Ainda
me lembro daquela linda ninfa.
Partes
de seu corpo, com seus contornos que se comunicavam,
Participavam
de um diálogo – aludiam-se.
Fraquejava
frente a dores invisíveis como de um parto sem o nascimento.
Gritavam
como se a treva a apertasse com seus longos braços vermelhos.
Mas
toda chorosa e perfeita.
Falava
do que não queria, mas que ao mesmo tempo buscava incansavelmente.
Envolta
de sofrimento, a beleza era vivida em lágrimas.
Era
uma mulher de olhar esmagador; fechado.
De
um sorriso vazio – quase sem sorriso!
Uma
vida anulada por questões que não poderiam ser ditas, pois incompreensível
julgava ser.
Mas
completamente repleta de afetos. Também não vividos.
Tinha
grandes seios, como se fosse amamentar uma gama de famintos,
Cujos
desejos sexuais armados em oralidades, a devorava desnuda.
Piedosa
era ela, que parecia não ser assim, pela constituição mascarada de seu ser.
Quantos
segredos ardentes trazia essa fêmea.
Tais
rugas que feito sombras, escondiam sua sutiliza.
Amava
calada na intimidade e escondia a força
propulsora de sua intuição cheia de carícias, de uma vil paisagem sarcástica –
cheias de volúpias provocativas.
Uma
veste moralmente profanada e sempre negra.
Que
parecia a quem olhava, como uma mulher invadida por falos indesejados.
Cabelos
sempre presos sobre a cabeça que permitia mostrar o busto que carregava uma
sutil bijuteria que brilhava como uma lua repleta e cheia.
E
por assim se fazia, cujo tempo não a perdoava e sacrificava a ninfa.
Mas
sua alma virgem, de pele parda como a seda inundava a pureza incompreendida que
trazia, Agia como uma colmeia derramando mel e lambuzava-se.
Com
gestos cálidos e delicados, espalhado entre rumores inescrupulosos,
e
terrivelmente parciais.
Mas
da doçura de um espanto sem fim.
Voltava
para si sem ao menos improvisar o impacto de nenhuma surpresa.
E
assim vivia ela não interpor-se à crueldade do ser que a menosprezava.
Reinildo de Souza.