quinta-feira, 19 de abril de 2012

VIOLETA PARRA...



PERSONALIDADES - Compositores - Chile - VIOLETA PARRA 01
Sábado passado, após passar para prestigiar o Artista Costa Senna que estava lançando seu Livro O Lobisomem da Avenida São João, fui ao Sarau organizado pelo Xico Esvael, também um nobre e admirável Artista. Foi um momento inesquecível, uma vez que há músicas que ficaram na historia do cancioneiro popular e que emocionam a cada vez que apreciadas. Eu apreciei o repertório do Xico como quem degusta raridades que parecem que só serão experimentadas uma vez na vida... naquele momento. Naquela noite, Violeta Parra, na voz do Xico me emocionou! Depois daquele dia fui conhecê-la um pouco mais e me deparei com uma canção que convidou minhas lágrimas a se despedirem de mim, pela sua visceralidade e por ter sido gerada do ventre da artista Violeta Parra, de quem eu escrevo nesta quinta feira. Se você não conhece a Violeta, prepare seus sentidos e adentre na força arrebatadora desse cheiro latinoamericano.

Violeta del Carmen Parra Sandoval (San Carlos, 4 de outubro de 1917Santiago do Chile, 5 de fevereiro de 1967) foi uma compositora, cantora, artista plástica e ceramista chilena, considerada a mais importante folclorista daquele país e fundadora da música popular chilena.

Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis, como a canção "Volver a los 17", que mereceu uma antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa.
Outra de suas canções, "La Carta", cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz:

"Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia".

Mas suas canções não apenas são marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como "Gracias a la vida" (gravada por Elis Regina) embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos, assim como a letra comovedora de "Rin de Angelito", quando descreve a morte de um bebê pobre:

"No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã".
Origem: Wikipédia
A canção que me emocionou foi a que segue:

La Carta

Me mandaron una carta
por el correo temprano,
en esa carta me dicen
que cayó preso mi hermano,
y sin compasión, con grillos,
por la calle lo arrastraron, sí.

La carta dice el motivo
de haber prendido a Roberto
haber apoyado el paro
que ya se había resuelto.

Si acaso esto es un motivo
presa voy también, sargento, si.
Yo que me encuentro tan lejos
esperando una noticia,
me viene a decir la carta
que en mi patria no hay justicia,
los hambrientos piden pan,
plomo les da la milicia, sí.

De esta manera pomposa
quieren conservar su asiento
los de abanico y de frac,
sin tener merecimiento,
van y vienen de la iglesia
y olvidan los mandamientos, sí.

Habrase visto insolencia,
barbarie y alevosía,
de presentar el trabuco
y matar a sangre fría
a quien defensa no tiene
con las dos manos vacías, si.

La carta que he recibido
me pide contestación,
yo pido que se propale
por toda la población,
que el «león» es un sanguinario
en toda generación, sí.

Por suerte tengo guitarra
para llorar mi dolor,
también tengo nueve hermanos
fuera del que se engrilló,
los nueve son comunistas
con el favor de mi Dios, sí.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

UM DIA QUASE PERFEITO

Continuando com pedacinhos hoje vou postar um texto de Alessandra Guiduce da Silva (4ª série).

Estava passeando por um parque com muitas árvores, quando de repente pisei em uma varetinha.
Fiquei muito curiosa, pois na ponta tinha uma estrelinha muito brilhante.
Rapidamente peguei a varetinha e ao olhar mais de pertinho, percebi que era igualzinha a uma varinha dos livros de contos de fadas.
Pensei: Será que é de verdade?
Sem querer acabei tocando com a varinha em um arbusto e ele ficou cheinho de flores coloridas.
Quando percebi que era de verdade, fiquei muito alegre, pois poderia fazer muitos pedidos.
Imaginei muitas coisas: ter uma sorveteria só para mim, melhorar o país em que vivemos, ter uma loja de brinquedos, um super parque de diversões, ter uma mansão para morar, etc. etc...
Demorei tanto para decidir que a dona da varinha de condão, ou seja, uma fadinha, apareceu e tive que devolver antes de fazer meus desejos se realizarem.
Nessa mesma hora fiquei desanimada pois a fadinha disse que essas varinhas são para ajudar os outros e não só a si mesmo.
São Paulo, 1996.

terça-feira, 17 de abril de 2012

PROMESSAS DE PASTORES E PUTAS

Sem internet não dá. Três dias já é demais!!!! kkkk. Bom... resolvido! Depois de uma manhã de contatos com essas empresas fornecedores desses serviços. Coisa chata ficar ao telefone ouvindo mensagens gravadas, escolhendo opções do tipo: “se o seu problema é x escolha a opção 1”, “se seu problema e y escolha a opção 2”, e assim vai até o número nove. Pode voltar ao menu inicial. Às vezes tem a opção de falar com um atendente, que também parece uma máquina na sua forma mecânica de atendimento, no excesso de gentileza, de educação, com frases do tipo: “pois não Senhor”, “desculpa Senhor”, “aguarda uns minutinhos, por favor, Senhor”, “Senhor, conta no nosso sistema que...”. Ninguém merece! Deixa isso pra lá, vez que, o problema já foi solucionado.

A postagem de hoje traz um momento curioso do livro O Lobisomem da Av. São João, do nosso amigo Costa Senna, lançado no último sábado, conforme Gilson anunciou na quinta-feira passada.

Há um diálogo entre dois personagens do livro, Jano e Tismério, que chama a atenção. Ambos estão descendo pela Rua Augusta, tão conhecida pela badalação, bares, casas noturnas, teatros, danceterias, etc. Eles conversavam, entre outros assuntos, sobre religião, as atuais formas de pregação, quando então se deparam com um grupo de prostitutas, profissionais do sexo bastante comuns naquela rua, sobretudo no horário em que os dois amigos desciam por ela, meia noite.

Jano perguntou para Tismério: - O que você pensa sobre os pastores?

Tismério olhou de soslaio para algumas meninas, aproximou-se mais e segredou num murmúrio calmo: - Acredito mais na promessa de uma puta que no juramento de um pastor.

De quando se deu esse diálogo, há uns vinte anos mais ou menos, até a atualidade, a proliferação de igrejas e pastores foi algo impressionante. O povo não pensa como Tismério. O número de prostitutas também deve ter aumentado.

Em tempos de uma espécie de “guerrinha religiosa” estabelecida entre líderes da Igreja Universal x Igreja Mundial, em nome de Deus, a resposta de Tismério ao amigo sugere uma reflexão pertinente: as promessas das putas ganham credibilidade.

domingo, 15 de abril de 2012

ACERVO

























Quando escrevo, digo.

Quando apenas digo, não escrevo.

E se escrevo aquilo que digo,

O que digo passa a acervo...

E, se acervo,

Fixo na história o que digo...

E se digo e escrevo,

Portanto, acervo,

Amontoo pensamentos,

Digo-os assertivo

Confesso-os em veemente honestidade,

Mesmo que inconclusivo ou equivocado,

Digo-os na certeza do pensamento

Escrevo-os em absoluta sinceridade.

Celebro meu pensar...

Apesar de concluir apenas como minhas tais verdades...

Quando escrevo o que digo,

As digo em fiel temeridade.


14/04/2012 – 10:46
Chiquinho Silva