terça-feira, 23 de outubro de 2012


Olhando para a História dos 10 anos de estrada e poesia do CCPG encontrei um texto do Chiquinho, que tomo a liberdade de republicá-lo nesta semana em que nos preparamos para comemorar essa trajetória...

VAI!

Pra cada passo um retrocesso esgueiro,
Passo a passo, passo em falso...
Pra cada ombro, uma lágrima desperdiçada.
Gota a gota, amargo fel...
Gênio mudo, medo e céu
Oco surdo, justo... És réu
Pisco o olho, escuro breu.
Fez barulho e se escondeu...
Trilha selvagem que te esqueceu
Na maré de vida obcecada, pré-destinada
Contada em pedacinhos,
Seus sonhos, seus vinhos, caminhos
Carinhos de ninar, beijos de afagar,
Doces quereres, bobagens e prazeres.
Novas viagens, velhas rebeldias,
E se ias, vai! Vai!
Acolhem-te os tempos, refúgio dos vivos,
Paragens revigorantes de céu aberto
Grito certo na garganta, que cala, aquiesce,
Resvala em tua dor, teu labor, teu segredo,
Pra cada morte, um nascimento,
Pra cada nascimento, a certeza da finitude,
Pra cada passo um acesso,
Passo a passo, passo certo...
Pra cada lágrima um ombro,
E, em cada ombro, uma esperança...
24/12/11 – 12:11
Chiquinho Silva


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