quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

TRADIÇÃO VERSUS NOVIDADE ?
OU EU QUERO FICAR GRÁVIDO EM 2012!

A principio a palavra tradição assusta os mais livres! Afinal, afirmar-se tradicional desperta, neste outro, um sentimento de disparidade entre a flexibilidade versus o permanente, de novidade versus o de sempre, de inovação x conservação.

Eu tenho tentado fazer o esforço de renovar a idéia do velho tranformando-o numa novidade... para mim. Quero dizer: A tradição é uma novidade que se repete continuamente e veste trajes novos cada vez que a encaro de tal forma. Afinal, o que há de permanente debaixo ... ou encima deste “mundão de Deus”?  por que não ao lado... acho que quero vê-lo na direção menos cristalizada, penso que mundo nao é coisa a qual se tenha que definir a posição. Deixa pra lá!

Algumas manifestações da tradição são tão... é isso mesmo! Tradicionais! que há de se imaginar que é “pra vida toda e pra toda vida”. Teria muitos exemplos a expor nesta mesa enfeitada de fim de ano, mas vou ser o bastante tradicional e mencionar o que todo “filho de Deus” fala nos dias atuais: O Natal.

Não adianta, o senso comum já estabeleceu que o “espírito do natal contagia”, acho que a ciência terá dificuldades se atrever-se a contestar. “Alguma coisa acontece no meu coração” e não é só quando “eu cruzo a ipiranga com a avenida São João”, mas quando eu vislumbro as primeiras luzes piscantes no verde de qualquer das árvores esquecidas na correria das avenidas, ou fazendo brilhar janelas tão tristes ao longo dos dias do ano... hum! Curioso... as pessoas não se atrevem a debruçar-se na janela iluminada... quase não se ver ninguem apreciando a rua de sua janela colorida. Janelas viram estrelas da noite!

Na noite de Natal, de novo e todo ano, nasce o menino Jesus. Deixem nascer! Pra quê matá-lo, afinal? Eu tenho sentido que a tradição natalina só carrega em si a gravidez do novo! Há sempre um desejo de renovação. De emangrecer! De começar um trabalho voluntário! De, no ano seguinte, centrar-se mais na família! De fazer um novo curso! De mudar o visual! De valorizar mais os amigos! De casar! De separar!... ... ... Eu aprecio a tradição que se renova! Eu me renovo em cada instante que se repete!

Acho que os tradicionais podem ser os amantes do tempo e da memória, trajan-se, anualmente, de herois, maltrapilhos, Jesus, Maria, nascidos, crussificados, ressuscitados... e depois assumem a batura do cotidiano como são, de fato, dando vida ao sentido de continuidade...

Neste Natal,  querido amigo intimo, leitor, irmão, potencial amigo...
                   querida amiga intima, leitora, irmã, potencial amiga...

Ame o que, de tão velho, se enrubece da novidade que só poderá gestar-se de si mesmo! De si mesma! Não há nada de tão antigo que não possa permanecer brilhando, e que não seja parido de teu ventre!

Ah! Eu estou gostando tanto de escrever isso aqui que acho que quero ficar grávido em 2012! E ir... parindo  de... li... ci...o ... sa... men... te "filhos" iluminados!

Feliz Natal! (Quer desejo mais tradicional que é esse?) e o que vou desejar em seguida tambem.. próspero ano novo!

Gilson Reis
Natal de 2011

Foto: Eu e minha afilhada Rayssa

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Hoje indo para casa de minha irmã de ônibus pude novamente contemplar o céu, gosto de olhar o horizonte enquanto viajo, enquanto faço minha peregrinação de ida ou volta do trabalho. Normalmente na volta porque na ida o pensamento está voltado para o momento da chegada no trabalho o que quase sempre é em cima do horário e também a ida normalmente tem sido de metrô, a volta é mais comum porque venho de ônibus.
Hoje o que me despertou a atenção foram as nuvens... interessante, imediatamente me veio a lembrança de Inocência apresentada outro dia neste blog pelo Gilson. Pois é, a Inocência tem uma poesia linda quando ela fala das nuvens.
Eu vi nuvens maravilhosas no entardecer, mas a que me despertou a atenção foram duas:
Uma no formato de 3 ursos enormes, brancos, tão brancos que parecia algodão, de costas para outra nuvem também enorme do cor cinza que parecia uma montanha. Aos poucos ela foram se desfazendo ou se transformando, porque nuvem é assim não tem muita constância, logo mudam, ora uma coisa, ora outra coisa, parece personagem está sempre representando papéis.
É como se transportar da terra para o céu para assistir uma peça de teatro, mudo, sempre mudo, deixando a interpretação a nosso gosto.
Obrigada Inocência por despertar essa maravilha de contemplar as nuvens nos diversos formatos, nos levando aos mais profundos sentimentos, simplicidade de pensamento.
Lembrei também de uma música que gosto demais.

