segunda-feira, 9 de abril de 2012

E continuamos na cracolândia...

Queridos leitores,
A história da cracolândia parece ter terminado. Não, ainda não terminou, porém meus amigos: Onde está a mídia que tanto falou da cracolândia? Depois de quase quatro meses após de ação policial, onde esta o resultado dessa ação? No que resultou essa ação? Alguém poderia me responder? Ei, tem alguém ai? ALGUÉM?. Nada não é mesmo. Ninguém sabe nada, ninguém fala mais nada. Mas precisamos falar algo sobre isso.
O que tenho percebido é que os usuários continuam nas ruas. A venda do crack continua a céu aberto e livremente “a feira do crack”, o que deveria a ser reprimido, mais não é. Outro questionamento que não posso deixa de fazer é sobre a verba disponibilizada pelo governo federal aos estados e municípios para combater o crack. Para onde foi? Acho que isso jamais saberemos a não ser que alguém consiga entrar no submundo das politicas ditas públicas.
Esses dias estava eu passando pela rua e um rapaz, desses que a gente sabe que vende crack para sobreviver, passando por mim ele disse: “Banco do Brasil” e aguardou a minha resposta. Eu virei, olhei para ele e lhe disse: “Não”. O rapaz voltou a caminhar sem olhar pra traz, logo entendi que era a nova senha de acesso à droga, antes a senha era “salve”, mas... banco do brasil é muita criatividade.
Existe uma forma de se vender a sustância, só quem entende e faz parte desse mundo é que sabe o que significa, ou ainda quem vive seu cotidiano nesse lugar. Mesmo depois da ação da policia, ainda continuo vendo cadeirantes, meninas grávidas, crianças, idosos comprando a substância descaradamente, abertamente. Agora a pergunta que não quer calar: ALGUMA COISA MUDOU? Eles dizem sim, mas não NADA MUDOU. Infelizmente.
Bois bem. Não tendo o que fazer, os seguranças de rua continuam espantando os usuários. Esses dias presenciei um deles dando cacetadas em um usuário, me deu dó, mas raiva também porque sinto que eles também não procuram uma forma de sair dessa situação. Lógico, eles não têm condições para enfrentar, mas tenho que confessar essa raiva, todavia não justifica a ação dos “seguranças”.
Pois bem. A PM colocou uma unidade móvel há um quarteirão de onde os usuários estão se reunindo. Lógico, tem lá um prédio reformado e que os apartamentos precisam ser vendidos, com o visual que eles encontram no momento no local, ninguém quer comprar. Assim aconteceu conosco, quando chegamos às imediações havia por lá uma unidade móvel, como já relatei há algum tempo atrás, logo após todas as unidades vendidas... Adeus! Assim os usuários, como bois nos pastos, ficam exatamente onde a PM os coloca, é como que “alí é permitido” e assim tudo continua igual. Isso tem remédio, mas dizem que o que não tem remédio, remediado está.
Reinildo.

5 comentários:

  1. Haja saúde pra tanta indignação! Fico pensando que nem os criadores desta situação imaginaram que chegariam nesse ponto. E ai está posto. O que as autoridades dizem que fizeram, fazem ou pretendem fazer é pura mídia, a realidade quem sabe é quem vê, é o seu caso é o caso de quem está por ai. Que tal uma passeata?!!!

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  2. Reinildo,
    Banco do Brasil é uma senha bastante adequada, já que sabemos que quem financia o tráfico são os colarinhos brancos que continuam em sua bela poltrona contando o vil metal e a dor de perceber que "apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos...."
    Seu alerta esta dado!
    Valeu!
    Xikito

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  3. Reinildo, como morador da região que sou,concordo com tudo que disse nesse texto. Assitimos essa dura realidade todos os dias. Depois vemos alguns noticiários dizendo que as ruas da cracolância, hoje, estão limpas. Que palhaçada... só mudaram as ruas.

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    1. Pessoal, hoje passei no local onde eles demoliram os prédios antes invadidos pelos usuários. Hoje temos lá um lindo jardin. Pasmem com isso, UM LINDO JARDIM. desculpem, é de chorar... Pode ser uma repetição esse tema, mas "água mole e pedra dura tanto bate até qeu fura"

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  4. Um Desenbargador, do qual nao me recordo o nome, disse numa palestra que voltou à cracolancia com um ex usuário, a quem ajudara e, hoje, tornou-se um advogado formado pela Faculdade de Direito. Este viu um drogado cavando o concreto da estrada e sua mão sangrava. O hoje advogado segurou esta mão sangrando e disse: Tempos atras uma pessoa fez o mesmo gesto que eu faço agora... e deu certo. Eu nao vou desistir de você!
    São muitos os convidados (para a passeta) quase ninguem tem tempo.

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