Nestes últimos dias morreram dois parentes de grandes amigos meus. A Mãe da nossa bruxa madrinha, Marli, e o pai de meu amigo Alexandre. Como sabem meus amigos, não vejo sentido algum na morte, apenas na vida! Por isso já poetizei assim...
Eu quero a morte da morte
Eu só quero o fim
Do que nao pode recomeçar...
Busquei este poema mas nao o encontrei. O que estou postando hoje tem o mesmo sentido... com a morte, as margaridas secam e os barcos nao sentem o mar.....
Hoje
No jardim das violetas
Floresceram defuntos brancos
Que desaguaram sob as rochas
O jardineiro colheu golfinhos nas enchentes
E o pescador pescou margaridas secas
Para adornar a janela
de sua primavera incolor
O jardim secou
E molhou o jardineiro
No mar floresceram girassóis azuis
E secou o pecador
Com que lágrimas o pescador
Saciará a sede das margaridas secas?
Com que redes o jardineiro
Devolveria cor à primavera?
Que amargas são aquelas boas noites
Que adormeceram
E não mais viram o ouro do sol
Não há mais perfumes nas rosas vermelhas
As abelhas migraram para o outono sem mel
As borboletas cansadas
Perderam suas asas no inverno onde pousaram...
Os beija-flores perderam o lúdico
E voaram em busca de perfumes
Por entre carniças
E urubus famintos
Não há mais peixes no jardim
As flores do mar
são restos de solidão.
Devolvam-me meu barco naufragado!
Gritou o jardineiro por entre espinhas afogadas
Devolvam-me minha primavera colorida!
Gritou o pescador por entre espinhos e gravetos
Segurando à mão
Seu bouquet de margaridas secas
...
Amava as margaridas e sua simplicidade...
Cheiro de Vida!
Eternamente... Gilson Reis
"... E voaram em busca de perfumes
ResponderExcluirPor entre carniças
E urubus famintos..."
Amei isso!
Ah! Comemoro a volta dos comentários,
uma vez que não estava conseguindo fazê-lo!
Valeu!
Chikito
Prefiro não dizer muita coisa para não escandalizar os pequeninos, mas você sabe o que penso sobre esse assunto.
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