Inevitável mergulho no atônito vestígio de cruel destino
Parte que somos de partes partidas
Deste elo inexplorado das inconseqüências
Suas frustrações
Seus delírios
Sua fragilidade
Deuses e diabos juntos na amargura de úteros de mães sem seus filhos
Desprovidas de esperança, perturbadas pela insônia de um rebento quase morto.
Somos nós... Ali... Na solidão destes seres
Somos nós... Aqui... Na aspereza dessa dor imensurável de afetos contidos por lágrimas
Que teimam em não descer fronte abaixo e retorcem nossas gargantas sufocadas
Saliva abaixo... Peito abaixo... Cabeça acima
Pesa sobre nossos ombros esta angústia de partida obrigatória
De vontade reprimida
De sonhos de liberdade mal dormidos
Nos dividimos entre veias entorpecidas pelo ocaso da fumaça e do pó
E mesmo estarrecidos pelo medo nos dispomos a ele
Medo do futuro ainda que na infância
Medo do presente ainda que na infância
Medo do passado que compõe tudo numa única sinfonia
Esse é o nosso lastro
Esta é a nossa labuta
Por um estado que proteja, por uma mãe que proteja, por uma família inexistente.
Pesares imensos de infinitas divagações sem respostas.
As lágrimas, entretanto, nos embalam silenciosas...
Sem que percebamos sua fúria, e o poder de sua desventura.
Às vezes desfrutamos das desgraças sem se quer sentir dor alguma na tormenta de nossos pensamentos
Poder do distanciamento da labuta que transforma com frieza essa conivência
Que explora nossos sentidos e sensações num controle desatinado de nossa empreitada
Como subtrair tanta desesperança? Como sanar tantos desmandos?
Como se iludir de soluções mágicas?
Como contemplar um céu de um dia azul sem pensar na morte?
A morte nos espreita...
A dor nos espreita...
O espelho nos espreita...
É maravilhoso participar deste grupo...
ResponderExcluirEu que sou uma irmã que viaja com raios, tempestades, por do sol e nascer do sol, voltei e me ausentei muitas vezes, apenas no corpo, não coração.
Senti imensa falta de todos os timbres, risos e rosto de cada um de vocês, e hoje comemoro vitoriosa por estarmos juntos...Que sigamos essa estrada com ventos , flauteios e corações poéticos!!!
Chico,
ResponderExcluirAi que medo desse seu poema!!!