A vida é um problema.
De linguagem.
Narrando se constrói importantes personagens
à sua imagem e semelhança,
num cruzamento de "o quê" com "o quê",
conformados.
Destino: ser mulher.
Macabéa feliz, ama a vida.
Vaticinava:
morreria de saudade dela quando morresse.
Ser feia dói?
Não sei.
Sou linda como Macabéa.
Não minto,
me envergonho da verdade.
Macabéa.
Grito contido.
Estrela de cinema
ou
estrela da tarde.
A primeira que vejo.
Me atende o desejo:
Se ele gosta de mim ouço um assobio,
se ele não gosta uma porta bate,
se ele me ama, um cachorro late!
Aquela em que se transformam todos os que não morrem.
Au, au, au...
obrigada estrela,
ele me ama!
Macabéa,
estrela,
que transcedeu a morte,
pois ficou nos corações dos que ainda vivem.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
EU SOU BREGA!
Eu adorei! Pois é, sabe aquelas horas em que você ver tanta verdade na tela do cinema que, de imediato, gera uma identificação? Eu vivi esta experiência, mais uma vez, na sala escura que iluminou sentimentos!.
Algum tempo atrás li na Folha de São Pulo sobre um documentário que retrataria o estilo musical denominado BREGA. Algo controverso este estilo heim! Ser ou não ser brega é uma questão! EU SOU! depois de me ver na tela misturado aos personagens reais ali retratados, não tive dúvida, aliás, sinto que sempre me percebi BREGA, afinal de contas quem sempre apreciou Núbia Lafaiete (Quem é essa???) Rosana, Odair José... o que dizer?
O documentário, da diretora Ana Rieper, apresenta umas pérolas de depoimentos dos apaixonados pelo brega. E por falar em paixão, determinado momento numa cena deliciosa, apresentando três amigas “paleando” ou afogando as mágoas no quintal, uma delas fala: “Mulé! A paixão é a coisa mais brega que eu já vi!! Ela cusumi o ser humano!” Trata-se de uma mulher que se diz triste, amarga e sofredora por dentro, apesar da possibilidade de sorrir um sorriso “livre”. Mas ela diz que ama o brega por que só neste estilo de música ela consegue se encontrar.
Lembro de certa ocasião em que perdi um “grande amor”. Grande amor? É, naquela época era isso mesmo! E não havia melodia mais profunda e trilha sonora mais perfeita do que Carlos Alexandre (Feiticeira) Rosana (Nem um toque e eu querendo, dizer muito prazer) Marquinhos Moura (Meu mel não diga adeus) e outros. Era uma sintonia de musica com sentimentos que só o Brega consegue retratar tão bem.
Outra pérola foi expressa pela empregada doméstica que admitiu gostar de Rita Lee, considerando um outro estilo de musica, mas “o que eu gosto mesmo é do brega! Menina, olha, no brega eu me aprofundo, eu vou no fundo do poço!”.
É assim, não houve um só depoimento que não aproximasse a musica brega da mais genuína vivencia cotidiana de seus admiradores. O documentário é precioso neste aspecto, revela uma verdade profunda, de uma vida intensa, mergulhada na foça! Ou na realização dos prazeres mais desejados de todos nós, como diz a gorda senhora na areia da praia de recife: “Minha filha, o importante é gozar! Eu quero é beijar na boca com sabor de vinho, mesmo que não tenha lareira! Beija encima e acende embaixo!”
Não se pode morrer antes de assistir “Eu vou rifar meu coração”.
Cheiro de vida entregue ao rio...
09.08.12
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Sem inspiração
Como o sol brilhante neste dia em São Paulo
desejo que todos brilhem, com saúde, paz e harmonia.
terça-feira, 7 de agosto de 2012
AMANTES
Palavra. A cantora
Maria Bethania falava sobre a importância da palavra. Desde criança ouvia sua
mãe cantar de maneira divina. E a palavra foi entrando em sua vida dessa forma.
