quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

CAUSOS DO REI LUIZ GONZAGA - 100 ANOS DE VIDA

Exu, 13 de dezembro de 1912, nascia Luiz Gonzaga... a 100 anos atrás.

 

A Morte da Galinha


Quando eu fazia faculdade de Engenharia Civil, conheci um cidadão do Crato - Ceará ( não lembro o nome dele agora, mas o apelidávamos de "Ceará").
Ele me contou que um tio dele comprou uma fazenda que era de Luiz Gonzaga, e Gonzagão vendeu com tudo que tinha dentro: algumas cabeças de gado, algumas aves, etc. 
No meio dessas aves, havia uma galinha, pela qual, segundo o "Ceará", Gonzaga tinha grande estima!
O interessante é o seguinte: no dia 02 de agosto, de 1989 (data da morte de Luiz Gonzaga) essa galinha amanheceu morta, sem vestígio algum da "causa-mortis".
"Tadinha", - dizia sempre o bom "Ceará" -, "a bichinha morreu foi de tristeza mesmo, sêo moço! 
E essa vida, sem Gonzagão, por acaso, vale a pena?..."
Pior é que a galinha tava certa!

Contribuição: João Neto - Recife – PE

 

Pêdo Mêa Garrafa


E qué ôta???
Então lá vai!
Luiz tinha outro amigo, de nome "Pêdo Mêa Garrafa". 
(Ele é citado na estória Karolina com K", gravada por Lua. É aquele que dança com Karolina, enquanto Lua toca).
Pois bom. 
Cês sabem qual a origem do apelido do "Pêdo Mêa Garafa"?
Não? Então, prestenção:

Pedro, (até intão só Pedro), bebia muito. E Luiz, que gostava muito dele, lamentava o fato. - Luiz não bebia!
Uma madrugada, Luiz encontrou com Pedro bêbado, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, e ainda... com uma garrafa de pinga no bolso. 
Luiz brigou, deu conselho, fez o diabo. E pediu a Pedro para parar de beber.
Pedro concordou. "Se o cumpadi tá pedino... páro na hora. Pronto, parei."
Então, cumpade, faz o seguinte: para celebrar este momento, DERRAME AQUI NA CALÇADA essa garafa de pinga! - disse Luiz.
E Pedro: "Bão... o cumpadi mi disculpe, mas isso eu não posso fazer, não.

E Lua: "Mas, por que não pode?"
E Pedro: "Porque sô mêa garrafa é minha. A ôta metade é do Anselmo de Lica!"
E Gonzaga: "Ôxente!... então joga fora a SUA METADE, home!"
E Pedro:        "Também não posso, cumpade!
Gonzaga     "Não pode... por que?"
E Pedro:        "Porque a MINHA metade é a que está POR BAIXO!!!"
Dizem que "Pêdo Mêa Garrafa" nunca parou de beber. Mas também nunca mais se livrou do apelido que Gonzaga lhe deu, naquela mesma hora:
"Então vai com Deus, compadre "Pêdo Mêa Garrafa!!!"
                                                                                     
                                                                                   Contribuição: Compadre Luiz Lemos
Gilson Reis
13.12.12

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

CALENDÁRIO

O tempo vai jogando fora
brinquedo,
desenhos,
rolhas de garrafa,
vai dobrando papéis,
fechando gavetas,
empilhando livros,
apagando etiquetas.
Que bom que o tempo tem tantas coisas a fazer!
Se não as tivesse,
ele teria sido apenas um corpo
que desliza, oscila, cansa e envelhece.

Flora Figueiredo

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

DESABAFO

O cantor Mano Brown tem feito valer sua voz ante a violência na cidade de São Paulo; postura que não é novidade se pensar que as letras de suas músicas são, na grande maioria delas, um grito de protesto e denúncia das diversas situações de injustiça a que a sociedade brasileira enfrenta, de ordem política, étnica, econômica, policial, etc.
Na última premiação do Troféu Raça Negra, patrocínio da Mercedez, Petrobrás, Itaú, Bradesco, Santander, etc., realizada na Sala São Paulo, onde estavam diversas personalidades públicas, líderes da Faculdade Zumbi dos Palmares, Afrobras, Carlinhos Brown, Martinho da Vila, Margareth Menezes, a secretária Luiza Arruda que representava o governador Geraldo Alckmim... só pra citar alguns nomes, Brown quebrou o protocolo da cerimônia e causou certo constrangimento àqueles acostumados a seguir os rituais, proferir chavões, agradecimentos esperados... enfim, aquela rasgação de seda que costuma se ver em grandes cerimônias. Ao receber o troféu, o Rapper fez um desabafo, um protesto contra a onda de violência que assola São Paulo, sobretudo as periferias, atingindo de maneira peculiar jovens pobres, negros na sua grande maioria. De maneira corajosa e provocativa disse: “eu gostaria que Ele (Governador Geraldo Alckmim) estivesse aqui”. Emendou sua fala, de maneira crítica, dizendo absurda a fala de Alckmin ao tentar justificar o alto índice de homicídios no Estado de São Paulo relacionando o fato ao excesso de pessoas que nele residem. Lamentou por torcerem pelo o mesmo time (Santos). Alguém da plateia gritou: “troca de time”. Ao que Brown respondeu: “É mais fácil trocar de governador.”
Ontem, dia 10 de dezembro, Brown recebeu o Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos, na Assembléia Legislativa de São Paulo. Santo Dias fora um operário, líder sindical, assassinado por um policial no ano de 1979, aos 37 anos de idade. Foi velado na igreja da Consolação e seu funeral acompanhado por milhares de pessoas que protestavam pelo direito à liberdade, associação sindical, greves, etc. Só para entender de onde se dá a origem dessa premiação.
Também nessa ocasião, Brown quebrou o protocolo dizendo que sempre foi arredio a esse tipo de evento, que Aquela Casa (Assembléia Legislativa) não é sua zona de conforto. Gosta da perifeira, junto a pessoas simples. Entretanto, considerando o peso do evento, do momento, a causa, não pode rejeitar o convite. Disse ainda que por onde tem passado tem dado seu recado. Considerou o plano de governo de Alckmin de suicida, chamou-o de governador da chacina, entre outras afirmações igualmente provocativas... Por fim, terminou sua fala sugerindo o impeachment do governador. Ocasião em que foi ovacionado pela platéia.