segunda-feira, 26 de março de 2012

SAUDE PÚBLICA E SUS


Queridos Leitores

Quero dar continuidade ao inconformismo do Gilson sobre sua postagem na semana passada.

A quaresma, tempo litúrgico importante da igreja católica, nos convoca a “amolecer” nossos corações e a refletir sobre nossas ações para que assim possamos nos redimir de atitudes (como a de não olhar para um idoso doente e necessitado) e quem sabe, modificar-nos, fomentando a consciência da necessidade coletiva para constituição da dignidade do ser humano.

Isso me remete a pensar sobre a política de humanização do SUS, já que é disso que estamos falando, “saúde” pública e atendimento humanizado. Mas que saúde? Estamos imbuídos a refletir a 14º Conferência de Nacional de Saúde, realizada em Brasília recentemente onde foram reunidos delegados dos municípios e estados para pensar no futuro do SUS. Percebemos que há um ataque violento contra as OSS (Organização Social de Saúde) uma instância de privatização da saúde, que de certa forma destitui o Estado na responsabilização do oferecimento da saúde ao povo brasileiro, ferindo o que está relatado na constituição.

Bem, qual a complexidade disso tudo? Por um lado, há uma reflexão que as OSS são contratadas por uma falência administrativa do Estado, oferecem um serviço aparentemente de melhor qualidade com ambientes mais favoráveis e funcionários mais qualificados e motivados. Já o Estado, querendo se descomprometer das responsabilidades que lhe cabem, tem funcionários com baixos salários, desmotivados e desvalorizados e com ambientes hostis e com baixa qualidade na oferta de serviços. Isso tudo se reverte à qualidade de atendimento ao usuário.

Quanto à questão econômica, qual a vantagem na terceirização da saúde? Pelo o que é fomentado nos meios acadêmicos, na verdade o Estado, ao contratar uma OSS, termina custeando altos valores pela manutenção da mesma com a idéia do controle e supervisão da mesma.

O SUS ao longo de sua implantação se tornou um orgulho do povo brasileiro pelas conquistas que contadas na história de sua implantação e pela possibilidade do controle realizado pela sociedade civil, usuária desse sistema. Faz-se necessário a continuidade dessa construção, com apoio institucional, pelo Estado e dizendo não a privatização, elevando os investimentos nos equipamentos de saúde bem como nos funcionários, criando a consciência de que a Saúde Pública é um bem do povo e deve ser mantido pelo Estado a fim de oferecer atendimento de qualidade.

Ainda é um sonho que no mundo da saúde pública tenhamos “fraternidade”, direitos e, sobretudo arcar com os deveres advindos desse sistema. Como cidadãos merecedores dessa política não devemos mais passar por situações constrangedoras como a do Laudecir, da Maria, Pedro, Izabel... e de tantos outros brasileiros (as) doentes mas que não chegam a ser pacientes devido carência da saúde pública. Isso já se tornou intolerável.

Reinildo
26.03.12

Um comentário:

  1. Olá, Reinildo.
    ótimo texto. É interessante essa postura de privatização,terceirização das responsabilidades que cabe a ele: saúde, educação, etc. Não consigo entender. Bom... as ONG's, abraçaram em muito as responsabilidades do Estado, hoje se veem a mercê do mesmo, sendo usada, quando não corrompidas até as entranhas... Se essa máquina chamada Estado não está funcionando direito penso que temos que começar a pensar em uma outra forma dela funcionar porque a mesma custa o olho da cara...

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