NUVEM PASSGEIRA
Hermes Aquino

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

NÃO ADIANTA ESCREVER MEU NOME NUMA PEDRA
POIS ESTA PEDRA EM PÓ VAI SE TRANSFORMAR
VOCÊ NÃO VÊ QUE A VIDA CORRE CONTRA O TEMPO
SOU UM CASTELO DE AREIA NA BEIRA DO MAR

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

A LUA CHEIA CONVIDA PARA UM LONGO BEIJO
MAS O RELÓGIO TE COBRA O DIA DE AMANHÃ
ESTOU SOZINHO, PERDIDO E LOUCO, NO MEU LEITO
E A NAMORADA ANALISADA POR SOBRE O DIVÃ

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

POR ISSO AGORA O QUE EU QUERO É DANÇAR NA CHUVA
NÃO QUERO NEM SABER DE ME FAZER OU ME MATAR
EU VOU DEIXAR EM TI A VIDA E A MINHA ENERGIA
SOU UM CASTELO DE AREIA NA BEIRA DO MAR.

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

EU SOU NUVEM PASSAGEIRA
QUE COM O VENTO SE VAI
EU SOU COMO UM CRISTAL BONITO
QUE SE QUEBRA QUANDO CAI

http://www.vagalume.com.br/hermes-aquino/nuvem-passageira.html#ixzz1h8IqFQD0

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

PROJETO DE DEUS

Pegando o gancho do texto “ADVENTO: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo”, em que nosso amigo Reinildo faz uma excelente reflexão sobre a passagem do evangelho de Lc 1, 23–38, anúncio de que Maria fora escolhida para ser a mãe de Jesus, aflorou em mim o sentimento de que a devoção à Maria, tão enfatizada pela Igreja Católica, tem sua razão de ser. Embora essa prática seja condenada pelas igrejas não católicas, protestantes, evangélicos, etc. Lembro agora do depoimento de minha amiga Luiza em que a mesma ouviu da boca de uma pastora, em uma palestra, a confissão de que a devoção à Maria era uma das coisas mais bonitas realizada pelos católicos. E que sentia certa inveja disso. A pastora em questão certamente compreendia o que Reinildo mostra em sua reflexão, ou seja, que Maria disse SIM à proposta de “amor, justiça, partilha, fidelidade e compromisso com o seu próximo”, desafio que o mesmo deixa no ar para todos os leitores com a interrogação: “seria possível nos dias de hoje alguém se entregar ao projeto de Deus assim como Maria o fez?”
O mundo anda muito confuso, complexo, individualista. Enfim, a lista de adjetivos, tanto negativos quanto positivos, poderia ser enorme, o que é desnecessário. Tentando ser objetivo em relação à pergunta proposta por Reinildo, digo: creio que há pessoas que se entregam ao projeto de Deus. Não como Maria o fez, pois igual a Ela não pode ser. Cada um o faz do seu modo, a exemplo da Irmã Dorothi. Vejam no Youtube estes vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=RFVXtvNZpA4
http://www.youtube.com/watch?v=Xj8aoHtEnpw

