segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tempo para as coisas



Quantas coisas na vida temos que
dar conta hoje. A vida contemporânea nos consome sem que nos demos conta. A
velocidade da vida que corre com o tempo e enquanto isso deixamos de viver a vida de forma mais humana.
Amamos de forma inexorável. Relacionamos-nos
sem conhecer quem, aliás, não precisamos nem ver o outro. Apenas relações
superficiais. A tela do computador aos poucos vai nos tornando fúteis, sem
vínculo, sem afeto, sem amor , sem nada. Perguntamos, portanto: ainda somos
humanos?
Como vivemos se não vivemos? Um
dia serei como uma ave, assim como um falcão. Quero voar em altas atitudes,
respirar ares de vida. Vida de imensidão. Tempo de ser o que se é, de existir.
Isso sim que é vida. Não passamos de um passo
para o finito e não saímos disso. O finito é tão pouco pra quem é
verdadeiramente humano. Ser humano é ser ilimitado. Ser humano é caminhar para
o infinito, sem barreiras, sem fronteiras, sem interdições. É puro
desenvolvimento do próprio eu. Quero ser assim. Um falcão é assim.
Hoje não temos tempo para voar,
para doar-se, para ser ou ainda para crer. Em que acreditamos? Nas dividas da
vida que a todo tempo vamos dando conta, mesmo sem querer. Somos convocados para
o não ser sem direito de dizer não, para o acúmulo de marcas, modelos e corpos.
Não é permitido andar de pés descalços ou de chinelos com toda liberdade que a
vida nos permite. Não é permitido. Abrimos mão disso e por isso matamos e
morremos no tempo que é vil.
Quantas coisas na vida temos que
dar conta, sem dar conta que não temos tempo para dar conta da própria vida.
Reinildo

5 comentários:

  1. Assim como o rio...
    Somos um eterno vir-a-ser...
    Somos históricos...
    Querido, sua reflexao é muito boa!! Dizem que alguns estados de espírito produzem muita beleza! Esta é uma postagem que poderia rodar o mundo virtual, melhor que as enfadonhas correntes.
    Cheiro de rio...

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  2. Reinildo, apesar de entender tudo o que você está dizendo, devo lembrá-lo que o rato come o queijo, o gato come o rato e somos humanos limitados. Não somos falcões.
    Cheiro de quem me dera
    Marli Pereira

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  3. Por isso Marli, minha linda. Quem me dera ser um falcão...
    Beijo de ares

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  4. Metáforas e mais metáforas na tentativas de dizer o que somos... valeu Rei

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  5. Só tentativa meu Lau... quem é capaz de dizer quem somos?

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