A marca registrada da cidade,
além da felicidade
é o caqui, viu Roseli amada,
que tem em todo mês de Abril,
sua festa comemorada.
A maior atração, Conceição,
vem do turismo rural.
Eu te asseguro, Augusta,
que não existe outro igual.
No distrito de Tapera Grande,
em comunhão com a natureza,
tem tratamentos terapêuticos.
Reinildo iria amar
em um deles participar.
Tuiuiú bebe?
Não bebe.
Então quem bebe?
As ararinhas azuis, ou então as amarelas.
O Alexandre garante
que quem bebe é uma delas.
E diz mais: que com bom tempo
podemos verificar
no terreiro de Salvador,
vários bichos amantes da arte,
que só vamos encontrar sóbrios,
no recanto Zooparque.
As balanças ao lado da casa da árvore,
deixaram Gilson e Laudecir
manhosos
e bem curiosos
de conhecer os prédios históricos
construídos por famílias tradicionais,
como o Solar dos Alves Lanhosos.
Uma veio de Araraquara,
outra veio quase que por acaso,
as duas Fátimas não deixaram por menos,
cercadas do verde de Itatiba,
respiraram seus ares em clima ameno.
Luisa nos revelou
que mesmo que estivesse no Canadá,
viria com a Sílvia para o sarau
que ocorreu nas bandas de cá.
Enquanto o sarau transcorria,
Thiago se punha a registrar
a alegria com a chegada do nobre anfitrião,
e vindo do lado de lá,
chega um amigo do coração
para também participar.
Agradecimentos a Conceição,
que com muita generosidade,
o auxiliou na travessia,
para a chegada nesta linda cidade.
O Coletivo Cultural
jamais imaginaria
que ao deixar para trás a Anhanguera,
colocaria como alvo a esperança,
que nos alcançou e não nos abandonou
na estrada Itatiba-Bragança.
Também não imaginaria
conhecer uma nova amiga,
gente da melhor qualidade,
cujo nome é Lia.
Esperança, alegria, alimentação, acolhida.
Fim de semana com muito amor encontramos
no ninho de Silvania e Salvador.
Casal ternura,
simpatia e atenção,
aceite do Coletivo
beijos e abraços
De coração.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
O MISTERIO DA MALA
No mesmo encontro poético no Sitio do Salva e Silvania, em Itatiba, que o Laudecir citou na sua postagem de terça feira, aliás, deixe-me agradecer a sua referencia ao meu nome, mas também dizer o quanto a experiência contou com energias coletivas que vieram de muitas direções. Pois bem, neste encontro delicioso havia uma mala com a qual construí um mistério numa dinâmica das marcas. Ela estava lá encima do tapete e ao observa-la não resisti em torna-la mais útil que sua condição de ambientação.
“Não mexam nesta por nada! Ela não pode ser aberta!” Disse. Imediatamente vieram vozes de curiosidade e ameaças de abrir. Reforcei o pedido.
A dinâmica começou. Nela a Bela Roseli se transformou numa criança e se reportou à sua infância. Que força tem a imagem desta Negra! Na medida em que contava suas experiências, escutávamos atentamente e, no instante que nos identificávamos com algo contado, nos dirigíamos à ela para sermos marcados por uma tinta de cores diferentes. Uma experiência muito delicada! Acho que minha cara ficou bastante colorida, sinal de que nossa infância tem muita coisa m comum viu Roseli!! Não comentei muito sobre as identificações. Augusta aproveitou para contar muitas histórias parecidas, e foi tudo um presente afetivo! Lia também expressou alguns detalhes, como a história da boneca de milho! Que fofo! Ter boneca de milho na infância foi uma realidade de muitas meninas pobres que a cuidavam com aquele carinho materno, até cortando o cabelo. Vaidades humanas atemporais!
“Não mexam nesta mala por nada! Ela não pode ser aberta!” Disse novamente. Perguntaram quem estava ausente daquela roda e insinuaram algo parecido com o caso Yoki. Bizarro! Kkkkk...
O que se pensava como introdução de mais um momento poético do grupo que ali estava, tornou-se o fato principal. As marcas se tornaram objeto de reflexões que não cabiam de tanta profundidade e que nós, poetas, não poderíamos dar conta! O Psicólogo Reinildo nos ajudou um pouquinho e deixou um gostinho de novo encontro para partilharmos mais sobre esta fase tão expressiva da vida
Certa hora eu precisei me retirar para sentir o cheiro da comida que a Conceição fazia e, ao regressar, finalizamos o momento. Depois almoçamos e voltamos para as nossas casas...
E a mala?
Pois é, nem falei da mala, mas aqui vai a revelação do mistério...
A mala, que chegou vazia, naquele momento já estava recheada de belas experiências da infância de cada um de nós... e é assim que ela deve ser lembrada e cuidada.
Cheiro de beleza
Gilson Reis
05.07.12
terça-feira, 3 de julho de 2012
EXPERIENCIAS SAGRADAS.
