quinta-feira, 22 de março de 2012

FRATERNIDADE E SAUDE PÚBLICA

Os mais católicos, não necessariamente apóstolicos romanos, vivenciam, anualmente, a Campanha da Fraternidade. Tempo forte da Igreja, onde as comunidades e a instituição religiosa se mobilizam para refletir um tema de cunho social, muito significativo frente aos desafios da população.

Em 2012 o tema é Fraternidade e Saude Pública e o lema é “ Que a saude se difunda sobre a terra”. Pois bem, que o diga os doentes de plantão, que o diga o Laudecir, que escreve neste Blog às terças feiras, ele e seu pai, vitimas do descaso na área da saude aos idosos. Não sei bem ao certo o que aconteceu. Recebi uma mensagem no facebook onde o Laudecir escreveu:

“... hoje foi um dia diabólico levando o pai de um canto para outro atrás de exames... haja extresse... bati boca com o médico e depois com o delegado da Delegacia do Idoso...”

Ainda nao tenho detalhes mais estou louco para ouvir a narrativa.

Bem, de outro fato eu tenho detalhes, pois eu mesmo vivenciei. Manha de segunda feira, semana começando com um fato pouco representativo do que propoe a Campanha. Entrei no onibus e poucos segundos depois um jovem, aparentemente impaciente, entrou acompanhando um senhor de mais ou menos 60 anos e com uma muleta para ajudar a andar. Estranhei quando precisou passar na catraca, ele pagou em dinheiro, pois o jovem o ordenou pagar. Este pagou com bilhete unico. Após ter passado pela catraca, imaginei que alguem daria um lugar para que sentasse. Vi apenas olhares, apostando que o idoso doente passaria ao seu lado para sentar lá atras, em algum lugar que alguem daria. Nada. Acompanhei os passos deste ser invisivel e vi que ficou de pé frente à porta traseira. Até imaginei que já desceria, mas não desceu. Decidi me dirigir ao mesmo a fim de fazer um escandalo. Naquele instante um jovem se levantou e ofereceu “seu” lugar ao idoso. Minto eu, acredite que ele só desceu por que... acho que você vai saber acrescentar (escreve o compremento no seu comentario).

Me aproximei e disse ao jovem acompanhante:
- Rapaz, o senhor idoso, com muleta e ninguem deu lugar pra ele!!
- Não se preocupe moço, eu ando com ele todo dia e é sempre a mesma coisa - Respondeu o agora simpático jovem, com um ar de indignação e conformismo.

Uma moça se dirigiu a mim e perguntou onde estava este idoso. Lhe disse que já estava sentado e acrescentei:
- É assim, um homem e uma muleta, quase duas pessoas passando por entre as pessoas desse onibus cheio, e INVISIVEL.

Pois é povo de Deus, ainda falta muito para que a FRATERNIDADE seja uma realidade na saude, no transporte e nos demais espaços publicos.

Cuidado que nem a Igreja escapa desse mal!!

Cheiro fraterno
Gilson Reis
22.03.12
Foto: omatiense.com

2 comentários:

  1. Otima oportunidade de reflexão, vou na segunda feira dar continuidade a esse assunto ok.

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  2. Gilson,
    "...quase duas pessoas passando por entre as pessoas desse onibus cheio, e INVISIVEL." Falei de Invisibilidade em minha monografia retratando o ser negro; agora você fala do idoso neste texto... pois é...são duas realidades muito próximas a mim.
    Ser idoso não é brincadeira! Quando se chega a certa idade com saúde, ainda dá pra considerar. Mas doente é coisa de doido.

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