quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Eu fico Com a pureza Da resposta das crianças

Pegando o gancho da Conceição quero fazer atual a música de 1982 do Gonzaguinha para a reflexão desta quarta feira.

O QUE É O QUE É

Eu fico                                                                            
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...
Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...
E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...
E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O algoz do homem é ele mesmo

Lendo o livro Vovó leu Nietzsche, de Antônio Stélio, um desses livros que você começa a ler despretensiosamente, e quando vê ele se tornou livro de cabeceira. Stélio é um escritor do Acre, cujo livro chegou às minhas mãos, nas férias de janeiro, através de uma pessoa muito querida. Pois bem, lendo este livro na página 34 ele cita um pensamento de Nietzsche, sobre o qual farei minha reflexão desta semana.  O homem procura um princípio em nome do qual possa desprezar o homem. Inventa outro mundo para poder caluniar e sujar este; de fato só capta o nada e faz desse nada um deus, uma verdade, chamados a julgar e condenar esta existência, diz Nietzsche. Para Stélio este ensinamento, ilustra que não interessa o mundo em que vivamos, sempre vamos procurar botar defeito nele, criar deuses, inventar verdades, julgar e condenar pessoas. Somente enxergamos neste mundo aquilo que desejamos enxergar, aquilo que nos interessa. Estas duas citações é para refletirmos sobre, como em nosso cotidiano muitas vezes manifestamos esta postura desprezível, mesmo quando estamos convictos que estamos politicamente corretos em relação ao convívio com o diferente, sejam pessoas ou situações, e pensar, em que medidas posso ser melhor, se busco de modo crítico enxergar muito mais do que aquilo que me interessa e valorizo. Ainda à luz do pensamento de Nietzsche e da reflexão de Stélio chego à conclusão que, mesmo quando atingimos um nível altíssimo de desenvolvimento tecnológico, onde o ser humano, a natureza, o bem público está supervalorizado, isto se dá em detrimento das mazelas de outros, que a partir do olhar de quem dita o modismo do momento passa a ser o vilão da história, que pode ser destruído, assassinado, julgado e condenado, mesmo sem provas, deposto do poder, invadido, se for uma nação, e sua população dizimada, como estamos vendo nas ações políticas do Norte da África, nos conflitos no Oriente Médio, ou na Fundação Casa em São Paulo, onde jovens infratores, vítimas da sociedade que o incrimina, julga e condena por ser pobre e negro, estão sendo espancados no corpo e na alma por pessoas que os desprezam. È disse que falam Nietzsche e Stélio.