terça-feira, 14 de junho de 2011

Luiza Odete

Estou chegando por volta dos anos 50, nossa faz tempo!

É isso mesmo anos 50, chegando a Pindamonhangaba numa família de mineiro com paulista, Seu Sebastião (minha lembrança saudosa) e dona Maria, casal exótico, ele negro, ela branca, mas isso só era problema pro meu avô, descendente de italiano, que mesmo assim deixou minha mãe se casar.

Deste casal nasceram 11 filhos e filhas (para que as feministas não briguem comigo). Eu sou a terceira entre eles, linda mulata!

Tantos anos depois estou eu aqui já na idade adulta, mais pra velhice como não cansa de me lembrar à psicóloga, coisa chata. Nossa deixemos de tantos, poréns.

Começando de novo. Sou Luiza, nascida em Pinda, fiquei lá até meus 19 anos quando fui para campinas fazer o noviciado na congregação das mensageiras do Amor Divino. Depois de fazer um compromisso de obediência, castidade e pobreza (loucuras da vida, ninguém é normal) não posso deixar de dizer que foram esses anos de consagrada que fizeram a diferença na minha vida.

Porque lá tinha tempo pra tudo principalmente para aprender a ser gente de verdade. Obrigada Irmãs Mensageiras, vocês me ensinaram isso e não tenho modéstia em reconhecer que aprendi.

Em São Paulo morei por três anos, indo depois para Jacarezinho no Paraná, lugar gostoso de morar, até hoje tenho contatos com pessoas de lá de tanto que valeu.

De volta a São Paulo em 1985, comecei a viver como os comuns dos mortais. Não tinha mais a proteção e segurança da Congregação. Comecei a trabalhar registrada. Meu primeiro registro em carteira aos 26 anos de idade, como isso faz diferença, pois até agora não consegui me aposentar! (reclamações a parte) pagar aluguel, gostei dessa nova etapa mais um aprendizado.

Em 1987 olha quem chega Filipe, garotinho que tomou conta de mim de certo jeito, que até hoje não fiz outra coisa a não ser viver para ele e para seu irmão César que chegou oito anos depois dele. Os pais deles? É um detalhe, mas somaram comigo momentos inesquecíveis.

Para acalentar a vida e não deixá-la monótona com os afazeres de profissional, sou educadora e dona de casa, conheci um grupo o qual faço parte e comecei a poetizar a vida.

Não me esqueço do dia em que fui convidada a participar do grupo de poesia que estava nascendo nesta cidade tão corrida, tão cheia de contratempos. Na Rua João Teodoro aconteceu minha primeira participação no sarau pegando o gancho. Outro momento de minha vida que grudou em mim como também grudei nele porque me refrigera me acalenta, me faz feliz.

Os componentes deste grupo são “pessoas da melhor qualidade” faço minha as palavras da Odê e eu faço parte dele.

2 comentários:

  1. Lu, maravilhosa!!!
    Grata por ter aberto para mim as portas do Blog.
    Solidariedade, teu nome é Mulher!!!

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  2. CINQUENTENÁRIA... Os anos lhe fizeram bem! Hoje temos, em você, uma riqueza de sensibilidade histórica!
    Cheiro de história

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