sexta-feira, 30 de março de 2012

Lua Crescente

Queridos leitores,
pegando o gancho do tema do sarau do Coletivo, vou escrever sobre a Lua. Tal qual a mulher, a Lua é de fases e para cada uma delas, existem rituais mágicos. E em cada fase da Lua, a mulher assume uma característica diferente, segundo os magos.

Lua Crescente

"Quando a Lua cresce no céu, sou Ártemis dos bosques. Busco os caminhos virgens e neles mostro minha força em cada ramo.
Sou Ártemis quando busco os montes e anseio por novos rumos; quando repudio os limites e não existe o medo.
Sou Ártemis quando me lanço sem amparo, do cume feito com todas as pedras, que tentam, inúteis, bloquear meus atos deliciosamente insanos.
Assim sou Ártemis."

Mulheres e homens lunares, já pensaram no que fazer ao deixar aflorar sua porção Ártemis???

quinta-feira, 29 de março de 2012

EU ADORO TORPEDO! OU O DISCURSO DE GRISELDA



Sim, eu simplesmente adoro torpedo. Alguns amigos que o digam, atormentados ou acariciados pelas manhãs, em que recebem mensagens cheirosas, algumas vezes combinando com o estado de humor de alguns, outras vezes desalinhado para o momento, e certas vezes alterando o espirito de quem carece de afagos, mas de todo modo: Nobre. Viva o torpedo!!

Com o torpedo anuncio que estou vivo! Comunico que estou lembrando do destinatário naquele instante e me enlaço nele quando a mensagem faz a transição do momento em que clico “envia” até o instantaneo acontecimento do receber. Esqueçam as operadoras que entregam mensagens depois de dois dias. Eu sei.

São mensagens de todos os tipos, desde aquelas que perfumam as manhas com cheiros de flores de “alva doce” como diz minha mamae, como outras, mais complexas, filósoficas, teológicas... viche! E tem  essas também é!! Tem. E é sobre estas que quero escrever na minha postagem desta quinta feira.

Eu confesso que gostei muito do final da novela Fina Estampa, espera ai!! Isso é filosófico!! Espera ai camarada, “deixa eu molhar os dedos”. Partilhei meu sentimento com o Laudecir e ele assistiu a novela na replise, emitindo um parecer, especialmente sobre o discusso da Gliselda, na formatura de seu filho. É agora que o torpedo entra em cena, pois o Laudecir aderiu à filosofia  torpediana e me enviou as mensagens que seguem, transcritas, tambem com as minhas respostas:

 “Bonitinho. Discurso pronto, daqueles que o trabalho dignifica... agrada os ingenuos, conforta os coitados que nao tem acesso a uma educação de qualidade, a universidade etc. Honestidade para o povo, ainda que tenham que pagar com a vida, com o sangue. Enquanto isso os podereos defrutam e riem...a exemplo da familia Marinho e tantas outras, quando estao dispostos a dividirem seu conforto em nome da honestidade. Infelizmente. Continuemos comendo as migalhas que caem das mesas fartas lá de cima...”

Esqueça os Marinhos... vamos tirar o que há de essencial no discusso...

“Interessa aos dominantes que esqueçamos os Marinhos e a forma que construiram suas riquesas, O discusso da honestidade utilizo desde sempre. Tenho acrescentado em meu dicusso os interesses de classe, as artimanhas de manutenção do poder que está longe da honestidade – segundo K. Marx. Bem melhor que Gliselda que saiu da miseria por que ganhou na loto, esse exemplo “excelente” de ascensao social... me poupe!

Pobre a sociedade que busca construir e conquistar novos sonhos, tendo como instrumento um passado de tormenta! Este nunca sairá da história, afinal  não sofremos de Alzhaimer, mas nao pode ser tijolo nesta nova construção. Viva Pereirão, com seus sonhos, inclusive o de ganhar na loteria. Sonho que, afinal, é um elemento que muito se aproxima da nossa condição humana.

“Sem o suor do exemplo os mais belos discussos perdem a legitimidade. M. Prisco.”

