domingo, 17 de julho de 2011
PRETÉRITO
Penso.
E quando penso me disperso.
O que foi já não é.
As realidades já tomaram forma de passado.
O pretenso envelheceu em um desprezível segundo.
O mundo, neste tempo, girou um milionésimo.
Soou a badalada do insólito momento.
Intento de ser novo.
Invento da ilusão futura num espasmo presente.
Um piscar... e já não é.
Se foi aquilo que se pensou ter sido.
Como asa de beija-flor pairado.
Mal se vê.
Pouco se mede.
E cede-se ao intransigente vício de ser, sem ao menos ter havido.
Ido, mas vindo, ao mesmo tempo.
Estar, como num estado suposto.
Tencionar, na esperança de um amanhã que o ontem já devorou outrora.
Ora...
A quimera real.
Tal qual ao sonho que embalou o sono noturno.
Que conduziu a dormência da vida para um clarear,
Permitindo aos olhos a ilusão de luz e de cor.
Que, mesmo na utopia de nosso imaginário, nos fascina e estremece.
Como a continuidade da água que desliza leito abaixo.
Como broto teimoso em terreno infértil.
E é certo que o amanhã está por vir, mesmo que não venha.
Que a existência pressupõe tais mistérios.
Que o sorrateiro fascínio de seguir, impulsiona nossos músculos e utopias.
Chiquinho Silva
14/07/11 – 21:55
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Sentir o tempo...
ResponderExcluirViver o tempo...
Pensar o tempo...
É urgente o foco numa luminosidade prazerosa para viver intensamente o que se pode escolher.
Poder escolher...
Poder escolher...
Valeu o comentário!
ResponderExcluirChiquinho
Chiquinho,
ResponderExcluirque texto gostoso de ler! Sim, a existência pressupõe tais mistérios. E que bacana essa imagem mega psicodélica!
Chiquinho Silva
ResponderExcluirSou sua admiradora e você sabe disso, se não sabe ficou sabendo agora.
Com suas postagens então...
Beijo
Agradeço a leitura!
ResponderExcluirBom dividir com todos os meus delírios!
Valeu!
Luiza, Josafá: Obrigado pela gentileza!
Xikito