Depois de receber uma injeção de ânimo de meu amigo Laudecir, saí de meu casulo invernal para respirar o ar primaveril dos acontecimentos poéticos.
Fui dar com meus costados na Avenida Mutinga, 1425, Biblioteca Brito Broca, para prestigiar o Grupo Ô de Casa, que apresentou um sarau de poemas e canções.
Presentes no local, não a rádio, nem a televisão, nem jornais.
Muitos alunos de escolas municipais, ensino fundamental, criançada regada a muita internet, celulares, e similares. Porém, diferentemente do que se pode imaginar, por não ter conhecimento do contexto apresentado, ficaram atentas e participativas ao evento.
Com os cantores Marcos Silva e Tania Clemente e os poetas Eli Clemente, Rosana Damas e Zoraide Liger, tendo no violão e na direção musical o Edson Tobinaga, passamos, as crianças, as professoras, os funcionários da Biblioteca e eu, uma tarde agradabilíssima.
Como homenagem ao Grupo, transcrevo o poema de Cornélio Pires:
Ideal do Caboclo
Ai, seu moço, eu só quiria
prá minha felicidade,
um bão fandango por dia,
e uma paia de qualidade.
Pórva, espingarda e cutia,
um facão fala-verdade,
e u'a viola de harmonia
prá chorá minha sódade.
Um rancho na bêra d'água,
vára-de-anzó, pôca mágua,
pinga bôa e bão café...
Fumo forte de sobejo...
prá compretá meu desejo,
cavalo bão - e muié...
Finalizo minha postagem com uma saudação às tradições culturais, que realça a necessidade de nos encararmos como dotados de identidade e capacidade de expressar nossa maneira de ser.
Ô trem bão, sô!!!
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
SOBRE A INTENSIDADE DE SER...
Eu amo este texto...
mas nem sei o quanto sou capaz de expressá-lo a partir dos pés.
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite
Sarah Westphal Batista da Silv
Por Gilson Reis
30.08.12
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
CRÔNICAS DE UM AMOR
Pausa no Cântico de Salomão para refletir esta crônica, pena que o autor não assinou.
de tal forma que só nos damos conta quando
estamos totalmente apaixonados, quando já é tarde
para qualquer outra decisão que não seja entregar-se.
Ah! Amor!!! Sentimento louco... inexplicável...
inquieto... que me tira o sono e me faz sorrir...
sim sorrir como se o resto não existisse...
sim o resto porque ele, o AMOR, se torna único e principal.
... Que mistura é essa que me faz alegre que me faz triste...
Ah amor! qual será a sua fórmula o seu segredo...
Quantas vezes desejei-te e quantas outras eu quis deixar-te...
Mas nossa vira volta de "amores" que vão e que voltam eu sempre te espero.
E, em cada nova decepção tu AMOR não me largas...
Eu choro, te evito, fujo mas sempre me deparo com você AMOR...
Ah! mas, o que seria da Vida sem tu?
Uma história vazia sem personalidade nenhuma...
Tu me maltratas, mas sem ti não vivo... AMOR!!!"
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Há poemas que são pra gente ficar em silêncio.
Ruminando.
Sem Palavras. Contemplando.
Em forma de
oração.
De
Adélia Prado, à minha amiga Mônica.
Amor,
essa palavra de luxo.
“Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.”
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.”
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Pretos
do Rosário: os negros que sabiam ser negros
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