Em tempos de erupções vulcânicas em torno da adolescência autora de ato infracional, apresento um belo poema. Nele eu encontro uma voz que questiona: Você conhece bem esta fase turbulenta?
Quando chegamos e
contemplamos a paisagem
Sentimos medo dos jovens
vulcões silenciosos
Que ameaçavam nos derreter
Com suas lavas incandescentes
Sentimos medo dos jovens
vulcões silenciosos
Que ameaçavam nos derreter
Com suas lavas incandescentes
Temíamos
morrer queimados
Pelo
ódio vermelho das brasas
Descendo
pelas encostas áridas
Em
busca de espaço e liberdade
Não
sabíamos do momento das erupções
Que
fariam a terra estremecer
Nem
das fendas que nos engoliriam
Para
sempre.
Paramos
temerosos
E
erguemos tenda provisória
Aguardando
a catástrofe
Os
primeiros tremores nos assustaram
Mas
nossa tenda não foi desmontada
Nossos
corações pularam de medo
Mas
a hecatombe não aconteceu
Outros
sismos se sucederam mais fortes
Nossos
corações se acostumaram
E
construímos nossa morada definitiva
Os
tempos passaram...
Os
sismos, as erupções e o estrondo
Estremeciam
nossos corações
De
verdadeiros habitantes da encosta
Acostumamo-nos
aos jovens vulcões
Que
na angustia de sua colérica opressão
Expeliam
suas emoções incandescentes
De
ódio e de amor
Se
assim não fosse
A terra
explodiria
De
fúria e desespero
Cessado
o estrondo
E
vomitadas as lavas necessárias
Os
vulcões aliviados
Retornam
à sua beleza natural
Hoje
preferimos viver na encosta
Entre
os vulcões que rugem e explodem
Do
que no pântano
Entre
as cobras que picam
Escondidas
sob as folhas
Jovens
vulcões
Jovens
vulcões
Ficaremos
em paz
Quando
os homens entenderem
Tuas
explosões.
Luiz
Gonzaga de Freitas Filho.
Por Gilson Reis
25.04.13