quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

INTERGERACIONAL.

Hoje estou inspirado para falar de encontros. Quem me conhece – BEM – sabe do prazer e  do apreço que tenho pelo encontro. Encontrar-se, seja com o outro ou consigo mesmo, é uma das formas mais sublimes de estar em sintonia com o dinamismo da vida. Essa mesma que numa determinada fase se entrega à segurança dos braços afetuosos, noutra brinca as “5 pedrinhas”, depois se enamora perdidamente e em algum lugar de sua paisagem, se olha com serenidade e um ar de infinito buscando as paisagens que deixou pra tras e que o constitui.   

Pois é... ouvimos muito dizer que ao envelhecer, o velhinho se torna novamente criança. Nao é outra coisa senão um novo encontro. É quando uma vida quase inteira se encontra com um pedacinho dela. Que o diga minha amiga Cida, mãe do Laudecir, ao preparar-se para, pacientemente e, mais que todo, amorosamente colocar as fraudas em seu velho esposo. Aliás, que imagem linda heim Laudecir! Mas acho que você está rindo de mim agora. Kkkk
Mas há outro encontro na direção de uma presença afetiva e respeitosa, que acontece quando o velho toca o novo e deste se retroalimenta. Mas tambem  quando o novo toca o velho e este toque é como luminosidade! Como se a vida abrisse uma porta larga, vista pelo novo na sua estreiteza, mas larga! E o futuro desfilasse pelo olhar da criança.

Recentemente algumas crianças da ONG onde trabalho visitaram um Casa de Acolhimento para Idosos. Não sei ao certo o que cada um, a partir de seu lugar – de criança e de idoso – sente... só sinto que deste encontro não se pode sair vazio, pois há uma vida parida mas, permanentemente, engravidada de sonhos e realizações, e tambem de perdas, que abraça uma outra vida ainda verdinha, gestada para a aprendizagem da vida observada por entre as portas.

Eu já fui com alguns adolescentes em cumprimento de Liberdade Assistida encontra-se com Idosos do Jardim das Alamedas. Lembro-me, com a clareza de uma janela campestre exposta ao sol, da força apaziguadora daquele encontro, quando adolescentes em seu estado de fulcões, aqueceram a delicadeza e a tristeza saudosa daqueles idosos.

Encontrar-se... Não tem preço!
Quero esta graça pra mim enquanto viver! Por que não há graça em viver sem encontrar-se!

Cheiro de descobertas!
Gilson Reis
08.12.2011
 foto: blogdogusmao.com.br

2 comentários:

  1. Querido Gilson, o mundo estaria bem melhor se orfanatos fossem construídos no mesmo terreno de asilos. Um ao lado do outro. Que belos reencontros iriam proporcionar aos velhos e as crianças.
    Marli Pereira

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  2. Prevejo um futro breve que seja assim.
    Pelo aumento do número de idosos e o controle da natalidade, haverá um momento em que estas duas fases se encontrarão ainda mais juntinhas, desta forma, a transição para uma sociedade mais idosa poderá acontecer a partir dos encontros e descobertas que esta relação pode desencadear.
    Cheiro, minha futura Vereadora que proporá este belo projeto de encontros!

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