Quando cheguei no Aeroporto de Recife, logo enviei um torpedo (adoro torpedo!) para os amores da terrinha, dizendo: “Voltei Recife! Foi a saudade que me trouxe pelos braços”. Saudade de muitas pessoas, lugares, situações e do “tempero da gente”. Hoje vou falar deste tempero, mais especificamente, da culinária que, dentre outras coisas, deixou minhas férias inesqueciveis!
Chegamos, eu o Valteir, no inico do dia 06 de junho e, ao chegarmos na casa do Aurelio, meu irmão, deu-se início aos prazeres nordestinos com um bom pedaço de queijo coalho! Acho que comi quase dois kilos deste queijo durante as férias, na sua versao natural e assado! Após o descanso noturno, nada mais delicioso que um cuscuz com ovos, inhame e aquele pão bolachao que comia na minha infancia! Depois se seguiram outras delícias. Pamonha e tapioca de coco na casa da mamãe e, no sarau na casa da Ceça e Vilde, a Sula nos presenteou com uma saborosa galinha caipira com polenta. “Mas tem que botar a polenta primeiro menino, depois a galinha com o caldinho”. Disse ela.
Na Ilha de Itamaracá, para os nativos, desgastada, para os visitantes, bela! Foi lá que almoçamos uma suculenta galinha à cabidela, pretinha, banhada pelo sangue da própria finada. Na Ilha, ainda comemos um peixe de sabor estranho, frito antes de cozido no leite de côco. Não gostei muto, mas ali tinha que comer peixe. Valeu pelo cenário que combinava perfeitamente com o prato!
Eu estava ansioso para comer carne de sol e na mesa de jantar ela ali estava para meu deleite, ainda acompanhada com inhame, era de lamber os beiços! Numa noite disposta à uma cervejinha, lá vao os botequeiros desbravar os sabores. Pimeiro foi a casquinha de siri, uma iguaria marítima que eu não apreciei. Depois o camarão empanado que eu desfrutei, mas era muito pequena a porção para sete famintos. Mudando de boteco, paramos numa esquina barulhenta e de arriscada higiene. Ali ficamos e nos acabamos de comer a porção de arrumadinho, a versao atual da multiplicação dos pães, pois encheu o bucho de 7 farristas e ainda sobrou pra o santo!
Férias em família não pode faltar uma típica comida que enche a mesa e os olhos, que torna-se objeto de curiosidade, “Vou passar na tua casa pra comer heim!” “Hummmmmm! Vou me acabar visse”!. Esse lugar coube às duas buchadas de bode que eu e Valteir fomos comprar no antigo mercado municipal de Camaragibe. À primeira vista não satisfaz os sentidos. O processo de preparação não é simples, a Sula, minha amiga, junto com a Cida, minha irmã, lavou tudo na água e no vinagre, cortou tudinho em picadinhos, costurou e deixou o tempero assentar até o outro dia. Já era domingo e os familiares e amigos vinheram de todas as partes para saborear a comida típica que nao pode faltar em nehuma festa pernambucana.
Saciados, fomos dormir para apreciarmos a tradicional Feira de Caruaru, na segunda feira, com grandes amigos e amigas, onde nos despediamos de uma das mais gostosas férias que eu vivenciei.
Ah! E ao chegar em São Paulo, depois de três horas de atraso no vôo, fomos agraciados com um abastado almoço compensatório, no Congonhas Grill. Ali já era a culinaria tradicional paulistana. Sentimento de estar em São Paulo, com seu friozinho, os movimentos acelerados, o abraço do afeto que espera, a noite chegando, sono cansado, despertador... e é hora de trabalhar.
“Voltei São Paulo! Foi a saudade que me trouxe pelos braços”
Cheiro de bolo de rolo!
Gilson Reis
19.07.12