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

ADVENTO: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo

Amigos, celebramos agora o último domingo do advento, esta liturgia nos prepara para o Natal do Menino Deus, desta forma como foi combinado encerramos essa sequência exegética. Assim, vamos observar o que nos prepara esse evangelho. Estamos falando da perícope de Lucas 1, 23 – 38. Seria interessante a leitura desta perícope para compreender o contexto da reflexão. A cena desse evangelho situa-nos numa aldeia da Galileia, chamada Nazaré, lá onde tudo aconteceu. A Galileia, região a norte da Palestina, à volta do Lago de Tiberíades, era considerada pelos judeus uma terra longínqua e estranha, porque mantinha contato permanente com as populações pagãs. Daí a convicção dos mestres judeus de Jerusalém de que “da Galileia não pode vir nada de bom”. É nesse cenário aonde o Salvador vem a nascer. Quanto a Nazaré, era esquecida pelos judeus por ser uma aldeia pobre e ignorada, ela nunca era citada na história religiosa judaica e, portanto, considerada as margens dos caminhos de Deus. Lucas inicia seu relato mostrando o diálogo entre Maria e o anjo Gabriel. Este lhe faz uma saudação “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo”. “Ave” em grego significa “Kairê”, muito mais que uma saudação, mas sim a ressonância do anúncio da salvação à filha de Sião, Maria que representa a fraqueza do povo de Israel cuja fragilidade e delicadeza personificada que presenciará a Salvação do povo de Israel diante de todos os outros povos. Qual o proposito de Deus para Maria em seu projeto? A Maria, Deus propõe que ela seja mãe de seu filho que se chamará Jesus que significa “Deus salva”. O anjo lhe apresenta esse filho como o “Filho do Altíssimo” que herdará o trono de seu pai David e o seu reinado “não terá fim”. Essas palavras remontam as promessas de Deus no AT no livro de Samuel através das palavras do profeta Natã. Portanto, o propósito de Deus era que Maria tivesse a incumbência de mostrar ao mundo aquele enviado por Ele para ser o Salvador, o Messias com a proposta de salvação para todo povo de Israel.








Que resposta Maria da a Deus? Ao responder a Deus, Maria também dá uma resposta ao seu projeto. Maria logo faz uma objeção, uma reação natural ao tamanho do proposito que lhe é oferecido. Maria fica assustada com o compromisso que assumiria, esse chamado é o grande teor da vocação de Maria e dos Homens de todo o mundo. Diante da objeção que Maria faz, o anjo garante que o Espirito Santo virá para garantir esse proposito de Deus e que ela portaria no ventre o Messias enviado por Ele.
O final do relato Maria responde “eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Ao afirmar-se como serva Maria coloca-se humilde e reconhece que é uma eleita de Deus. No AT ser servo significava um titulo de glória, reservado aquele que Deus escolheu e que reservou para o seu serviço. Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projeto de Deus.





Agora para refletir, seria possível nos dias de hoje alguém se entregar ao projeto de Deus assim como Maria o fez?





Queridos, desejo que esse natal seja verdadeiramente cristão. Que todos possam vislumbrar a luz, que todos possam abrir-se aos caminhos do Senhor e que todos possam dizer sim a suas propostas de amor, justiça, partilha, fidelidade e compromisso com o seu próximo. Um grande e Feliz Natal do Menino Deus.





Reinildo de Souza

domingo, 18 de dezembro de 2011

CICLO II

Retorno oportuno...
Fecha-se ou abre-se o ciclo semanal...




Quantos...
Tantos...
Quantos?

Dezembros juntados, nascidos ou mortos,
Novembros vencidos, vividos, apostos,
Outubros fadados, medrados e dúbios,
Setembros lembrados, pálidos ou esquecidos,
Agostos gostosos, desgostos, sem gosto,
Julhos juntados ao meio ou aos pedaços
Junhos sonhados, pulsados e seus longínquos instantes,
Maios maiores que tudo ou menores que um ínfimo,
Abris escancarados ou ensimesmados em vãs tolices,
Marços marcados por flores, sabores, pudores, ardores, temores,
Fevereiros fantasiados em fuga, em delícia e em folias... Fúteis nostalgias,
Janeiros que findam... Que principiam... Ou que adormecem...

Tantos...
Quantos...
Quantos?


09/12/2011 – 22:34
Chiquinho Silva
Republicado

Obs.: Esta poesia, pensada sem fim ou início, buscando um ciclo contínuo, pode ser lida e interpretada de seu inicío ao fim ou, se preferir, de seu fim ao início.

Nota: Imagem - O calendário dos Maias prevê o fim do mundo em 2012. A civilização que habitou o sul do México entre 2000 a.C. e o século 17 dominava astronomia e criou um calendário de 365 dias. Está tudo gravado em uma pedra circular que marca os dias até 21 de dezembro de 2012. Aí não tem saída: o mundo acaba junto com o calendário desse povo que foi dizimado pelos espanhóis.