segunda-feira, 18 de março de 2013

A Saúde do Povo Negro e Pobre no Brasil

O descaso com relação à saúde da população negra já vem desde a Travessia do Atlântico quando muitos africanos, acometidos por moléstias eram atirados ao mar. Ao longo da história, os afro-brasileiros tornaram-se vítimas da negligência da saúde pública tornando-se, assim, os que menos têm possibilidades de prolongar a sua vida, nos diz Antônio Aparecido da Silva, mestre em Teologia pela Universidade Alfonssiana de Roma, professor da Faculdade N. Senhora da Assunção, do Instituto Teológico São Paulo; é membro de grupos e movimentos sociais no Brasil e na América latina, tais como Centro Atabaque de Cultura Negra e Teologia e Celam. Sobre a saúde do brasileiro, de acordo com o noticiário diário constatamos que a saúde no Brasil há muito tempo está na UTI. É comum ouvimos notícia de pessoas que morreram em frente aos hospitais sem atendimento; que ficam horas ou até anos, aguardando por uma consulta médica ou que morrem em função da demora. Isto é uma vergonha porque temos o melhor sistema público de saúde do mundo; porém ele precisa funcionar. A saúde e a educação são bens primordiais para a população.  Diante disto, a saúde passa a ser mais uma das muitas dívidas do Estado Brasileiro para com a população pobre, que na sua maioria é negra, logo as que mais sofrem com a falta de atendimento médico. Aparecido da Silva lembra que vivendo à margem da sociedade, nas periferias menos ou sem assistência, nas favelas, nos alagados onde não chega qualquer tipo de infraestrutura, a população negra foi sempre vítima primeira das epidemias, até mesmo daquelas consideradas mais simples de serem combatidas: sarampo, gripes, varíola, (dengue). Como hoje não se busca mais as causas das mazelas que atinge a população negra e pobre, é comum na sociedade consumista em que vivemos, onde impera a lei do mais forte condenar esta população à própria sorte; ou seja, morreu na fila do hospital por cauda da sua incompetência; é pobre porque quer, a oportunidade é igual para todos... é mesmo? O fato é que no Brasil ainda falta uma política de saúde pública que possa prevenir este tipo de situação. A saúde, ou seja, um sistema público de saúde que atenda a todos indistintamente é direito de todos e dever da nação.  O Brasil tem esta dívida com o povo negro e pobre. Só seremos uma nação melhor quando todas as pessoas tiverem condições de vida plena, com educação, moradia e saúde para todos.

2 comentários:

  1. Só a falta de vontade política justifica a precariedade da saúde no Brasil. Mas é uma forma de exclusão, pior que esta não exclui deixando-nos vivos para contestar, pois trata-se de uma forma de exclusão que desemboca na morte!
    Ah se os mortos escolhessem a quem atentar!!!

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  2. Hoje com a morte de Emílio Santiago, lembrei que ano passado quando fui levar meu pai pra fazer fisioterapia (vítima de AVC), observei que das 7 pessoas que estavam na sala 5 eram negras. Fiquei incomodado e externei essa percepção a enfermeira. Ela me deu uma aula rápida, dizia que essa doença afeta em maior proporção a população negra.... e que devia haver uma política pública específica focada na população negra em se tratando de AVC

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