segunda-feira, 4 de junho de 2012

Paz na Terra

Pai nosso que estás no céu,
santificado seja Vosso nome, mas reconheça:
dessa vez o Senhor pisou na bola...
Acaba de chegar no Seu domínio céu, um rapaz iluminado, que se o Senhor tiver um pouquinho de juízo, o convocará para fazer parte de Seu ministério, ocupando a pasta da Boa Vontade.
Por falar em vontade, respeito Pai, a Vossa, mas no caso do Naldo, o Senhor bem que podia ter nos consultado.
Periodicamente o Coletivo faz uma reunião e desde já nos colocamos a Vossa disposição para a discussão de alguma pauta que o Senhor queira incluir.
A poesia nossa de cada dia, hoje está sem graça, cinza, sem vida.
Perdoai esta Vossa filha de número 5.558.225 se Vos parecer prepotente, mas o questionamento é importante quando se está preocupado(a) com o destino de nosso planeta.
Abolir sacolinhas plásticas nos supermercados não é solução.
Escolher as criaturas que podem partir de nosso convívio, sem que nos pareça injustiça de Vossa parte, é decisão sábia.
Sabemos que a morte paradoxalmente é a única certeza da vida, mas no caso do Naldo, eu ainda acho que foi cedo demais.
Bem, outra hora nos falaremos mais demoradamente.
Quanto a você, Naldo, doce amigo,
o seu caixão de defunto foi pequeno, suponho,
para abrigar seus anseios,
para conter tanto sonho.

P.S.: Pai, recomendo a leitura de 1000 coisas para fazer antes de morrer. Eu mesma não fiz nem a metade.


2 comentários:

  1. Gostei do texto Marli. Mas me falta palavras para reflexão sobre a ausência do Naldo.

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  2. Belo! Querida Marli!
    E só... por hoje...
    Cheiro de saudade

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