Despeço-me de
vos sem que estejais.
Assim te deixo querida minha, alma
renegada
Na sua ausência vou a caminhar pelos
campos,
Perdido procurando o amanhecer que se
tarda a chegar,
Nuvens escuras que cobrem o
encantamento de vislumbrar-te
Lembrando o luar que outrora nos uniu
em gestos oblíquos.
Despeço-me de
vós sem que estejais.
Para não olhar o desencanto do olhar a
desviar do meu.
Ocultando-me das lágrimas que insistem
a romper o obstáculo que não às contém,
Fugindo dos infortúnios e de palavras
que gritam e ecoam no céu da boca,
Transformadas em agressões pela
indelicadeza da incompreensão deveras exaltada.
Despeço-me de
vós sem que estejais.
Deixando o traço dos restos mortais que
em mim sem querer secam,
Como folhas que no outono caem,
abandonando para trás o que mais lhe brandia,
Assim como água que debaixo da ponte
passa, sem que lhe digam o destino a cumprir,
Feito aves que no atordoamento de uma
tempestade, voam de olhos serrados para os proteger.
Despeço-me de
vós sem que estejais.
Na casa vazia que o eco anuncia o vácuo
do interior meu (e seu),
Numa gota que cai soando como sinos das
mais elevadas catedrais,
Anunciando o momento futuro que a de
vir e partir sem me esperar,
Não importando-se com as consequências
difusas da nova vida de desventura.
Da repetição dos passos que para a
saída me levam sem que um esforço sequer eu faça.
Despeço-me de
vós sem que estejais.
Na imagem de seu sorriso de alegria
quando te entregava ramalhetes de margaridas.
Lembrando-se das palavras cálidas
sussurradas no ouvido, ditas só para ti.
Brigando com um mundo que a fazia
atracar-se pelos melhores desejos de humanidade.
Silenciando o tempo que parava para
ouvir sua respiração, ofegante e linda.
Despeço-me de vós sem que estejais para
enfim poder partir
Para buscar a vida que quase não queria
viver
Mas para abraça-la da forma inteira com
a intensidade do universo e,
Perder-me-ei dentro dela em busca da
felicidade a mim prometida.
Seja como for, agora, decidido,
despeço-me de vós.
Quando chegares, sabes que não mais estarei.
"Seja como for, agora, decidido, despeço-me de vós.
ResponderExcluirQuando chegares, sabes que não mais estarei." Falou e disse! Adorei! Você ultimamente tem sido tão intenso...
Meu deus ....que lindo...
ResponderExcluirÉ incrível o quanto a alma derrama gotas de sua graça...seja de alegria, seja de tristeza...a alma se espalha pelo mundo com um vento que o toma...leva-a para lugares frios e quentes...mas volta para um mesmo coração, que a aguarda em sua espera...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPOR ONDE ME LEVAR O VENTO
ResponderExcluirse Deus me desse o condão
de agarrar por minha mão
o melhor que a vida tem
mil pedaços guardaria
desta forma fugidia
de existir, de ser alguém.
é tanto tempo perdido
é quase sangue vertido
tempo ido em correria
que às vezes sigo lá fora
perguntando onde mora
ou se demora a utopia.
eu quero abrir a cortina
que me faz desde menina
ter por sina o desalento
e assim ganhar a coragem
para enfim seguir viagem
por onde me levar o vento.
se Deus me der o condão
de arrancar do coração
tantos medos, tantas mágoas
irei de cabeça erguida
ao sabor da minha vida
merguhar nas suas águas.
Oi Alline!
ExcluirÉ de sua utoria este poema!?
Bem que você oderia escrever uma vez por semana neste Blogg heim!
Cheiro
Esse é o vídeo deste fado:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=vFPovJforuo
Essa cantei por muito tempo para expurgar uma Dor de Cotovelo...
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=67a-R8--HTY
UM AMOR QUASE MORTAL
Quis soltar o grito que me queima
Um lamento que em mim teima
Em não ficar calado.
Quis soltar a mágoa, a ansiedade
Dos dias da verdade
Tão diferentes do passado.
E agora que soltei o meu grito
Não menos triste me sinto
Que o cantar não leva a dor,
Pois o meu canto não muda o destino
De viver em desatino
Eu, a vida e este amor.
Quis viver um amor quase imortal
Que não me levasse a mal
Ter tamanho coração.
Fui amada na ilusão de quem não o era
Talvez por quem tanto dera
Sem saber que era em vão
E o meu pecado é ainda acreditar
Ser possível querer e amar
Dando ouvidos à razão.
Se o amor é louco como dizem por aí,
Eu que a mim sempre menti,
Vou escutar meu coração.
Gilson, essa é pra vc!!
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=5kvIq2WUEPc&feature=related
NO TEU POEMA
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida.
No teu poema
Existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta, uma varanda para o Mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva, a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha.
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano.
Existe a noite
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
O cais da nova nau das descobertas.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco, ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo mais que ainda me escapa
E um verso em branco à espera... do futuro.
( lyrics: José Luís Tinoco )
Obrigado Alline!
ExcluirParabens pela sensibilidade!
APAREÇA EM CASA PARA TOMARMOS AQUELE CHÁ!
Cheiro de Erva doce!
Que sublime!
ResponderExcluirComo gosto de poemas amargurados!Tristes!
Fico mais feliz diante de um poema triste!