sexta-feira, 27 de abril de 2012

Manhãs de abril, quase de maio

Adoro as ladeiras! Perto do farol tem uma árvore, copa aberta no espaço. O sol sendo filtrado através da copa, deposita em cada galho um reflexo, que se assemelha não a um fruto maduro, mais, mas muito mais que isso. Assemelha-se a um fruto incandescente.
É claro que a coisa não é bem assim; mas só desperto quando o sinal que era maduro volta a ser verde, como se o outono durasse apenas uma fração de segundo, e o carro de trás buzina insistentemente, me avisando que acordou dez minutos mais tarde.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

ALGUÉM FOI EMBORA

Quando o amor vai embora
Fica o silêncio
a saudade.
.
Restam no entanto as lembranças
Do tempo que passamos juntos

Quando alguém desaparece de nossos olhos
para nunca mais voltar resta somente
a lembrança, a saudade, a dor.

Que sentimento de vazio!
Seja de qual perda for
só não é tão vazio, pelas lembranças, saudades e dor.

Sr. Antonio obrigada por ter feito parte da nossa família.
Dona Tereza, sentimos com a senhora este sofrimento de perda.

Não sabe do que estou falando!

Sabe sim, certamente você já perdeu alguém.

Minha homenagem às famílias de cinco jovens do Espírito Santo que desapareceram das vistas de suas famílias nesta semana passada. Morreram num acidente de carro.

Minha homenagem a todos os que estão sofrendo pela perda de alguém, seja ela qual perda for.

terça-feira, 24 de abril de 2012

SÃO JORGE, ROGAI POR NÓS... OGUM LÊ MEU PAI...

Ontem foi dia de São Jorge. Independente da fé que cada um professa e a forma como a coloca em prática, vale lembrar essa data e essa imagem idiossincrática:


São Jorge está na vida do povo seja pelo viés da religião, da música, da arte em geral. Que diga os Jorges de Plantão: Jorge Aragão, Jorge Vercilo, Seu Jorge, Jorge Bem Jor, etc. “ São Jorge por favor me empresta o dragão...”
Uma pesquisa rápida sobre a vida de São Jorge diz que “Nasceu na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.
São Jorge é hoje venerado no mundo inteiro pela Igreja Católica, Ortodoxa, Anglicana e, de maneira especial nas religiões de matrizes africanas – Umbanda e Candomblé. Nestas religiões, no Brasil, o Santo fora sincretizado com Ogum, que “na mitologia yorubá é o Orixá ferreiro, Senhor dos metais, GUERREIRO. Daí que os filhos de Ogum são pessoas fortes, combatentes, peões, corajosas, perseverantes, amantes da justiça.




segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tempo para as coisas



Quantas coisas na vida temos que
dar conta hoje. A vida contemporânea nos consome sem que nos demos conta. A
velocidade da vida que corre com o tempo e enquanto isso deixamos de viver a vida de forma mais humana.
Amamos de forma inexorável. Relacionamos-nos
sem conhecer quem, aliás, não precisamos nem ver o outro. Apenas relações
superficiais. A tela do computador aos poucos vai nos tornando fúteis, sem
vínculo, sem afeto, sem amor , sem nada. Perguntamos, portanto: ainda somos
humanos?
Como vivemos se não vivemos? Um
dia serei como uma ave, assim como um falcão. Quero voar em altas atitudes,
respirar ares de vida. Vida de imensidão. Tempo de ser o que se é, de existir.
Isso sim que é vida. Não passamos de um passo
para o finito e não saímos disso. O finito é tão pouco pra quem é
verdadeiramente humano. Ser humano é ser ilimitado. Ser humano é caminhar para
o infinito, sem barreiras, sem fronteiras, sem interdições. É puro
desenvolvimento do próprio eu. Quero ser assim. Um falcão é assim.
Hoje não temos tempo para voar,
para doar-se, para ser ou ainda para crer. Em que acreditamos? Nas dividas da
vida que a todo tempo vamos dando conta, mesmo sem querer. Somos convocados para
o não ser sem direito de dizer não, para o acúmulo de marcas, modelos e corpos.
Não é permitido andar de pés descalços ou de chinelos com toda liberdade que a
vida nos permite. Não é permitido. Abrimos mão disso e por isso matamos e
morremos no tempo que é vil.
Quantas coisas na vida temos que
dar conta, sem dar conta que não temos tempo para dar conta da própria vida.
Reinildo

domingo, 22 de abril de 2012

APATIA




Ainda que em silêncio me converta,

Não espere de mim a afasia.

Pois em corpo e sangue

Vertem-me lírica heresia.

Onde as noites refletem em dia,

E meus dias, por noites inteiras,

Sucumbiram em poesia.



Sete vezes,

Vezes sete dias.

Mesmo que em métrica vazia,

Descortinou aos olhos daqueles que os moveu

Sob a lírica de tal obra em agonia.



Sou artífice de dor, sabor ou apatia.

Metáfora imaterial,

Fática comunhão.

Fatídica alegoria.

Palavra em vão.

Épica nostalgia.


20/04/2012 – 23:19
Chiquinho Silva