segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os pretos do Rosário de São Paulo

A igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo está no centro velho da cidade de São Paulo, que é historicamente o centro financeiro do país, hoje uma cidade global. Um aspecto que chama a atenção desta igreja em relação a outras dedicadas a Nossa Senhora do Rosário é que ela foi construída por pretos, pardos, escravizados, forros e livres e que resistiu ao crescimento tecnológico e urbano paulista. Só estes dois aspectos, a diferencia de outras igrejas erigidas por pretos nas cidades históricas do Brasil. Por estar próxima ao centro desde sua fundação, em 1711, sofreu influência das transformações que a acercavam. Em função do crescimento da cidade, muitas igrejas que existiam nas proximidades do triângulo formado pelo rio Tamanduateí e o rio Anhangabaú, foram demolidas, inclusive a igreja de Nossa Senhora do Rosário que existia no Largo do Rosário, conhecida desde 1721, quando São Paulo ainda era a Vila de Piratininga. Era uma pequena capela “assim meio oculta pelos lados do Anhangabaú. Esta região era mais do que subúrbio, onde pretos e escravos se dedicavam a Nossa Senhora do Rosário”. Em 1725, com a vila subindo à categoria de cidade, e com o advento do café, o número de habitantes da jovem cidade aumentou, assim como também o número de fiéis do rosário, por isto foi construída uma capela maior. Em 1728, a Irmandade do Rosário solicitou à Câmara ordem para erigir um templo a Nossa Senhora. Tendo recebido permissão para tal construção, a mesma foi finalizada em 1737.      As transformações da cidade, fez com a igreja de Nossa Senhora dos Rosário batizasse o largo com seu nome e também a rua que vai da antiga igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos até o pátio da Sé. Em torno da igreja residiam negros escravos e ex-escravos. Seus festejos no pátio da igreja ficaram famosos e foram conservados até o início do século XX. Com a chegada destes novos moradores, em 1898 o local onde ficava a igreja foi pedido pelos poderes públicos, sendo transformado em uma praça que recebeu o nome de Praça Antônio Prado, para homenagear um antigo prefeito. Em troca foi dado aos negros, um lugar do outro lado do rio Anhangabaú. O local se chama Largo do Paissandu e só poderia ser usado para o culto religioso, ficando proibida a construção de casas e também do cemitério que existia ao lado da antiga igreja. Assim, em 1906 é inaugurada a nova igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos que se encontra há um século no Largo do Paissandu.






Um comentário:

  1. Oi Ceça!
    Recomendei à minha irmã Ceça as segundas feiras como dia especial para as pesquisas que faz sobre a comunidade negra.
    Eu estarei sempre aqui me enriquecendo com suas informações
    Cheiro negro

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