sábado, 22 de outubro de 2011
Os trens de Minas Dagô-sto ler
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
ELOGIO
terça-feira, 18 de outubro de 2011
“SERMÃO DA MONTANHA”
São muitas as datas comemorativas. Cada uma com seu significado especial. No último dia 15 foi o dia do Professor, pessoas amadas e odiadas, diga-se de passagem, haja visto as notícias envolvendo a vida desses profissionais nos últimos dias, meses, anos.
O diálogo abaixo é uma forma descontraída, não menos séria, de se pensar no ofício do Professor, que o autor, Professor Eduardo Machado, faz ao estabelecer uma relação entre a atividade do Grande Mestre, Jesus, ao pronunciar o Sermão da Montanha aos seus discípulos, como se eles fossem alunos de uma escola contemporânea.
Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem. Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens. Tomando a palavra, disse-lhes:
- "Em verdade, em verdade vos digo:
Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Felizes os misericordiosos, porque eles..."
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas quem perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão, nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para o levantamento dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor titular... Perplexo, Jesus retirou-se para o monte e orou: “Pai, em tuas mãos entrego meus discípulos".
domingo, 16 de outubro de 2011
POÉTICA
Pra que serve minha poesia?
Qual seria a sua serventia?
Se passa noite e vira dia,
Palavra, língua selada sem leitura ou ousadia?
O verbo se revira na virtualidade de uma tela branca, de vida vazia?
De um espaço sem nome e identidade tardia,
Disse, diz e dirá à quem essa tal poesia?
E, se mesmo ciente dessa realidade fria,
Insisto e persisto no palavrório desta elegia.
Faço-me poeta, crendo e contendo sua suposta magia...
15/10/2011 – 18:08
Chiquinho Silva