sexta-feira, 4 de maio de 2012

Tempo do vento (Silvania Silveira)

Hoje postarei um poema de Silvania Silveira, poeta das mais sensíveis que já cruzaram o meu caminho. Silvania, como presente de seu aniversário, permita-me brindar nossos leitores com biscoito fino.

Tempo do vento

O que me consola
ao passo que desola
é saber que passa o tempo;
pai do vento
amigo do senso
carrasco do lento.

O que me consola
ao tempo que desola
é saber que o tempo passa;
tempo leal
tempo real
tempo fatal.

Magnânimo tempo!

Silvania Silveira
Dezembro/1999

Gente, não ficou um gosto de quero mais???


4 comentários:

  1. Ficou um gosto de quero mais... tempo pra viver!!!
    Cheiro de vento, amigo suavizador do senso carrasco do lento.

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  2. Marli, poucas palavras, mas foi fundo,
    Parabéns à Silvana. Traga mais pérolas dela.

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  3. Marli, querida, que bons ventos a trouxe?! Nossa! Nem me lembrava desse escrito... Obrigada! Só mesmo você, intrépida guardiã das letras, para achar valor semântico em uma expressão tão primitiva, preservá-la da ação fatídica do Chronos devorador, publicá-la em tempo real...
    Sim, você é mesmo uma profetisa de Ruá ("o Espírito de Deus que se move sobre as águas primordiais", chamado de Vento). Você é sacerdotisa de Vayu. Segundo o simbolismo hindu, Vayu, o vento, é o sopro cósmico e o verbo, portanto, soberano ao tempo e ao espaço, pois exerce um domínio sutil, intermediário entre o céu e a terra. E o que é a poesia, senão esse vento sutil que nos move, apesar das intempéries do Tempo? O que é a poesia, senão esse sopro divino que nos capacita ao verbo, expressão sublime de uma alma intempestiva?

    Obrigada Marli! Obrigada Gilson! Obrigada Laudecir! Qualquer dia desses me achego a vocês, "pegando o gancho". Um beijo de luz a todos. Silvania Silveira

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    Respostas
    1. OLÁ!
      Foi um prazer ler sua obra! O Coletivo prima muito pela publicação de amigos. Espero que nos envie mais produções tuas para ilustramos ainda mais este Blog.
      Cheiro de noite fria...

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