Nisso nós concordamos. Que pena! Assim acaba o debate! Kkk

Acabou nada! Ainda nao nos convencemos!
Mas por hora eu vou ficar por aqui, e na próxima quarta feira eu publico todo o resto desta deliciosa conversa torpediana!

Cheiro de uva
Gilson Reis
29.03.12   

quarta-feira, 28 de março de 2012

HOJE AMANHECEU CHOVENDO

"Quem falou pra chover agora? (murmurou Filipe antes de sair para o trabalho)
Tão bom dormir com o barulhinho da chuva! (exclamou minha irmã tomando seu café)
Que gostoso o cheiro da chuva!" (esta certamente seria do Gilson)
E assim cada um sente a natureza de acordo com seu estado emocional, ou com sua necessidade naquele momento.
Quando criança morria de medo das tempestades, aprendi com minha mãe, hoje sei que são perigosas como os raios, os ventos, mas não me apresentam tanto medo assim.
Foi a chuva que caiu sobre minha máquina de lavar que danificou o painel eletrônico por duas vezes, não o protegi devidamente, como a vizinha que é mais cuidadosa.
Me molhei ontem os pés principalmente que detesto molhar com a chuva, não levei guarda chuva e nem tão pouco estava com sapatos adequados para enfrenta-la.
E você como está sentindo a chuva hoje?
Sempre que ouço o barulho da chuva me lembro desta música de Mauro Sergio do meu tempo de criança.

Chuva e Lágrimas

Chuva cai e eu tão só
olhando a chuva, comecei a chorar
Foi tão breve o nosso amor
você sabia que iria me deixar
Fui um tolo, eu sei
me entreguei demais
Chuva cai e eu tão só
quem sabe um dia meu sol volte a brilhar

Nunca mais terei
tanta crença assim
Chuva cai, solidão
é só você que vive junto a mim
Chuva cai, onde está
quem me deixou chorando tanto assim
Chuva cai, ó meu Deus
vou chorar, até quando eu não sei

http://www.vagalume.com.br/mauro-sergio/chuvas-e-lagrimas.html#ixzz1qPZ0pVaY

terça-feira, 27 de março de 2012

"RECEITA PARA LAVAR PALAVRA SUJA"

Há alguns dias um amigo fez a gentileza de presentear-me com este texto espetacular da filósofa Viviane Mosé, em que a mesma expõe brilhantemente suas descobertas em relação à PALAVRA. Diz ela: "Eu queria dizer uma coisa que eu não posso sair dizendo por aí.... É que eu tenho medo que as pessoas desequilibrem de si, que elas caiam delas mesmas quando eu disser. Eu descobri que a palavra não sabe o que diz.. A palavra delíra, a palavra diz qualquer coisa. A verdade é que a palavra nela mesma, em si própria não diz nada. Quem diz é o acordo estabelecido entre quem fala e quem ouve. Quando existe acordo existe comunicação. Quando esse acordo se quebra ninguém diz mais nada, mesmo usando as mesmas palavras....A palavra é uma roupa que a gente veste. Uns usam palavras curtas, outros usam roupas em excesso...existem os que jogam palavras fora, pior são os que usam em desalinho, uns usam palavras caras, outros ostentam palavras raras, tem quem nunca troca, tem quem usa dos outros. A maioria não sabe o que veste. Alguns sabem mas fingem que não, e tem quem nunca usa a roupa certa para a ocasião, tem os que se ajeitam bem com poucas peças, outros se enrolam em vocabulário de muitas, tem gente que estraga tudo que usa... e você? quais palavras você veste?? E aí eu fiz uma receita... se a palavra é uma roupa ...eu falei: mas a palavra tá suja demais... a gente usa as mesmas palavras o tempo inteiro... as palavras estão engurduradas... então eu falei: - receita pra lavar palavras sujas:

Mergulhar a palavra suja em água sanitária.
depois de dois dias de molho, quarar ao sol do meio dia.
Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza. Por exemplo, a palavra vida.
Existem outras, e a palavra amor é uma delas,
que são muito encardidas pelo uso, o que recomenda esfregar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em água corrente.
São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem aquelas.
Dizem que limão e sal tira sujeira difícil, mas nada.
Toda tentativa de lavar a piedade foi sempre em vão.
Agora nunca vi palavra tão suja como perda.
Perda e morte na medida em que são alvejadas
soltam um líquido corrosivo, que atende pelo nome de amargura,que é capaz de esvaziar o vigor da língua.
O aconselhado nesse caso é mantê-las sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer é somente aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e máquina de lavar.
O perigo neste caso é misturar palavras que mancham
no contato umas com as outras.

