"Operários", óleo sobre tela de Tarsila do Amaral
Costa a costa
Sangrou o mar,
Ergueu-se a chibata.
Reis e rainhas,
Príncipes e princesas sucumbem
Ao convés de naus banhadas em fel
Fustigadas por ondas contidas em lágrimas,
Cobre-lhes em açoite
Impede-lhes a liberdade, fere-lhes em saudades.
Como medir tamanha atrocidade?
Como compor tal crueldade?
História marcada,
Fincada nas exuberantes praias brasis,
Num luto perene de varões, mulheres e crias...
Em forçosa desventura.
E, desta mistura, força viril e cor varonil,
Brasil de mil faces, dissonantes acordes e fortes raízes.
Esculpidas pelo gemido do açoite, nas noites pretas de suas marés.
Carne em tons mameluco, caboclo, cafuzo, mulato difuso.
Brancura pálida coberta em vergonha,
Que agora sonha novos Brasis
De largo sorriso, colorindo de sol outras raças,
Que, em graça servil, compõem outras mil.
Massa gentil que vence desgraças e enlaça a morte sutil.
Nesse seu dorso, a marca luziu seus batuques de bamba,
Dessa mucama ianque... de cobiçada verdura
E da densa pretura que vem do fundo azul mar
Estado audaz, liberto em outras cores,
Amargos sabores e que, as lusitanas glórias,
Faz desta história honra e pesar.
Brada retumbante:
Salve! Salve!
Salve a beleza!
A mãe natureza,
De cor e nobreza,
Que, em sua destreza,
Teima em se libertar!
19/11/2011 – 22:34
Chiquinho Silva
Brado Bravo!!!!!!!!
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