terça-feira, 22 de janeiro de 2013

DIA NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Depois de alguns dias ausente nas publicações neste blog, retomo com um tema bastante oportuno, ou seja, O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado no dia 22 de janeiro. Vários atos religiosos ecumênicos aconteceram pelo País, momento em que autoridades religiosas, da sociedade civil, governamental, artistas, enfatizaram a necessidade de uma convivência harmoniosa, pacífica.
Todos sabem que a pluralidade religiosa no Brasil é um fato. O processo de colonização e de cristianização do País não deu conta de eliminar as tradições religiosas indígenas, africanas, que foram intensamente combatidas, inclusive com atos de violência. Daí poder afirmar, com certeza, o poder de sobrevivência dos valores religiosos e culturais de um povo.
Pode-se dizer que o Brasil é um País sincrético (uma espécie de mistura de várias crenças, práticas religiosas), por mais que alguns grupos religiosos tentem negar essa realidade. Dificilmente se encontra um praticante religioso católico  ileso das crenças e práticas religiosas de matrizes africanas, e vice-versa. Só para citar um exemplo. O mesmo pode-se dizer de qualquer outro grupo religioso: protestante, evangélico, pentecostal, neopentecostal, etc. De forma que o povo brasileiro não crê nisso ou naquilo. Crê nisso, naquilo e naquilo outro! E a  prática religiosa não é diferente! Nisso se caracteriza o sincretismo religioso.
Entretanto, é preciso considerar a dimensão conflitante nesse processo de sincretização, muitas vezes alimentada por líderes religiosos e ou praticantes fervorosos de um determinado grupo religioso, igreja. E nesse processo a matriz religiosa africana merece destaque. As prática religiosas de matrizes africanas foram associadas a rituais malignos, coisas do mal, para fazer o mal.   Em grande medida essa ideia fora difundida e alimentada pelos padres católicos, pastores protestantes, e mais recentemente, esse mesmo olhar tem sido intensamente enfatizado pelos grupos religiosos pentecostais e neopentecostais. 
Os resultados dessa prática são gravemente negativos. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, o número de denúncias de atos de intolerância religiosa no Brasil, no ano de 2012, cresceu "mais de sete vezes", comparando com o ano de 2011.  A ministra Luiza Barros afirmou que "os ataques às religiões de matriz africana chegaram ao nível do insuportável", sendo necessária uma ação mais enfática por parte do Estado pois "'não se trata apenas de uma disputa religiosa, mas, evidentemente, de uma disputa por valores civilizatórios".

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