segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dez motivos para querermos ver o filme Meia-noite em Paris de Woody Allen


 1. Nesse filme é possível entender Paris como a sala de visitas da humanidade. Ela não é apenas bela naquilo que lhe garante ser um cartão-postal. Ela é uma pintura viva, onde a vida pulsa e, muito especialmente, pelo menos desde o final do XIX (Belle Époque).
 2. O filme é também uma história de amor. É tão romântico como costumam ser os filmes americanos que se passam em Paris, ao menos a partir de uma tradição que ocorre desde musicais como Sinfonia em Paris, de Vincente Minnelli. No entanto, esse é mais denso e, em resumo, nos ensina que não devemos nos enganar no amor, por exemplo, você não deve se casar devido às circunstâncias fortuitas (como dinheiro, estabilidade, hábito etc.)
  3. É uma homenagem sincera a todos os grandes gênios no mundo das artes que circularam pela Paris da década de 20 do século passado (e que gravitavam em torno da figura de Gertrude Stein). Homenagem a essa época de ouro e àquela que a precedeu, ou seja, também à Belle Époque. Isso tudo na mesma cidade, que nos legou seus grandes artistas. Apesar de tais homenagens, fica-nos, contudo, a sábia lição: É ilusão querer viver da nostalgia de um passado de glória, em qualquer circunstância e lugar.
4. O personagem central é um homem doce e sincero. Possui as qualidades necessárias a todo homem de bem. É também um idealista. E nosso cinema contemporâneo carece de personagens assim, que ainda conseguem nos alertar para a beleza e o amor! Owen Wilson, nesse papel, lembrou-me o que Caetano dizia de Giulietta Masina como Cabíria: “aquela cara é o coração de Jesus”.

5. A personagem feminina e que encarna a protagonista da história, a mocinha do casal romântico, é também doce, mas daquela doçura que encanta nas mulheres: etérea e vaporosa. Aliás, Marion Cotillard é perfeita para o papel.
6. O diretor do filme, Woody Allen, demonstra que está envelhecendo bem, o que vale dizer está atingindo um altíssimo grau de sabedoria. Suas últimas produções, aliás, espelham exatamente esse apogeu e esplendor.
7. A trilha sonora do filme resgata a época que o protagonista revisita em seus passeios noturnos por Paris. Cole Porter é a estrela sonora do filme. Nesse sentido, o filme resgata algo que Allen já fizera no filme A Era do Rádio: a qualidade da pesquisa.
8. As cenas em que aparecem os personagens do escritor Ernest Hemingway e do pintor Salvador Dalí são mesmo impagáveis. Os atores encarnam as ilustres figuras sem necessidade de recorrer aos estereótipos e, assim, eles parecem ser gente como a gente, mesmo com suas excentricidades.
9. Ver Toulouse Lautrec no Moulin Rouge também é um momento absolutamente encantador.
    10. O filme tem uma mistura muito equilibrada de Bom Humor e Melancolia, e é assim que ele nos convida a entender que a vida é compreender que quem sai na chuva é para se molhar! Isso pode ser tomado tão somente como o exercício muito natural de quem vive mergulhado naquilo que os franceses chamam de joie de vivre. E, voilá, quando isso acontece em Paris, então, isso pode ser mesmo uma Festa!

Observação: Essa postagem foi publicada originalmente no meu blog pessoal ontem e, agora, também aqui! É que acho que vale a pena divulgar essa obra-prima em todos os canais. 

6 comentários:

  1. Josafá Crisóstomo,
    Sábado, no Centro de Tradições Nordestinas a Fran não cansava de repetir: Você é chique. Diante de várias constatações pude ter certeza disso, principalmente quanto a culinária durante todo aquele dia. Na hora do almoço, no cafezinho na padaria, principalmente na hora de comer o tal cabrito no jantar. Isso tudo é pouco diante do que você mostrou com sua leveza na hora da dança, enfim tudo mostrou que você é chique e agora com esta postagem, fechou com chave de ouro seu bom gosto e sensibilidade pelas coisas belas e chiques. Tem um carrossel neste filme, já encaminhei as fotos... Beijo.

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  2. Paris...
    A cidade e os franceses têm este tom nostálgico, às vezes "chic em demasia" para nós latinos e, ainda, americanos...
    A cidade luz, na penúmbra de seus becos e suas históricas encruzilhadas, de uma elegância que mistura perfume com o sangue revolucionário da bastilha...
    Interessante... vou tentar ver...
    Valeu!!!
    Chiquinho Silva

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  3. Lu,

    Você é ótima. Quanta gentileza nessa leitura da minha pessoinha...rsrsrs Precisamos voltar lá no CTN e tirarmos uma foto JUNTOS no mesmo carrossel (Carrossel é muito parisiense, oui!)

    Chiquinho,
    Tenho certeza que você vai curtir muito o filme!

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  4. Josafá, meu querido,
    meu cantor preferido nas noites de saraus.
    Tal qual engolidor de fogo, ao verter palavras, cospes paixão.
    Em tudo que você faz, você é intenso.
    Deus te conserve por muito tempo em nossa companhia.
    Marli Pereira

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  5. Querido! Que comentário abrangente!
    riquissimo!
    Já trabalhou como crítico de cinema?
    envie curriculo! kk
    Cheiro de delicadeza

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  6. Soberbo! Bravo! magistral! E vi, cri, senti e por fim amei! Abraços recente conhecido Josafá.

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