Culpa, por exemplo, a culpa mancha tudo que encontra e deve ser sempre alvejada sozinha.
Outra mistura pouco aconselhada é amizade e desejo, já que desejo, sendo uma palavra intensa, quase agressiva, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da palavra amizade.
Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.
Outro cuidado importante é não lavar demais as palavras
sob o risco de perderem o sentido.
A sujeirinha cotidiana, quando não é excessiva,
produz uma oleosidade que dá vigor aos sons.
Muito importante na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa.
Conviva com a palavra durante alguns dias.
Deixe que se misture em seus gestos, que passeie
pela expressão dos seus sentidos. À noite, permita que se deite, não a seu lado mas sobre seu corpo.
Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne,
prolifera em toda sua possibilidade.
Se puder suportar essa convivência até não mais
perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa.
Uma palavra LIMPA é uma palavra possível."

segunda-feira, 26 de março de 2012

SAUDE PÚBLICA E SUS


Queridos Leitores

Quero dar continuidade ao inconformismo do Gilson sobre sua postagem na semana passada.

A quaresma, tempo litúrgico importante da igreja católica, nos convoca a “amolecer” nossos corações e a refletir sobre nossas ações para que assim possamos nos redimir de atitudes (como a de não olhar para um idoso doente e necessitado) e quem sabe, modificar-nos, fomentando a consciência da necessidade coletiva para constituição da dignidade do ser humano.

Isso me remete a pensar sobre a política de humanização do SUS, já que é disso que estamos falando, “saúde” pública e atendimento humanizado. Mas que saúde? Estamos imbuídos a refletir a 14º Conferência de Nacional de Saúde, realizada em Brasília recentemente onde foram reunidos delegados dos municípios e estados para pensar no futuro do SUS. Percebemos que há um ataque violento contra as OSS (Organização Social de Saúde) uma instância de privatização da saúde, que de certa forma destitui o Estado na responsabilização do oferecimento da saúde ao povo brasileiro, ferindo o que está relatado na constituição.

Bem, qual a complexidade disso tudo? Por um lado, há uma reflexão que as OSS são contratadas por uma falência administrativa do Estado, oferecem um serviço aparentemente de melhor qualidade com ambientes mais favoráveis e funcionários mais qualificados e motivados. Já o Estado, querendo se descomprometer das responsabilidades que lhe cabem, tem funcionários com baixos salários, desmotivados e desvalorizados e com ambientes hostis e com baixa qualidade na oferta de serviços. Isso tudo se reverte à qualidade de atendimento ao usuário.

Quanto à questão econômica, qual a vantagem na terceirização da saúde? Pelo o que é fomentado nos meios acadêmicos, na verdade o Estado, ao contratar uma OSS, termina custeando altos valores pela manutenção da mesma com a idéia do controle e supervisão da mesma.

O SUS ao longo de sua implantação se tornou um orgulho do povo brasileiro pelas conquistas que contadas na história de sua implantação e pela possibilidade do controle realizado pela sociedade civil, usuária desse sistema. Faz-se necessário a continuidade dessa construção, com apoio institucional, pelo Estado e dizendo não a privatização, elevando os investimentos nos equipamentos de saúde bem como nos funcionários, criando a consciência de que a Saúde Pública é um bem do povo e deve ser mantido pelo Estado a fim de oferecer atendimento de qualidade.

Ainda é um sonho que no mundo da saúde pública tenhamos “fraternidade”, direitos e, sobretudo arcar com os deveres advindos desse sistema. Como cidadãos merecedores dessa política não devemos mais passar por situações constrangedoras como a do Laudecir, da Maria, Pedro, Izabel... e de tantos outros brasileiros (as) doentes mas que não chegam a ser pacientes devido carência da saúde pública. Isso já se tornou intolerável.

Reinildo
26.03.12