Homenagem ao poeta morto
Na manhã do dia 03, o poeta Mário Chamie morreu, de parada cardíaca.
Nada mais natural para um peta que vive do coração, morrer pelo coração.
O escritor nascido em primeiro de abril, tinha a verdade como conduta.
Criativo e ativo, aos 78 anos trabalhava em poemas que reuniria em um livro, ainda sem data de publicação.
Advogado de formação, marido de designer e coreógrafa, pai de cineasta, só poderia ser um homem com crença absoluta na arte, em especial da poesia, sobre quem declarou ser a metaexpressão de todas as artes.
Como professosr da Escola Superior de Propaganda e Marketing(ESPM), Chamie cruzou o meu caminho em 1987, e com carinho, me inspirou o poema sobre São Paulo, que postarei na próxima semana.
Hoje, em meu espaço, publico o poema LIVRO ABERTO, inédito, de meu mestre, com carinho:
Livro aberto
A rua é um livro aberto,
o olho minúsculo de um pássaro é um livro aberto.
A porta fechada de um quarto é um livro deserto.
Tenho escrito palavras de muitos livros refeitos que, surdos e quietos, tecem límpidos e claros os seus herméticos enredos.
Na rua leio o que soletro.
No minúsculo olho de um pássaro não leio o que vejo, embora pássaros e ruas me ensinem o que percebo.
Me ensinam, por exemplo, o desterro aberto e refeito de todo livro reldo, se atrás da porta fechada, refaço o seu silêncio desfeito, releio o meu silêncio perdido.¨
O poeta está morto.
VIVA O POETA!!!
Eu quero a morte da morte!
ResponderExcluirSó quero o fim do que não pode recomeçar
Que sensibilidade você tem Marli. Boa e linda lembrança para nosso blog você postar sobre o poeta e a poesia embora não dele. Estamos chiques não!?
ResponderExcluirNão o conhecia, soube pela cultura, o radialista alfredo alves o homenageou, como você. Salve a memória! A lembrança! Dos que aqui passaram e poetizaram. Mar
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