quinta-feira, 23 de junho de 2011

POR ENTRE A JANEJA DE MINHA ALMA...

Por entre a janela de meu ninho quente
Desfilam pedaços frios de algodão
Numa suavidade monástica
Em contraste com o movimento das calçadas.

A garoa acena para o artista solitário
Que a agradece
Em forma de sons, cores e palavras.

Da paisagem branca que se afigura
Por entre blocos de caixinhas agigantadas
O Poeta, em sua janela colonial, recita versos
Que se perdem na distancia de seu olhar.

Da paisagem sóbria que se adentra
Por entre os corredores da gigantesca arquitetura
O Pintor, de sua janela moldurada, esparrama sua tinta
Que se mistura na feitura de sua abstração.

Da paisagem melódica e silenciosa
Que se apresenta na distancia do quarto
O Compositor, em sua alegre janela, entoa cânticos
Que se lançam, esvoaçantes, no infinito cinzento.

Por entre a janela de minha alma

A garoa acena para o artista solitário
Que a agradece
Em formas de sons, cores e palavras.

                                                       Gilson Reis

Poema dedicado ao Amigo e autor neste Blog, Laudecir da Silva, que hoje, 23 de junho, faz aniversario de nascimento. A ele, o meu mais expressivo cheiro de hoje.
Cheiro de Vida!!!

3 comentários:

  1. Que lindo poema. Eu o estou lendo às 21h.
    Pareceu-me tão simbolista. Lembrou-me Cruz e Souza, acredita?
    E que Gilson é gente fina como o bardo do XIX!

    Merci.

    Laudecir, nós te amamos querido! Happy Birthday! :-D

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  2. Carlos Leitores!
    De férias, passo por aqui rapidinho para estar em sintonia com os visitantes. Espero encontra-los na próxima quinta feira.
    Cheiro de Milho verde!
    Gilson Reis

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  3. Querido Josafá!
    Te senti pertinho! Isso é uma Deliiii-cia!!
    Cheiro de Josafá por perto!
    Conheçam este cara!

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