Hoje postarei um poema de Silvania Silveira, poeta das mais sensíveis que já cruzaram o meu caminho. Silvania, como presente de seu aniversário, permita-me brindar nossos leitores com biscoito fino.
Tempo do vento
O que me consola
ao passo que desola
é saber que passa o tempo;
pai do vento
amigo do senso
carrasco do lento.
O que me consola
ao tempo que desola
é saber que o tempo passa;
tempo leal
tempo real
tempo fatal.
Magnânimo tempo!
Silvania Silveira
Dezembro/1999
Gente, não ficou um gosto de quero mais???
Ficou um gosto de quero mais... tempo pra viver!!!
ResponderExcluirCheiro de vento, amigo suavizador do senso carrasco do lento.
Marli, poucas palavras, mas foi fundo,
ResponderExcluirParabéns à Silvana. Traga mais pérolas dela.
Marli, querida, que bons ventos a trouxe?! Nossa! Nem me lembrava desse escrito... Obrigada! Só mesmo você, intrépida guardiã das letras, para achar valor semântico em uma expressão tão primitiva, preservá-la da ação fatídica do Chronos devorador, publicá-la em tempo real...
ResponderExcluirSim, você é mesmo uma profetisa de Ruá ("o Espírito de Deus que se move sobre as águas primordiais", chamado de Vento). Você é sacerdotisa de Vayu. Segundo o simbolismo hindu, Vayu, o vento, é o sopro cósmico e o verbo, portanto, soberano ao tempo e ao espaço, pois exerce um domínio sutil, intermediário entre o céu e a terra. E o que é a poesia, senão esse vento sutil que nos move, apesar das intempéries do Tempo? O que é a poesia, senão esse sopro divino que nos capacita ao verbo, expressão sublime de uma alma intempestiva?
Obrigada Marli! Obrigada Gilson! Obrigada Laudecir! Qualquer dia desses me achego a vocês, "pegando o gancho". Um beijo de luz a todos. Silvania Silveira
OLÁ!
ExcluirFoi um prazer ler sua obra! O Coletivo prima muito pela publicação de amigos. Espero que nos envie mais produções tuas para ilustramos ainda mais este Blog.
Cheiro de noite fria...