Em tempos de tantas experiências desencantadoras, falta de solidariedade, ternura, compaixão, amor, amizade, etc., é mais do que justo agradecer quando tudo isso acontece em um final de semana, foi o que ocorreu.
O grupo CCPG esteve reunido em Itatiba para mais um sarau.
Ao Salvador e Silvania nossa gratidão por ceder de maneira tão carinhosa aquele espaço sagrado, localizado em meio aos morros, matas, plantas, animais, flores... para a realização do encontro
Como nada acontece sem que haja pessoas que estejam dispostas a dedicarem seu tempo em favor de uma causa, e nesse caso a causa é a poesia, foi necessário contar com a dedicação, disponibilidade e compromisso de muita gente para que tudo se realizasse.
Vale lembrar que neste ano de 2012 o CCPG completa 10 anos de existência e esse foi o mote do encontro, resgatar memórias, registrá-las, vivenciar novas experiências
É preciso registrar também a presença da Augusta, que há alguns meses não pode se fazer presente nos saraus, mas que sempre esteve em sintonia com o grupo e que neste encontro, como todas as vezes que se faz presente, deixa sua marca: meiguice misturada com energia, sinceridade, palavras de quem a vida o ensinou... É presente a presença da Augusta.
A Conceição, popular Japa como ela mesma se denomina, com seus traços orientais no rosto e no pouco uso das palavras, deixou sua marca colocando a mão na massa, literalmente, para saciar a fome da galera. Que belo jeito de fazer poesia. “Saco vazio não fica em pé”.
Há quem veio de longe. É o caso da Fátima, da cidade de Rincão, interior de São Paulo. Fátima participou do sarau no mês de junho e ficou tão encantada naquela ocasião que disse que faria qualquer esforço para estar presente no próximo encontro. O que se concretizou de maneira surpreendente.
Outras pessoas poderiam ser citadas e talvez até seja uma injustiça não cita-las nesse texto. Por isso, aceite um pedido de perdão. Entretanto não poderia deixar de dizer: seria difícil pensar na concretização desse encontro sem a competência articuladora do Gilson, antes, durante e depois.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
A construção do perfil do negro brasileiro.
Olá pessoal aqui estamos novamente. Um pouco mais tarde é verdade, mais com um texto muito interessante, na minha opinião lógico. Espero que vocês gostem. Hoje explico o porque da minha decisão de pesquisa o negro na sociedade brasileira
e paulistana. Decidi falar sobre o negro na sociedade brasileira,
por diversos motivos. Primeiro porque sou mulher e negra; depois porque além de
negra sou consciente do intenso processo de discriminação e desvalorização que
este povo e sua cultura, sofreram em nosso país ao longo da história. E também
porque acredito que posso contribuir com a divulgação de uma das muitas lutas
pelo resgate e valorização de sua cultura derrubando assim, com o mito, que
existe até hoje, da passividade do negro frente à barbárie da escravidão no
Brasil. Falo isto, porque ainda há pessoas que dizem que o trabalho escravo
brasileiro, durou mais de 300 anos por causa da acomodação do próprio negro. Esta
opinião de certa forma, é até compreensível, pelas seguintes razões: se considerarmos
o trabalho dos poderes públicos, no período logo após a “libertação”, para
apagar todo e qualquer vestígio desta “chaga” que foi a escravidão brasileira.
Se considerarmos também que a literatura que trata dos vários métodos de
resistência usado pelos negros escravizados é muito pequena, ou desconhecida da
população; ficando restrita aos pesquisadores que buscam a verdadeira história
do Brasil. Geralmente os livros didáticos e/ou os professores, quando tratam da
escravidão, não apontam que as fugas, os suicídios, os abortos voluntários das
mulheres, o assassinato de senhores e feitores, as constantes revoltas nas
fazendas, o ingresso nas irmandades - que lhes davam respaldo nos casos de
fugas e alforria - como forma de resistência. Na escola é comum aprendermos só
uma versão, a de quem estava no poder, para quem tudo isto, não justifica a
posição que a maioria da população negra ocupa em nossa sociedade. Muito menos
a situação de discriminação vivida por eles diariamente. Estes são alguns motivos que dificultam
tratar da negritude do povo brasileiro. Quando isto acontece, é mais comum numa
perspectiva sociológica. O que não me parece muito fácil, uma vez que os
sociólogos de uma maneira geral, preferem não se referir ao grande número de
pessoas negras faveladas ou “residentes” nas penitenciárias, como sendo um
resultado dos mais de 300 anos de escravidão no Brasil e exclusão social pós-
abolição. Ao contrário, alguns deles preferem se referir à sua pobreza e
miséria, como sendo conseqüência, ontem,
de sua “incapacidade intelectual”, e hoje, do capitalismo e de todo o sistema
sócio-político que visa selecionar os aptos e capazes e banir do seio da sociedade
os considerados menos capacitados. As irmandades e confrarias – associações
leigas da Igreja Católica – terão um papel muito importante no processo de
valorização do negro no Brasil. Este texto foi extraído da monografia que apresentei no final do curso de Geografia - PUC/SP. Boa semana para nós todas e todos.
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