Retomando minhas publicações semanais neste
Blog, ciente que estou em dívida com o mesmo – há tempo estou ausente – vou
publicar, a partir da próxima semana, resenha do livro “Uma dívida, muitas dívidas – os afro-brasileiros querem receber”,
obra do Atabaque – Cultura Negra e Teologia, grupo multidisciplinar e inter-religioso
de pesquisadores (as) negros, das várias áreas das ciências humanas. Este Grupo
tem como objetivo principal analisar e pesquisar a situação e a contribuição da
população afrodescente ao longo da história do Brasil, da América Latina e
Caribe. Esta publicação foi feita por muitas mãos, ou seja, é formada por
pequenos artigos que abordam as várias dívidas do Estado brasileiro para com a
população negra. Foi impressa pela Editora Loyola, São Paulo, em 1998. O resumo
biográfico dos autores acompanhará a resenha do artigo. Na Apresentação desta
obra, Pe. Antônio Aparecido da Silva, nosso querido Pe. Toninho lembra que a “escravidão
é, por certo, uma dívida impagável. Entretanto, é necessário que a sociedade
como um todo e seus dirigentes em particular, tenha a consciência do dever e
responsabilidade para com aqueles e aquelas que tendo sido vítimas de tão
horrenda situação, carregam até os dias de hoje marcantes consequências. É
preciso, sobretudo, buscar soluções para os problemas que emergiram desde o
regime escravista de total submissão e que ainda perduram, gerando cada vez
mais exclusão. (...) Os vários aspectos da dívida do Brasil para com a
comunidade negra, são abordados e analisados nesta sugestiva e (ainda) oportuna
publicação. O que se espera é que a sensibilidade despertada possa
concretizar-se em projetos de “política e ações afirmativas”, que embora não
eliminem a dívida contraída, corroborem para a devida inserção do negro na
sociedade e no pleno exercício da sua cidadania.” Veja você que, hoje,
fevereiro de 2013, existem muitas ações afirmativas que visam reverter à
situação mostrada no livro, porém ainda nos deparamos com o desconhecimento da real
necessidade dessas ações, o que provoca discussões totalmente desfocadas. A
publicação semanal, certamente ajudará a esclarecer o verdadeiro motivo das
Ações Afirmativas em prol da população negra brasileira, que ainda é a mais
pobre entre os pobres, e aqueles e aquelas que superaram esta situação, diariamente
sofrem discriminação e exclusão.
ResponderExcluirJá devo ter dito isso em outra ocasião, mas penso que vale repetir: "A liberdade jamais será dada voluntariamente pelo opressor. Ela tem que ser exigida pelo oprimido." (M.L. King). Ações Afirmativas já! Desde os atos menores às atitudes maiores. Esse assunto me faz lembrar de um aluno que me questionou ano passado sobre o uso de camisetas com frase do tipo: "100% negro"; "negro é lindo!", etc, e que se ele colocasse uma camiseta com a mesma frase substituindo o negro pelo branco ele seria chamado de racista... enfim, ele não entendia! Gastei horas falando com esse aluno, do processo histórico, das lutas por liberdade, das campanhas de Afirmação (opondo ao longo processo de negação). Ao final da conversa ele disse: "Eu nunca tinha pensado nisso professor, agora entendo."
Conceição, suas publicações serão muito bem vindas. Quero acompanhar curiosamente as segundas feiras. Já gerou boa reflexão do Lau. Será que estamos fadados a defender para sempre as ações afirmativas? Esta perspectiva é muito pessimista? realista? lamentável? Eu penso ser lamentável!
ResponderExcluirPenso que talvez hoje já não seria necessário se essas medidas tivessem sido tomadas lá atrás, em 1888, por ocasião da suposta abolição... O problema é ao invés de políticas publicas, criaram empecilhos como a Lei da Vadiagem que levou milhares de negros para os presídios... ao invés de escola, presídio
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