "Miscigenação"), e o Boi Caprichoso, de cor azul (com o tema "A magia que encanta"). As apresentações ocorrem no Bumbódromo (um tipo de estádio, com o formato de uma cabeça de boi, capacidade para 35 mil espectadores). Durante as três noites de apresentação, os dois bois exploram as temáticas regionais, lendas, rituais indígenas e costumes dos ribeirinhos através de alegorias e encenações.
Como tudo começou? Foi a pergunta que não quis calar e que quero partilhar com vocês. Segundo consta, a lenda teve origem no Estado do Maranhão (pode ser encontrada em outros Estados), chega pelas bandas do Amazonas passando por um processo de resignificação, embora o personagem central da festa seja o Boi (animal que no Ciclo do Gado, à época da colonização brasileira, em tudo serviu ao homem, sendo o seu mais fiel companheiro no serviço braçal, servindo-lhe de alimentação, vestimenta, remédio e calçado, dentre outros), a lenda conta a história do GRANDE AMOR DE CHICO POR CATIRINA.
O local onde tudo acontece é em uma fazenda. Há ali um fazendeiro, uma sinhazinha, os empregados da fazenda, dentre eles, Pai Francisco e Catirina, os índios, e claro, os bois. Mas há ali um Boi em especial (o Boi mais querido da fazenda pelo qual a sinhazinha e o fazendeiro nutrem um sentimento particular, para se ter uma idéia ele se alimenta na mão de sinhazinha). Catirina está grávida e manifesta o desejo (sentimento muito comum de mulheres grávidas) de comer a língua do Boi. Por amor e com medo do filho nascer com algum problema, ou quem sabe, da esposa perder o filho, Pai Francisco comete um ato perigosíssimo, pois rouba o Boi para saciar o desejo de sua esposa. Quando está no início da matança, é descoberto.
Ao saber do acontecimento, o patrão manda o capataz apurar o caso. De imediato, os vaqueiros apontam Nego Chico como o autor da façanha. Um grupo de vaqueiros é formado para prender o acusado que, ao ser localizado, reage, luta e se recusa a ir à presença do patrão, sendo necessária a formação de uma equipe de índios para intervir na situação. Assim, dominam Pai Francisco que, despojado de suas armas - espingarda e facão -, é conduzido até o patrão. Pai Francisco passa por violento interrogatório, tem de dar conta do boi, sob pena de pagar com a própria vida. De início, nega qualquer envolvimento com o roubo do novilho, mas, finalmente, resolve confessar o crime. Toda a fazenda é mobilizada para salvar o Boi. Então, são chamados os doutores, que não conseguem reativar o animal; os padres, que também não conseguem. Finalmente, os Indios resolvem chamar os Pajés para intervir na situação, estes ressuscitam o Boi. Pai Francisco é perdoado e tudo volta ao estabelecimento da ordem.
As apresentações Folclóricas do Boi Garantido e o Boi Caprichoso, de Parintins, terminam com uma exaltação da força, do poder, da relação, da intimidade dos Pajés com o Poder Divino, como conhecedores dos Mistérios da natureza.
Ouça a toada do Boi vencedor do festival: http://www.youtube.com/watch?v=um-fhU5i_30&feature=related
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festival_Folcl%C3%B3rico_de_Parintins
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Paixão
A letra da canção você pode acompanhar por aqui mesmo. ;-)