Seu pai era dono de uma voz encantadora e tinha o hábito de recitar poemas,
decorados, pelos corredores da casa. O lar era repleto de livros. Espaço de
encontro de artistas, poetas, músicos... Foi assim, dizia Bethania, que ela aprendeu
a dar tanto valor à palavra. Quando ouve alguém dizer em buscar um texto na
internet sente pena! Ela gosta de estar com o livro, tocar, sentir! Adora pegar
um livro que leu há muitos anos, cantar a mesma música de vinte ou trinta anos
atrás... e sentir naquele mesmo texto, música, as mesmas emoções, ou emoções diferentes,
descobrir coisas novas que haviam passadas desapercebidas...
Acho que foi essa
sensação que tive ao deparar com um livrinho (no melhor sentido da palavra), de
Clarice Lispector, “A Hora da Estrela”. Comecei a folhear de maneira
descomprometida, ler algumas linhas, e quando me vi estava envolvido como se
tivesse necessidade de continuar a leitura. Por puro prazer. Entendi o que
Bethania falava.
É impressionante a
forma em que a “Nordestina”, personagem central do livro, vai sendo
apresentada. Ela é um não ser! Só para recordar:
“...quero
neste instante falar da nordestina. É o seguinte: ela como uma cadela vadia era
teleguiada exclusivamente por si mesma...”
Depois
diz que a “moça, vive num limbo impessoal, sem alcançar o pior nem o melhor.
Ela somente vive, inspirando e expirando, inspirando e expirando.”
E
ainda que “ela era incompetente. Incompetente para a vida. Faltava-lhe o jeito
de se ajeitar.”
Bethania e Clarice Lispector têm
uma coisa em comum. Ambas são amantes da Palavra. Lidam com o verbo de forma genuína. É uma
riqueza que caso algum desavisado ainda não tenha desfrutado, sugiro “A Hora da
e Estrela” como primeira experiência e que vejam e ouçam “Oração ao Tempo”. Tirem
suas próprias conclusões.
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
86ª Festa de Nossa Senhora Achiropita
Hoje falarei da 86ª Festa de Nossa Senhora Achiropita, aberta no dia 04 de agosto e se estenderá até o dia 02 de setembro, na Rua 13 de Maio, no bairro do Bixiga. O leitor poderia perguntar: o que tem a ver os negros com esta festa italiana? Tudo, visto que o Bixiga é um bairro negro na sua origem. A população negra vai se fixar nas baixadas do Saracura, - onde hoje a Av. 9 de Julho e a sede da escola de samba Vai Vai - local que servia como abrigo para escravos fugidos, vindo das mais diversas regiões de São Paulo, mostrando a presença negra aqui, ainda no século XIX. Os italianos vieram depois e quando esta região se tornou oficialmente um bairro, já havia a presença maciça desta população, que vai influenciar a cultura deste lugar, pois trouxeram para São Paulo, dentre outros elementos culturais, a devoção a Nossa Senhora Achiropita, cujo dia é celebrado em 15 de agosto. Em torno desta devoção é feita uma festa, que hoje está na sua 86ª edição e é a mais tradicional festa italiana do Brasil, evento que faz parte do calendário turístico da cidade. O evento é realizado por mais de 1000 voluntários que produzem pratos típicos italianos consumidos durante os finais de semana de agosto. A festividade é uma homenagem da comunidade italiana à padroeira do bairro, Nossa Senhora Achiropita, termo calabrês que significa “imagem não pintada pela mão do homem” e que começou com a chegada das primeiras levas italianas, grande parte da região da Calábria e que se instalaram no bairro, no início do século passado. A devoção dos imigrantes contagiou a comunidade e virou símbolo de religiosidade, fé e esperança, que atrai milhares de pessoas de todas as regiões da capital e do país, para homenagear a santa padroeira e saborear as comidas típicas, preparadas pelas “mamas”, que tornam o ambiente ainda mais festivo. Vale frisar que em todo o mundo só existem duas igrejas dedicadas a Nossa Senhora Achiropita, a nossa no Bixiga (Bela Vista), São Paulo e a outra na Régio Calábria, sul da Itália. Para saber mais entre no site www.achiropita.org.br.
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