Relacionar
a Pedagogia do Oprimido com as Medidas Socioeducativas talvez não tenha sido a
intenção direta do Paulo Freire ao escrever sua Obra, mas, é indiscutível que a
realidade dos adolescentes em conflito com a Lei, é parte enraizada nesta
pedagogia, tendo em vista seu caráter histórico - contextual onde toda
realidade oprimida situa-se. Portanto, os adolescentes em cumprimento de Medida
Socioeducativa, enquanto grupo social, participam da vivência em sociedade,
ainda que excluídos, como afirma Paulo Freire, prejudicados em sua forma de
pensar, sentir, criar e transformar.
As medidas socioeducativas não teriam sentido se não objetivassem a humanização do adolescente que executou ato infracional; tal atitude é impulsionada por diversos fatores, extremamente relevantes na análise e na critica frente ao ato realizado. Quem é o adolescente autor de ato infracional, vilão ou vítima? Qual o grau de responsabilidade a ele imposto? De que forma é imposto? Como castigo ou como desejo de humanização?
As medidas socioeducativas não teriam sentido se não objetivassem a humanização do adolescente que executou ato infracional; tal atitude é impulsionada por diversos fatores, extremamente relevantes na análise e na critica frente ao ato realizado. Quem é o adolescente autor de ato infracional, vilão ou vítima? Qual o grau de responsabilidade a ele imposto? De que forma é imposto? Como castigo ou como desejo de humanização?
Na efetivação do trabalho social, através do acompanhamento dos adolescentes, muitos questionamentos/provocações se apresentam ao Educador e, na medida em que estes se alimentam dos desafios, a experiência profissional se engrandece. Será que nos sentimos provocados/questionados frente aos comportamentos/reações dos adolescentes? Em que eles nos provocam? O que se questiona a partir da relação/vínculo estabelecida com o adolescente e sua família? Quais as aprendizagens acerca da sua realidade e de sua família? De que forma se desenvolve a nossa participação no processo de execução da medida? Qual o valor dado às iniciativas, responsáveis ou não, do adolescente? De que forma aborda-se a realidade social da qual são vítimas os adolescentes, sua família e os Educadores? Qual o perfil de Educadores? Qual o limite? O que os caracteriza? Que diferenças e semelhanças existem em relação ao professor escolar? o religioso? os pais? Como é possível captar nos adolescentes, a forma como se percebem no Mundo? Teriam auto consciência? auto análise? Se não os tem, qual é o desafio? Como iniciar esse processo de auto conhecimento para que o mesmo faça uma cisão com a realidade infracional? No atendimento/acompanhamento, como se desenvolve o diálogo com o adolescente? Quanto tempo se dedica? Quais os assuntos fundamentais? De que maneira se desenvolve no adolescente um senso critico e capacidade de criar alternativas para a vida?
A realidade socioeducativa atual apresenta um considerável desafio. Fala-se de ressocialização dos adolescentes, mas essa sociedade, em diferentes aspectos concernentes ao bem estar social não se constitui uma referencia saudável. É preciso uma nova paisagem social com a participação juvenil ousada, valor intrinsecamente característico da adolescência onde habita uma inesgotável criatividade, espírito empreendedor, realizador, ativista, crítico. Mas o oprimido é prejudicado na sua capacidade de pensar – afirma Paulo Freire – e a superação desse prejuízo constitui-se um elemento desafiador na efetivação do trabalho com adolescentes em conflito com a Lei. É preciso recuperar a humanidade roubada, através de um permanente movimento de busca, num processo de novas e profícuas descobertas em que restitua o potencial de superação do “ser menos” para o “Ser mais”, situação em que seu protagonismo aflora.
Na próxima quinta feira nos encontramos para mais reflexões Freireanas.
Cheiro
Gilson Reis
16.05.13