Hoje, inicio um primeiro momento de três postagens sobre o CUIDAR.
Espero que curtam!
De
ensaios, erros e acertos vive o ser humano, mas no vento que passeia pelas
almas boas é a manifestação da beleza que alimenta um próximo respiro, ou um
próximo passo... mais acertado. O sentimento da beleza no ultimo respiro desse
instante se aconchega na possibilidade de uma janela aberta. Que paisagem se
configura por entre este espaço de infinidades? Que paisagens estes artistas da
palavra e do ato delinearam nas linhas que esta janela abriga? O que nos diz
aquele olhar cuidadoso e aquele colo aquecidamente pronto para o afeto?
Adote um sentimento revolucionário! Todas as cores
têm luz! Há escuridão que ilumina e vozes escondidas com a extensão que a alma
expressa! Aquele corpo frágil pode fortalecer tua rotina. Aquele sotaque
“estranho” pode sintonizar-se com o seu.
Façamos um movimento nacional de afeto intenso,
pois é preciso alimentar o bom senso afetivo nacional. Direitos! Convivência!
Família! Trabalho! Comunidade! Criança! EU!! TU!!! NÓS!!! “Minha casa é meu
lugar”. Então largar-me!, mas nos espaços sagrados do pertencimento. Deixar-me
jogado, mas nos quadrados quentes dessa casa-mãe ou por entre borboletas de um
jardim que cultivei... e depois de um cansaço de se saber largado, cheirar-me
para que eu me renove e adormeça... e me renove... e adormeça...
Ah! Minha casa... meu lugar... Minha mãe...
O porto nem sempre seguro. O porto onde barcos
afogados esperam seus guinchos, num mar onde perolas se perderam... os laços...
Os sonhos... Ao partirem-se os laços inauguram-se monumentos de uma escultura
feita de lagrimas... Obras de arte onde passeiam líquidos encarnados que não se
estancam. Um mar de lágrimas, mesmo amargas, não podem afogar sonhos. Há sinais de vida num porto de inseguranças
onde mergulhadores assistem os sonhos se despedirem...
Naquela rua há um ser humano infantil sem
família...
Silêncio...
Silêncio de horror! Ser humano infantil sem
família é como uma folha verde sobrevoando o deserto de areia caudalosa e o
nada. É como ausência de sombra, num sertão de arvores magras...
E.C.A. é também Espaço de uma Casa Acolhedora – não
tem preço!. A lei é um espelho limpo de uma imagem suja. Uma casa organizada
desenhada num papel. A lei é o inverso organizado de uma roupa amassada. O
reflexo cristalino de uma poça d’água escura. A lei garante algum direito? Ah!
Se este espelho embaçado projetasse esta água límpida! Se esta casa desenhada
se lançasse a um alicerce fértil! Se esta roupa amassada cobrisse o frio dessa
natureza física e este reflexo cristalino lavasse a alma desses homens de alma
escura...
Há hoje um choque de indignação... Essa indignação
não é sentimento perdido nessa atmosfera sombria. Em alguns é um cansaço que a
militância plantou uma desesperança histórica... Uma voz rouca nascida de uma
expressão infértil...
Continua na próxima quinta...