sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Aura de curinária

Atendendo ao pedido de Luiza, que jurou que nunca esteve no Canadá, transcrevo nesta postagem a homenagem que fiz aos japoneses, me utilizando dos nomes de pratos que compõe sua deliciosa culinária:

Vieram de tão longe... tantas contribuições, principalmente gastronômicas.
"Saquê" só: Yakissoba e há que falte;
Yakimeshi e o que fica parado;
Shoyu e voxê, misturados ao dendê.

Tofu e mal paga, pior, posta na conta;
niquiri do meu tema ki, não sabe que ali mais adiante, quem tempurá, não te derrubará.

Guiozá não fosse uma robata.

Missoshiro que dê um sayonara pois missô o assunto, né?

Nakombi vou te apanhar no aeroporto.

Arigatô.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

VIAGEM... capitulo I


Queridos Amigos e Queridas amigas!


Só vocês, leitores, para fazerem com que eu escrevesse o relato de algumas “peitisqueiras” de Buenos Aires. Que delicia! Aliás, antes de aqui publicar o escrevi à mão, como nos velhos tempos, a pedidio de uma ilustre amiga de Recife. Degustei a saudade daquele tempo em que escrevia assim para três duzias de pessoas queridas.

Pois é  gente! Escrevi estas memórias num domingo à noite, vinheta do Fantástico e comercial das casas Bahia. Pouco animador, resolvi colocar música e ninguém mais do que Carlos Gardel embala, agora, a trilha sonora desta comunicação com vocês. 

 

E por falar em Carlos Gardel...amei Buenos Aires! até voltei mais magro e com certa rigidez no corpo... como assim? Perguntou Ricardo lá em Recife! Eu e o Naldo andamos mais que jumento no auto sertão. Mas foi opcional, caminhando fizemos descobertas a cada dia, seja de ruas, prédios belíssimos, pessoas tão belas quanto nós, lojas de DVD, CD e roupas. Todas com venda de imã de geladeira. Gente! Como é a geladeira desse povo? Ou é só pra turista pobre? Eu investi em CD e DVD, e imã de geladeira, pena que lá não deu pra ouvir as músicas.

Não me furtei de ir ao cinema, na Avenida Rivadavia, endereço do hostel onde fiquei e, bem ao meu ladinho, ficavam várias salas de projeção de filmes argentinos. Tive noção do que é ruim e do que bom na produção dessa gente! Mas um deles me marcou. Povo de Deus! O filme chama-se “Las Acácias” – gravem bem! Eu gosto de filme lento, mas este ...    ...    ...     ...   ...  ... ... ...    ...     ...   ...   ...    ...     ...     ...     ...     ...     ...    ...    ...    ...   ... ...  ...  ... ...   ...   ...   ...   ...    ... ...  ... ...   ...   ...   ...   ...    ...  ...    ....   ...    ... 

3 minutos iniciais o personagem caminhoneiro dirigindo...
2 minutos pra mijar... ...  ...
Ainda bem que não foi “passar fax”!!! ...
5 minutos pro telespectador, fumante ou não fumante, assistir ao cabôco viajante fumar um cigarro, depois voltar... devagar... pra... dirigir... a... gerigonça...
Assisti até o fim! Sou forte!!!!!! Guerreiro!!!!! Merecia um busto!!
Mas foi lindo ter assistido “Verdades verdadeiras” sobre as Mães e agora Avôs da Praça de Maio. No final muita gente chorando, aplaudimos o filme com emoção!  

E os personagens marcantes desta viagem?
Que delicia rever Buenos Aires a partir dessas pessoas!
Mas esta história vai ficar para o próximo capítulo...

Cheiro de curiosidade
Gilson Reis - 09.02.12

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PÉROLAS DE CLARICE LISPECTO

Neste momento estou pensando em meu amigo Anderson, com o qual trabalhei há alguns anos. Ele tinha verdadeira paixão por Clarice Lispector. Muitas vezes soltava algumas destas pérolas, as quais dedico a você, querido, e aos leitores desse blog para que possam refletir...

“Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.”

“Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida.”

“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”

“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.”

“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

NISE DA SILVEIRA




Aos amantes do teatro, estreou na semana passada um espetáculo magnífico: NISE DA SILVEIRA – SENHORAS DAS IMAGENS. Trata-se de um monólogo intensamente ensaiado pela atriz Mariana Terra com direção de Daniel Lobo. Será apresentado numa temporada que vai até 29/03 às quartas e quintas, 21h. Teatro Eva Herz - Livraria Cultura - Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073) - São Paulo. Telefone: (11) 3170-4059. Para saber um pouco dessa mulher que transformou o mundo do tratamento psiquiátrico no Brasil, deixo sua biografia.


