Era uma manhã bonita, os cachos do sol anunciavam festa! Sim,
estava bela, vista do outro lado da janela já cinzenta. E ele pisou o chão em
horas passadas....
E tudo se vestia de alegria.
Que alegria alegre menino!
Já se fazia tempo de mostrar tanto sorriso! De rodar por entre as
alegrias vistas dentro da roda. E era uma roda linda! Cheia de negros e negras.
Era uma roda cheirosa, com cheiros diversos. Passeava por suas narinas o cheiro
de montanhas, paisagens com ares de distância que lembravam saudades nunca
sentidas, mas prometidas como prazer digno de sentir!
Cheiro de carne suculenta que, tão logo sentira, já era presenteado
com um nobre pedaço em seu estado quentinho, exalando suaves neves acaloradas,
pronto para o deleite. E ele se deleitou!! Que menino deleitado! A alegria
passeava na companhia dos cheiros e dos sabores!
Não se obrigada sentar em lugares exatos. Esse menino não era de
lugar algum! Era de onde a paisagem abrigada daquilo que lhe dava gozo!
Comidas, bebidas, cheiros, sabores, olhares, sensações... e gente!! Gente que o
menino alegre abraçava com o calor das águas relaxantes. Que menino relaxado!
Esse menino!...
Quando se percebia degustando a alegria de um idoso em seu
cantinho discreto era só olhos transmitindo vida! Olhar que se misturava aos
sorrisos alforriados daquela negra que se encantara com o seu terreiro em
estado de graça! Saudade de um terreiro cheio de formigas alegres comendo de
suas folhas deliciosas! Que menino comilão esse menino!
Aproveitava a alegria para ser alegre! Não perdia nenhum pedaço
de alegria!
Êita esse menino...
é...
que menino esse...
... ... ... ... ...
Decerto era uma manhã
bonita...
Vista do outro lado de
uma janela já cinzenta...
Em horas passadas...
O menino, de fato,
gastara horas a fio fixando seu olhar numa paisagem inacabada... degustando
suas agruras...
Gilson Reis
10.08.14