segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

E A CRACOLÂNCIA ? E A NOVA LUZ?

Caros leitores do blogg. Entendo que este espaço é democrático onde possamos publicar ideias, sensações e pensamentos a respeito dos nossos tempos.
Em 2009 eu havia escrito um texto sobre o descaso e manipulação dos acontecimentos da cracolândia que veiculou por vários espaços. Há pouco tempo observamos uma grande movimentação acerca dessa realidade promovida pela prefeitura, estado e, sobretudo pela força policial. Acredito ser desnecessário pra não dizer redundante relembrar aqueles acontecimentos, porém voltar ao assunto é de grande urgência para não cair no esquecimento e as coisas irem andando sobre as sombras de nossas consciências.
Pois bem, nesses dias temos observado o agrupamento de muitos usuários sem destinos rodando as ruas Vitória, Aurora, Conselheiro Nébias, Av. Rio Branco, e outras agora mais escuras por falta (proposital?) de iluminação. A prefeitura limpou o espaço onde era ocupado pelos usuários próximo a estação de trem Júlio Preste. Demoliram prédios, tiram caminhões de lixo e o povo – usuários – foram limpos de lá também. Todos viram com que rapidez e eficácia foi realizada a limpeza para ser construído “alguma coisa”  em homenagem ao antigo presidente Lula, pode isso?. O pior é que o prefeito fala que não há nada de político nisso, mas as noticias veiculadas é que o PT tem discordado internamente por conta de alguns “companheiros” quererem se juntar a ele e outros não.
Voltando ao nosso assunto, percebemos que a feira da droga continua, não só o crack, mas a “farinha, erva, pedra. Quer ai tio?” – como pergunta um vendedor na rua. Segue a céu aberto o comércio sem nenhuma ação para reprimir essa prática. O que mudou? Onde está a nova luz? A única diferença que percebemos é que a cracolândia não tem mais endereço certo. Espalhou-se por toda cidade, escancarando a ineficiência da cidade em cuidar de seus munícipes.
Com a pouca dificuldade para conseguir a droga, os usuários, entram em desespero e acabam brigando, violentando-se uns com os outros buscando possuir a substância ou por medo de ficar sem ela. Com isso a violência tem aumentado.
Os moradores mais amedrontados tentam expulsar os usuários de frente de seus edifícios contratando “seguranças particulares”, pois não conseguem sair para ir à padaria, por exemplo, devida aglomeração de usuários que se forma. Estes seguranças tentam copiar a forma de ação da polícia que ao perceber um grupo em determinada rua liga as sirenes (como um vaqueiro com seu berrante) e começa a tocar aquelas pessoas fazendo-os circular (como gado no pasto) sem lugar pra ficar. Os seguranças por sua vez, carregam um cassetete e batem contra portas fazendo barulho e vão gritando: “vamos circulando, vamos circulando ai caralho”.
A realidade dessa região é pensada por “intelectuais” que nunca estiveram por lá para maior percepção da real situação dos usuários e da comunidade que ali vive. Pensar forma de ação dentro de seus escritórios almofadados e pedir para que se cumpra é uma tarefa fácil até mesmo pra quem não é intelectual. Esse distanciamento causa uma forma de pensamento distante da realidade como já disse e conduz a ações pouco efetivas. Alguém acredita que esses acontecimentos irão dar uma resposta positiva ao problema? É só pensar no que fazer com essas pessoas quando saírem de lá pós-internação voluntária ou não. Será que esses pensadores entendem o que estão fazendo?
Finalizando, todos sabiam que uma ação naquela região a favor das pessoas que utilizam o crack para escapar da difícil situação de vida sempre foi de extrema urgência. Porque será que após tantos anos ninguém fez nada? Agora estamos num momento político importante e tentam resolver com soluções minimamente assustadoras. Percebemos que algumas pessoas se quer dispõem de condições para responder por seus atos devido a tantos anos impregnadas pelo crack ou outra droga qualquer. Como disse o Pe Julio Lancelote, uma ação sempre foi necessária, mas poderiam ter pensado em algo mais inteligente – adorei o que ele disse!.

Reinildo
13.02.2012

3 comentários:

  1. Reinildo,
    Tenho observado que os usuários apenas não estão amotoados em um mesmo ponto como antes, mas os grupos estão nos arredores, várias ruas, citadas por você, com iluminação insuficiente favorece... bom, o problema que antes estava concentrado, hoje está mais espalhado. Pouco mudou!!!!!

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  2. ô,ô, ô, ô, nada mudou...Mudaram-se as moscas, mas o excremento dos políticos continua nos mesmos lugares. Rei, no sábado fui percorrer os caminhos dos modernistas e confesso que por ser tarde, não me atrevi percorrer a Rua Aurora e nem a Rua Vitória. Devo retornar cedinho em um dia qualquer da semana, pois não me atrevo ir no domingo, quando o comércio (o outro, não o das drogas) está fechado. Deverei postar na sexta feira um apanhado de minhas andanças, onde terei a oportunidade de comprovar o que você escreveu. A mais pura verdade. Só nos resta ficar tristes???
    Marli Pereira

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  3. Como vocês encaram a questao da internação compulsoria? Penso que os que estao disponíveis para entrar numa clínica já nao possuem um tratamento adequado, bem como, nao tem vaga suficiente na rede pública, imagine se levam essa gente, involuntariamente? Pra onde? Esconderem dos turistas que estao prestes aa chegar para os delírios dos grandes eventos?

    Demooooooro....
    Gilson Reis

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