O silêncio buscou morada em meu peito,
Ao que aceito: calo-me. Nada falo.
Enveredo-me em mim mesmo,
E, sendo assim, permito-lhe o acalanto,
E tanto, que dele busco proveito.
Respeito-lhe.
Ouço o sopro brando de meu respiro.
Suspiro. Inspiro. Conspiro com sua trama.
Sou refém. Prisioneiro de seu poder.
Pemito-lhe que se revele.
Pactuo com sua causa.
Meu corpo consente-lhe o álibi.
A solidão silenciosa e apavorante do não ser e não estar
Invadem os espaços seguros de minhas entranhas.
Vozes estranhas que, sem nada dizer,
Assombram minha abstinência e a mudez de meus lábios.
Sou silêncio fundado pelo pensamento ritmado destas invasoras.
Meu silêncio já se funde aos meus ruídos.
Meus fluídos me aquecem e ruborizam a pele.
Sou inerte e segregado à sua tensa quietude.
Estou à miúde. Sou a chama deste estado.
Sou palavra em infinitos pensamentos.
Momentos invisíveis a olhos nus.
Sou corpo e som de meu silêncio.
Os olhos buscam ao redor e resta-me a inquietação do não dizer,
A verdade sucumbida aos músculos de minha face
Que desenham esta inquietude.
E, em dado momento,
Descubro que, em verdade, o silêncio é pensamento.
29/10/2011 – 20:00
Chiquinho Silva
As vezes o silencio é o grito mais alto...
ResponderExcluirCheiro de vento...
Unhum! :)
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