segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Migalhas de Machado de Assis

Quando eu tinha quinze anos comecei a ler Machado de Assis. Penso que passei os quatro anos seguintes lendo o autor que, portanto, fez parte da minha formação na adolescência. Não acho que tinha maturidade, então, para entender todas as suas finas ironias. Mas como aprendi com o bruxo! Até hoje, sinto que devo a ele tudo o que sei do português, essa língua na qual devemos nos expressar bem, se quisermos nos fazer entendidos.
Depois, voltei ao Machado no curso de Letras. Tive dois semestres na graduação dedicados a sua obra: quando reli seus principais romances, contos.
Agora, tenho tido vontade de reler Machado o que não me dirão seus livros nessa minha meia idade?!
Antes, porém, de voltar às obras, vou reaproximar-me, por meio dessas Migalhas de Machado de Assis, que é como foi chamado esse livrinho e que ganhei de uma amiga em um dos meus aniversários.

Hoje, o peguei na estante e lendo algumas dessas migalhas, lembrei-me de Laudecir, um colaborador desse blog e amigo querido desse Coletivo. Laudecir, acho que você e Machado têm muito em comum.
Veja lá essas máximas, e responda-nos se não são hilárias e também coisas com as quais você concorda ou que você mesmo poderia ter dito:

Aos quinze anos há até certa graça em ameaçar muito e não executar nada.


Nem tudo é ótimo nesse mundo.


As pessoas valem o que vale a afeição da gente, e é daí que mestre Povo tirou aquele adágio que quem o feio ama bonito lhe parece.


A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí só insânia, insânia e só insânia.


Não era verdade, mas nem só a verdade se deve dizer às mães.


Não é a ocasião que faz o ladrão; o provérbio está errado. A forma exata deve ser essa: A ocasião faz o furto, o ladrão nasce feito.


No trabalho é que se conhece o trabalhador.


Também não bastam esperanças, a realidade é sempre urgente.


As boas ações que praticamos não passam da nossa rua, mas as más ações que nos atribuem vão de um extremo a outro da nossa cidade.


Se és feliz escreve; se és infeliz, escreve também.

5 comentários:

  1. "Também não bastam esperanças, a realidade é sempre urgente".
    e cá estamos nós saindo do "Jardim das Esperanças e retomando a realidade urbana da convivência e da poesia "concreto".
    Grande Machado!!
    Valeu Josa!!
    Chikito

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  2. kkkkk
    É verdade! Eu nem tinha me tocado disso!
    De qualquer modo, estamos bem acompanhados.
    São Paulo sempre solicita esse mergulho em um certo realismo! ;-D
    Chikito além de poeta e um ótimo leitor de...Machado! \o/

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  3. Josafá,
    Não sei se entendi essa relação das máximas de Machado de Assis com as coisas que digo ou penso.... De qualquer forma, seja para o lado positivo ou negativo,lembrar de mim ao ler Machado tá bom, vamos combinar...Mas uma coisa é certa: "Nem tudo é ótimo nesse mundo"

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  4. Josafá, lhe conheço muito de ouvir falar...e sempre bem, que fique claro...enfim vc tem razão, existe uma relação; estamos sempre bem acompanhados de tons ironicos(positivos ou negativos) do lado do Lau e de Machado.

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  5. kkkkk
    Lau, agora que sei que essa boa comparação rendeu postagem e tudo, sei que, no fundo no fundo, você entendeu...kkkk

    Fabiane,
    Os meus amigos são generosos e sempre falam bem de mim, talvez mais do que eu mereça. Deus os conserve e também nos proteja dos tons irônicos negativos... Eu tenho horror a eles!rsrsrs
    Agora, os positivos, vindo do Lau ou de Machado são sempre bem vindos: depertam a inteligência, não é mesmo?
    beijinhos (tomara que nos conheçamos em breve!)

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