domingo, 1 de abril de 2012

TRIZ



Àquele que vai,

Àquele que fica

Há quem pense

Há quem mergulhe

Quem aguente

Quem se importe

As idas que vão

E nunca voltarão

As voltas que ficam

E sempre permanecerão

As marcas de um nome de ventre

Ou partes de outras tatuagens do tempo 

Talhadas em cada centímetro do corpo,

Em cada memória conclusa ou não

Àquele que turva o pretérito

Àquele que clareia o que há de vir

Há quem se revele

Há quem resvale no sonho

Quem não o suporte

Quem nunca tolera respostas

Àquelas perguntas eternas

Àqueles intermináveis desafios cotidianos

Resgate das horas

Tempero da vida

Em cada recusa,

Alguns recomeçam,

Outros regressam, rechaçam

Vazios de si

Cheios dos outros

De lástimas mortíferas

Àqueles que migram na solidão de seus próprios desígnios

Àqueles que adormecem na rotina costumeira do passado

Como se este fosse ainda presente

Há quem tente

Há quem reinvente

E quem, ainda assim, viva por um triz...

Presente que vai...

Passado que resiste...


31/03/2012 – 01:07
Chiquinho Silva:
“Meus caros leitores, embora não estivesse, sempre estive...”

3 comentários:

  1. Estava com saudades destas reflexões. Muito bom.

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  2. OI CHICO
    DEPOIS DE LER MAIS UMA OBRA TUA, SINTO QUE ESTAR DUPLAMENTE (AUSENTE E ESCREVENDO) É AINDA MAIS DELICISO!
    CHEIRO DE DESCOBERTAS NAS IDAS E VINDAS

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  3. Valeu, Chico.
    "...As idas que vão
    e nunca voltarão..."

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