quinta-feira, 17 de abril de 2014

MEU AMOR AO FILHO PRÓDIGO Dedicado a todos que partiram de suas casas


Vai...  
Cuida bem de tua vida
Se aprendestes a  amar, então amas
Se aprendestes a servir, então sirvas.
Mostra tua face, tudo que és
No desconhecido que agora buscas.
Seja prudente.

Vai...
Leva contigo o que te pertence
Lembras com carinho
Que eu também sou teu.
A idade da liberdade é a mesma da responsabilidade,
Quando não o é, envelhece-se e arruína-se mais depressa.
Quero ser cúmplice de um vôo responsável
Mas se o mesmo não o for
Quero também ser colo e alivio para a dor da queda.

 
Vai...
Prefiro a tua ousadia em desatar os nós
E ir em busca do que ainda não existe.
Prefiro a tua iniciativa “cega”
Teu vôo sem destino pelos ares desconhecidos.
Prefiro tua coragem para enfrentar a caverna
Que outros não ousam aproximar-se.
Admiro tua decisão de ver um rastro de claridade
E dali almejares uma dimensão grandiosa.
Prefiro tua possível cara quebrada, sangrada.

Prefiro tudo isso a essa condição inexpressiva
De quem permanece no comum da vida
Seco.
Vazio.
Sem as novidades das tentativas
Sem as perspectivas dos ensaios e erros
Rotineiro.
Mecânico.

Num eterno caminho sem horizontes.
Como árvores sem galhos
Seca
Sem o pouso das aves
Para seu instante de canto e festa.

Vai...
E quando voltares
Seja como estiveres
Sei que acima de tudo
Te agradecerei a ousadia
Que nunca te fará estancar a vida

Teu Amigo

Gilson Reis
17.04.14