FORMAÇÃO:


Sua formação básica realiza-se em um colégio de freiras, na época, exclusivo para meninas, o Colégio Santíssimo Sacramento, localizado em Maceió, AL. Seu pai foi jornalista e diretor do "Jornal de Alagoas". De 1921 a 1926 cursa a Faculdade de Medicina da Bahia, onde formou-se como a única mulher entre os 157 homens desta turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina.[1] Casa-se nesta época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem vive até seu falecimento em 1986. Em seu trabalho ele aponta as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil. Em 1927, após o falecimento de seu pai, ambos mudam-se para o Rio de Janeiro, onde engajou-se nos meio artístico e literário. Em 1933 estagia na clínica neurológica de Antônio Austregésilo. Aprovada aos 27 anos num concurso para psiquiatra, em 1933 começou a trabalhar no Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental do Hospital da Praia Vermelha.





PRISÃO:


Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros marxistas. A denúncia levou à sua prisão em 1936 no presídio da Frei Caneca por 18 meses. Neste presídio também se encontrava preso Graciliano Ramos, assim ela tornou-se uma das personagens de seu livro Memórias do Cárcere. De 1936 a 1944 permanece com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas. Durante seu afastamento faz uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro Cartas a Spinoza em 1995.




CENTRO PSIQUIÁTRICO ENGENHO DE DENTRO:


Em 1944 é reintegrada ao serviço público e inicia seu trabalho no "Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II", no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retoma sua luta contra as técnicas psiquiatricas que considera agressivas aos pacientes. Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim em 1946 funda nesta instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional". No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a Psiquiatria então praticada no país.










MUSEO DA IMAGEM DO INCONSCIENTE
A biografia de Van Gogh é uma referência importante para os estudiosos interessados em compreender as possibilidades terapeuticas do trabalho criativo frente às perturbações emocionais. Em 1952, ela funda o Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro, um centro de estudo e pesquisa destinado à preservação dos trabalhos produzidos nos estúdios de modelagem e pintura que criou na instituição, valorizando-os como documentos que abrem novas possibilidades para uma compreensão mais profunda do universo interior do esquizofrênico. Entre outros artistas-pacientes que criaram obras incorporadas na coleção desta instituição podemos citar: Adelina Gomes; Carlos Pertuis; Emygdio de Barros, e Octávio Inácio. Este valioso acervo alimentou a escrita de seu livro "Imagens do Inconsciente", filmes e exposições, participando de exposições significativas, como a "Mostra Brasil 500 Anos". Entre 1983 e 1985 o cineasta Leon Hirszman realizou o filme "Imagens do Inconsciente", trilogia mostrando obras realizadas pelos internos a partir de um roteiro criado por Nise da Silveira.



PIONEIRA DA PSICOLOGIA JUNGUIANA NO BRASIL
Os estudos de Jung sobre os
mandalas atraíram a atenção de Nise da Silveira para suas teorias sobre o inconsciente. Através do conjunto de seu trabalho, Nise da Silveira introduziu e divulgou no Brasil a psicologia junguiana. Interessada em seu estudo sobre os mandalas, tema recorrente nas pinturas de seus pacientes, ela escreveu em 1954 a Carl Gustav Jung, iniciando uma proveitosa troca de correspondência. Jung a estimulou a apresentar uma mostra das obras de seus pacientes que recebeu o nome "A Arte e a Esquizofrenia", ocupando cinco salas no "II Congresso Internacional de Psiquiatria", realizado em 1957, em Zurique. Ao visitar com ela a exposição, a orientou a estudar mitologia como uma chave para a compreensão dos trabalhos criados pelos internos. Nise da Silveira estudou no "Instituto Carl Gustav Jung" em dois períodos: de 1957 a 1958; e de 1961 a 1962. Lá recebeu supervisão em psicanálise da assistente de Jung, Marie-Louise von Franz. Retornando ao Brasil após seu primeiro período de estudos jungianos, formou em sua residência o "Grupo de Estudos Carl Jung", que presidiu até 1968. Escreveu, dentre outros, o livro "Jung: vida e obra", publicado em primeira edição em 1968.

Espero que gostem do espetáculo, pois é uma honra entrar em contato com tal trabalho.

Reinildo

domingo, 5 de fevereiro de 2012

MIRAGEM




















Mirei o horizonte e o azul saltou-me aos olhos.

Insólita paisagem.

Descomunal expectativa de viver.

Belezas que emprestam cor ao pensamento.

Sedução refletida.

Momento.

Miragem.

A densidade de mim incendiada de calor.

Pleno contorno de minha quietude e de meus assombros.

Onde a dor saboreia a esperança.

Onde o pranto faz aliança e traz frescor.

Nobreza de mim.

Fragrância divina de flores essenciais.

Histórias.

Longitudes.

Memórias latitudinais.

Sou o que em mim brota magia.

Pelo saber que me liberta e pelo amor que me escraviza.

Este elo infinito de sutis recomeços.

Assim, estremeço face ao encanto de simples melodias.

O que era noite, em dia sucumbiu.

Emergiu de um olhar.

Numa lágrima fortuita.


03/02/2012 – 22:22
Chiquinho Silva