A igreja de Nossa Senhora do
Rosário dos Homens Pretos de São Paulo está no centro velho da cidade de São
Paulo, que é historicamente o centro financeiro do país, hoje uma cidade global.
Um aspecto que chama a atenção desta igreja em relação a outras dedicadas a
Nossa Senhora do Rosário é que ela foi construída por pretos, pardos,
escravizados, forros e livres e que resistiu ao crescimento tecnológico e urbano
paulista. Só estes dois aspectos, a diferencia de outras igrejas erigidas por
pretos nas cidades históricas do Brasil. Por estar próxima ao centro desde sua
fundação, em 1711, sofreu influência das transformações que a acercavam. Em
função do crescimento da cidade, muitas igrejas que existiam nas proximidades
do triângulo formado pelo rio Tamanduateí e o rio Anhangabaú, foram demolidas,
inclusive a igreja de Nossa Senhora do Rosário que existia no Largo do Rosário,
conhecida desde 1721, quando São Paulo
ainda era a Vila de Piratininga. Era uma pequena capela “assim meio oculta
pelos lados do Anhangabaú. Esta região era mais do que subúrbio, onde pretos e
escravos se dedicavam a Nossa Senhora do Rosário”. Em 1725, com a vila subindo
à categoria de cidade, e com o advento do café, o número de habitantes da jovem
cidade aumentou, assim como também o número de fiéis do rosário, por isto foi
construída uma capela maior. Em 1728, a Irmandade do Rosário solicitou à Câmara
ordem para erigir um templo a Nossa Senhora. Tendo recebido permissão para tal
construção, a mesma foi finalizada em 1737. As
transformações da cidade, fez com a igreja de Nossa Senhora dos Rosário
batizasse o largo com seu nome e também a rua que vai da antiga igreja de Nossa
Senhora do Rosário dos Homens Pretos até o pátio da Sé. Em torno da igreja
residiam negros escravos e ex-escravos. Seus festejos no pátio da igreja
ficaram famosos e foram conservados até o início do século XX. Com a chegada
destes novos moradores, em 1898 o local onde ficava a igreja foi pedido pelos
poderes públicos, sendo transformado em uma praça que recebeu o nome de Praça
Antônio Prado, para homenagear um antigo prefeito. Em troca foi dado aos
negros, um lugar do outro lado do rio Anhangabaú. O local se chama Largo do
Paissandu e só poderia ser usado para o culto religioso, ficando proibida a
construção de casas e também do cemitério que existia ao lado da antiga igreja.
Assim, em 1906 é inaugurada a nova igreja de Nossa Senhora do Rosário dos
Homens Pretos que se encontra há um século no Largo do Paissandu.
Oi Ceça!
ResponderExcluirRecomendei à minha irmã Ceça as segundas feiras como dia especial para as pesquisas que faz sobre a comunidade negra.
Eu estarei sempre aqui me enriquecendo com suas informações
Cheiro negro